Correio Braziliense
postado em 06/03/2020 04:07
O Ministério Público do Paraguai decidiu não apresentar uma acusação contra Ronaldinho Gaúcho nem seu irmão Assis na investigação sobre o uso de documentos falsos. O ex-jogador admitiu a prática do crime de utilização de documentação falsa, mas a promotoria considerou que eles foram enganados e solicitou a aplicação do “critério de oportunidade”.Após quase 24 horas dos primeiros procedimentos e após um longo dia de depoimentos, finalmente o promotor Federico Delfino informou que Ronaldinho e seu irmão e empresário não seriam acusados e que solicitaria a liberação de ambos.
“Vamos acusar várias pessoas por fatos diferentes”, disse Delfino, sobre o pedido do Ministério Público para deixar livre do processo os ex-jogadores. “A investigação ainda está aberta. O senhor Ronaldo forneceu vários dados relevantes para a investigação e eles foram beneficiados com uma saída processual”, completou.
Delfino disse que essa decisão permite que o ex-jogador deixe o país, mas com a condição de admitir a prática do crime que foi acusado, sendo neste caso de uso de documentos de conteúdo falso. “Eles foram surpreendidos em boa-fé”.
Foram imputados o empresário brasileiro Wilmondes Sousa Lima e as paraguaias María Isabel Galloso e Esperanza Apolonia Caballero. Os passaportes adulterados foram, inicialmente, emitidos em nome delas.
Crise nacional
A prisão provocou uma crise política no país, especialmente pela demora das autoridades para apontar e investigar as irregularidades. E uma das consequências foi a renúncia do diretor de migração do país, Alexis Penayo. Há uma troca de acusações pública entre autoridades paraguaias. Ministro do Interior, Euclides Acevedo afirma que o setor de migração foi alertado pela polícia da suposta irregularidade com os documentos de Ronaldinho e o irmão, Assis. Por isso, deveria ter agido imediatamente, não permitindo que os ex-jogadores deixassem o aeroporto.Ídolo antes e depois da prisão
Em sua chegada ao Paraguai, durante o dia, Ronaldinho foi tratado pelos paraguaios quase como um chefe de Estado. Andou em uma luxuosa picape, que contava com custódia policial pelas ruas da capital.Após ser detido, horas depois, o astro do futebol, mesmo cometendo uma irregularidade, era tido como celebridade. O comissário-chefe da polícia metropolitana de Assunção, Miguel López Russo, não perdeu a oportunidade para tirar uma foto ao lado do ex-jogador de futebol brasileiro para publicar nas redes sociais. A imagem foi alvo de críticas por alguns seguidores do comissário da polícia, que afirmam que Ronaldinho deveria ser tratado como qualquer outro detido.
Embaixador do turismo
A investigação no Paraguai sobre o possível uso de documentos falsos não afetará o cargo de Ronaldinho Gaúcho como Embaixador do Turismo do Brasil. Ele foi nomeado em 5 de setembro do ano passado pela Embratur, o Instituto Brasileiro de Turismo, órgão ligado ao Ministério do Turismo do governo do presidente Jair Bolsonaro. Questionada, a Embratur afirmou que a investigação no Paraguai é uma questão de foro pessoal de Ronaldinho Gaúcho. O instituto ainda lembrou que o cargo de Embaixador do Turismo do Brasil é voluntário.Notícias pelo celular
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