Correio Braziliense
postado em 04/03/2020 04:07
Enquanto os demais pentatletas brasileiros aguardam a definição das últimas vagas olímpicas, Iêda Guimarães se prepara para a estreia em Tóquio. Uma das inspirações da jovem competidora é Yane Marques. A brasileira é a única atleta da América Latina a conquistar uma medalha olímpica na modalidade. Foi bronze nos Jogos de Londres-2012. Aposentada do esporte, Yane passou algumas dicas para Iêda durante competições em que assistiu à sucessora. “No Pan, ela foi trabalhar na competição com o Time Brasil e assistiu à minha competição. Deu-me dicas dos movimentos da esgrima e técnicas”, conta.
Para Iêda, a rápida evolução da compatriota chama a atenção e a inspira. Ela mantém viva a esperança de repetir a história de Yane. “No pentatlo, os fortes são os europeus, mas eu acho que é um esporte muito imprevisível e tudo pode acontecer. A favorita das Olimpíadas pode chegar em último e não tem um pódio muito certo. Então, tudo pode acontecer no pentatlo, tanto que nunca repetiu pódio nas Olimpíadas. Todo mundo tem a esperança de chegar lá e ganhar medalha”, avalia.
Para atingir o objetivo, os treinos foram intensificados. “Continuo treinando a antiga rotina e faço treinos mais específicos para forçar aquilo que está ruim e tentar melhorar em pouco tempo”, pontua. A natação é a modalidade em que a pentatleta tem mais dificuldade. De acordo com a jovem, é uma “relação de amor e ódio”. A esgrima, praticada pela irmã, e o hipismo são as modalidades preferidas.
Susto
Apesar da intensificação dos treinos, a noção da responsabilidade sob os ombros só foi compreendida dois meses depois de conquistar a vaga. No meio do caminho, a jovem atleta ainda passou por um susto. Logo após os Jogos Pan-Americanos de Lima, de volta ao Brasil, Iêda sofreu uma fratura no pé no dia do aniversário. O presente às avessas provocou mais ansiedade.
“Fiquei um mês e meio sem treinar direito, pois tive de imobilizar o pé, apesar de não colocar gesso. Isso me deixou bem frustrada. Logo quando consegui a vaga, aconteceu isso. Mas coloquei a cabeça no lugar e não parei de treinar totalmente. Buscava excelência naquilo que estava treinando”, conta. A ansiedade agora é para a hora da prova. “Quero sentir aquela sensação, porque sei que vai ser boa. É um nervosismo muito bom”, afirma.
3º lugar
Posição de Iêda Guimarães no ranking nacional da Confederação Brasileira de Pentatlo Moderno
Tóquio x Covid-19
O surto global do novo coronavírus, denominado Covid-19, segue causando problemas e gerando dúvidas para a realização de eventos esportivos. Ontem, o governo do Japão admitiu a hipótese de adiar os Jogos Olímpicos de 2020, em Tóquio, que começam em 24 de julho, para o final do ano por causa da doença, que atingiu 274 pessoas e matou ao menos seis no país.
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