Superesportes

Empreender contra o inconformismo

Correio Braziliense
postado em 07/02/2020 04:07


Após anos de descontentamento com as marcas de material esportivo, o Goiás decidiu realizar um desejo antigo: lançou o próprio selo do time. “Durante anos, as grandes marcas nos ofereciam vantagens, com muitas peças. Mas o Goiás e outros clubes perceberam que as marcas começaram a não cumprir as promessas”, disse Marcelo Almeida, presidente do esmeraldino.

De acordo com o mandatário, as marcas atrasavam a entrega dos materiais ou chegavam sem a qualidade solicitada pelo time. “Em certa ocasião, tivemos de contratar a fábrica da marca e pagamos do bolso para conseguir o que nos era devido. Isso provocou um profundo descontentamento. Hoje, com a marca própria, vivemos só alegrias”, conta.

O clube decidiu colocar um ponto final no contrato com a Topper e, em julho de 2019, inaugurou a marca Green 33. “Agora, conseguimos lançar o material na data que queremos, não temos mais problema de material chegar atrasado. Nossa loja está sempre muito abastecida e antes havia um desabastecimento geral dos produtos”, comemora.

A produção própria, embalada pelos bons resultados da equipe alviverde na Série A, que na temporada passada ficou na 10ª colocação e se classificou para a Sul-Americana, impulsionaram a arrecadação do time com as vendas de camisa. “Está nos trazendo uma boa rentabilidade e atingindo números que jamais atingimos. Esse tipo de produto está relacionado ao desempenho do time nos campeonatos. Se o time vai bem, isso é refletido nas vendas, com o torcedor animado”, analisou o cartola. O bolso do torcedor alviverde agradeceu. A camisa do Goiás é uma das mais baratas da elite do futebol brasileiro. A peça de jogo custa R$ 199, mas existem outros modelos com valores mais acessíveis.

A busca por uma operação de material esportivo rentável foi o principal motivo para o Coritiba iniciar a criação da marca 1909, em agosto de 2018. De acordo com o presidente Samir Namur, nos últimos oito anos, o Coxa teve pouco retorno financeiro para os cofres do clube. “Em tempo de contrato com a Adidas, em mais de dois anos, a marca faturou aproximadamente R$ 6,3 milhões e repassou apenas R$ 200 mil para o Coritiba. As grandes marcas impõem aos clubes condições contratuais ruins”, disse o cartola.

O Coritiba procurou a empresa Bomache, de Fortaleza, que também produz o material independente de Ceará, Fortaleza, Paysandu, entre outros times. Segundo Samir Namur, o que representa a alta lucratividade nesta operação é a inexistência de intermediários para comercializar o material. Em 2019, o clube arrecadou R$ 5 milhões na venda dos produtos da marca 1909.

*Estagiária sob a supervisão de Fernando Brito


R$ 5 milhões
Arrecadação da marca 1909, do Coritiba, com a venda de produtos na temporada passada



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