Correio Braziliense
postado em 10/02/2020 04:06
O Brasil tentará em Tóquio o que apenas quatro países conseguiram na história do torneio de futebol masculino dos Jogos Olímpicos: o bicampeonato em edições consecutivas. Atual campeã, a Seleção se classificou ontem à noite, em Bucaramanga, na Colômbia, ao derrotar a Argentina por 3 x 0 na última rodada do quadrangular final do Pré-Olímpico disputado na Colômbia. Com o resultado, terminou a competição em segundo lugar e confirmou uma das duas vagas ao megaevento, de 24 de julho a 9 de agosto deste ano. A outra é justamente dos hermanos. Nossos vizinhos faturaram o título simbólico das eliminatórias.Os comandados de André Jardine entraram em campo pressionados pela vitória do Uruguai sobre a Colômbia por 3 x 1 na partida preliminar. O resultado obrigava o Brasil a derrotar a invicta — e com 100% de aproveitamento — Argentina. Paulinho abriu o placar aos 12 minutos do primeiro tempo após assistência de Pedrinho. O artilheiro Matheus Cunha ampliou ao dar um chapéu no goleiro e praticamente entrar com bola e tudo depois de o zagueiro Pérez evitar parcialmente o gol em cima da linha e fechou o placar na etapa final. A Argentina encerrou a fase com 6 pontos contra 5 do Brasil, 4 do Uruguai e 1 da anfitriã Colômbia.
Na história dos Jogos Olímpicos, Grã-Bretanha (1908 e 1912), Uruguai (1924 e 1928), Hungria (1964 e 1968) e Argentina (2004 e 2008) conquistaram o bi em edições seguidas. O Brasil terá a chance de entrar para o seleto grupo se conseguir levar ao Japão um elenco mais forte. O Real Madrid, por exemplo, não liberou Vinicius Júnior e Rodrygo. Da convocação final, ficaram ausentes cinco jogadores pretendidos por André Jardine: Gabriel Martinelli, Wendell, Émerson, Douglas Luiz e o zagueiro Gabriel, do Lille.
A missão da CBF vai além de convencer os clubes europeus a liberarem os talentos para um torneio não reconhecido como Data Fifa. A Itália, por exemplo, assedia Gabriel Martinelli. O atacante está dividido entre aceitar o chamado de Tite para a Seleção principal ou o de Roberto Mancini. O presidente Rogério Caboclo tem se empenhado pessoalmente na missão de convencer o atleta do Arsenal a não se naturalizar. Ouro nos Jogos do Rio-2016, Gabriel Jesus é outro nome que terá idade para disputar o torneio. Porém, o Manchester City dificilmente liberará o reserva de Agüero. Isso sem falar em Paquetá, do Milan.
O regulamento também permite a inclusão de três jogadores acima dos 23 anos. Fominha, Neymar, símbolo da conquista do ouro inédito há quatro anos, manifestou recentemente o desejo de ser um deles. “Estou disposto a jogar os dois, mas acho que é um pouco mais complicado, tem que conversar com o clube. Da outra vez (na Rio-2016), quando eu estava no Barcelona, não me deixaram jogar os dois, mas isso é conversado, é ver o que é melhor. Espero estar 100% para ajudar a Seleção”, afirmou, em 13 de janeiro.
Pelo menos dois jogadores são fortíssimos candidatos a figurarem na lista dos 18 convocados para Tóquio-2020. Matheus Cunha é um deles. O centroavante foi o artilheiro do torneio com cinco gols. Paulinho foi outra válvula de escape na competição. Além dos dois, Bruno Guimarães oscilou, mas brilhou ao longo do torneio. A defesa precisa sofrer ajustes após uma sequência de falhas bizarras ao longo do torneio.
Mesmo desfalcada, a Seleção movimentou o mercado na última janela de transferências. Se Matheus Cunha e Pedrinho forem negociados nos próximos dias, o montante das negociações no pré e pós-Pré-Olímpico podem ultrapassar R$ 450 milhões. Bruno Guimarães trocou o Athletico-PR pelo Lyon por R$ 93 milhões. O Red Bull Bragantino desembolsou R$ 25 milhões por Cleiton. O caçula Reinier saiu do Flamengo para o Real Madrid por R$ 136 milhões. O Atlético de Madrid emprestou Caio Henrique ao Grêmio. O Hertha Berlim cobiça Matheus Cunha e pretende pagar R$ 93 milhões. Pedinho está na mira do Benfica. Antony é o sonho de consumo do Ajax.
Mulheres
O Brasil emplacou as duas seleções no torneio de futebol de Tóquio-2020. A Seleção feminina havia conquistado a vaga em abril do ano passado ao conquistar a Copa América do Chile. As melhores campanhas das mulheres foram a prata em Atenas-2004 e em Pequim-2008.Classificados
(torneio masculino)Anfitrião: Japão
América do Sul: Brasil, Argentina
Europa: França, Alemanha, Romênia, Espanha
África: Egito, Costa do Marfim, África do Sul
Ásia: Austrália*, Arábia Saudita, Coreia do Sul
Oceania: Nova Zelândia
América Central e Norte: 2 vagas
*Representa a Ásia no mapa da Fifa
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