Superesportes

1000 dias para o mundial

Em entrevista ao Correio, 10 personagens que trabalham ou atuaram no país árabe dão dicas para quem planeja ir à primeira Copa no Oriente Médio. Dos oito estádios, três estão prontos. Brasil-2014 não tinha nenhum a essa altura

Correio Braziliense
postado em 25/02/2020 04:17
Em entrevista ao Correio, 10 personagens que trabalham ou atuaram no país árabe dão dicas para quem planeja ir à primeira Copa no Oriente Médio. Dos oito estádios, três estão prontos. Brasil-2014 não tinha nenhum a essa altura
 
Doha — A 22ª edição da Copa começa em 21 de novembro de 2022, no Catar. Faltam 1.000 dias para a estreia do torneio no Oriente Médio. O Correio esteve lá em 2019, e viu os preparativos do país islâmico de 11.581km² e população  de 2,6 milhões — próxima a do DF. Três dos oito estádios estão prontos: o Khalifa International, em Doha; o Janoub, em Al Wakrah; e o Al Bayt, em Al Khor. Em setembro de 2011, a mil dias do Mundial, as 12 arenas para a Copa do Brasil-2014 eram canteiros de obras. Eleito pela Fifa, em 2010, para receber o evento, o Catar transforma deserto em cidade há 10 anos. Ergueu pontes, edifícios luxuosos, hotéis, centros de treinamento e atrações turísticas. O país dribla até crise diplomática; sofre embargo desde 2017 de vizinhos como Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos. Denúncias de mão de obra escrava de operários da Índia, Paquistão, Bangladesh e outras 150 nações estão sob vigilância da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Em entrevista ao Correio, em Doha, nove jogadores e um treinador que trabalhavam (ou seguem) no Catar deram conselhos a quem quebrará o porquinho para ir à Copa do Mundo. 

*O repórter viajou a convite da Qatar Football Association (QFA)

"Minha dica é respeitar a cultura, o país, e curtir bastante. Vai ser um evento muito bonito"
Anderson Conceição, ex-zagueiro do Um Salal

"Está muito fácil de vir para cá agora. Não precisa mais de visto. As passagens vão custar um pouco mais por causa da Copa, mas há alternativas mais baratas, por exemplo, pela Turquia. Não façam esse voo direto de São Paulo para Doha, isso pega financeiramente. Eu faço muito esse voo por Istambul. Em geral, o valor da moeda, aqui, é o mesmo da brasileira. Às vezes, oscila para cima ou para baixo. Restaurantes são caros. De preferência, buscar hotéis mais afastados do centro. Nada fica muito longe. As pistas são boas e a locação de carro é fácil. Venham com a carteira internacional. É um país aberto, mas com restrições de regra"
Tiago Bezerra, atacante do Al Khor
 
“Pra vir ao Catar, é necessário parar de beber. O pessoal abomina isso aqui. Tem a questão do respeito, de estudar a cultura deles para usufruir do melhor que tem aqui. É um país maravilhoso, com certeza, quem vier vai gostar muito”
Tinga, ex-meia do Um-Salal

"Uma dica para vir ao Catar é: fale inglês. Totalmente necessário. Outra coisa, para não perder a brincadeira, venha casado. Arrumar mulher, aqui, é difícil"
Diego Jardel, ex-meia-atacante do Al Arabi

“Quem gosta de beber, a bebida é muito cara aqui. Acho que vão abrir espaço para quem toma bebida alcoólica. O Catar é muto bonito, acho que vocês vão gostar. A adaptação é boa. Eles abraçam a população que vem de fora, e você será muito bem recebido aqui"
Maurício Ramos, ex-zagueiro do Al Sailiya
 
“Há toda uma estrutura por trás, vários anos de trabalho. Tanto que o Catar ganhou a concorrência para receber o Mundial. Há desenvolvimento e evolução científica. O Catar terá estádios com ar-condicionado. O país oferece boas condições não somente para os jogadores, mas para os turistas que virão para a Copa"
Jesualdo Ferreira, ex-técnico do Al-Sadd, atual treinador do Santos

“Tem que respeitar o horário das orações deles. Vale destacar também que as coisas encareceram aqui no Catar devido ao embargo de alguns vizinhos árabes. Os produtos para chegarem aqui precisam dar uma volta maior. Por outro lado, o Catar está produzindo, e fabricando com qualidade. Dependendo do voo que você escolher, a viagem ficará mais longa também. O espaço aéreo dos Emirados Árabes Unidos está fechado para aviões do Catar e fica mais longo”
Rodrigo Tabata, meia do Al Rayyan
 
“Planejamento. Vai ser um pouquinho caro, mas é um caro que vale a pena. Você pagará caro para ir a um restaurante, mas será o melhor da sua vida. Pagará caro para ir ao estádio, mas será o melhor da sua vida. Resumindo: vai ser um pouco mais caro do que foi no Brasil e nas outras copas, mas você terá os melhores lugares, os melhores ambientes, tudo de melhor no mundo vai ter aqui no Catar. Então, se esforce, que vai valer muito a pena”
Wagner, meia do Al-Khor

"Economize bastante, porque as coisas aqui são bastante caras"
Willian Santana, ex-atacante do Al-Khor

"A minha dica é que vá conhecer o deserto. É um lugar muito legal. Já fui algumas vezes e acho muito bacana, um belo visual. Tenho certeza de que vocês vão gostar"
Lucca, atacante do Al Khor

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Tags