Superesportes

Cabo eleitoral e camisa amarela

Correio Braziliense
postado em 15/02/2020 04:15
Apoiador do presidente da República, Petraglia fez o Athletico entrar em campo de camisa amarela na campanha de 2018


Finalista da Supercopa por ser o atual campeão da Copa do Brasil, o Athletico-PR teve o  presidente do Conselho Deliberativo, Mário Celso Petraglia, como um dos cabos eleitorais do então candidato a presidente Jair Bolsonaro e não fez questão de separar a ideologia pessoal da instituição Clube Athletico Paranaense.

Durante a corrida presidencial ao Palácio do Planalto, o Furacão entrou em campo duas vezes com a terceira camisa, amarela, em alusão à cor da campanha de Bolsonaro. Foi assim contra o América-MG e o Botafogo — este último na véspera do segundo turno contra o petista Fernando Hadad. Uma faixa na Arena da Baixada dizia: “Vamos Todos Juntos por Amor ao Brasil”. Os jogadores pisaram no gramado com camisas amarelas. O zagueiro Paulo André se recusou a exibi-la e colocou uma jaqueta por cima da blusa.

Paulo André foi um dos jogadores à época que assinaram o manifesto Democracia Sim numa lista de 332 personsalidades do país e argumentou: “É preciso dizer, mais que uma escolha política, a candidatura de Jair Bolsonaro representa uma ameaça franca ao nosso patrimônio civilizatório primordial. É preciso recusar sua normalização e somar forças na defesa da liberdade, da tolerância e do destino coletivo entre nós”. Apesar de desafiar Petraglia, o ex-jogador é diretor de futebol do Athletico-PR.

O primeiro ato político do Athletico-PR pró-Bolsonaro foi punido pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). Houve multa de R$ 700 mil. Na época, o clube pediu autorização à CBF, mas a entidade máxima do futebol brasileiro negou. “O Atlético-PR deveria ter precaução. O pedido foi indeferido. Entendo por condenar por descumprir um ofício da CBF”, explicou o auditor Eduardo de Mello à época. “Temos que ter em mente que pessoas estão morrendo por questões políticas. Não posso entender que aquela manifestação política é boa e correta”, completou o auditor José Nascimento no julgamento.

Em uma das raras manifestações sobre o apoio a Bolsonaro, Petraglia justificou a opção nas eleições de 2018. “Nossa posição e demonstração de apoio pelo projeto vencedor foi com um único objetivo: termos o melhor para o nosso Brasil”, escreveu no Facebook. (MPL)






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