Correio Braziliense
postado em 11/03/2020 04:07
O juiz Gustavo Amarilla negou ontem pedido de transferência de Ronaldinho Gaúcho e seu irmão, Assis, para prisão domiciliar em Assunção, no Paraguai. Ambos estão detidos desde sexta-feira (6) em um presídio de segurança máxima na capital do país.A primeira solicitação dos advogados dos brasileiros foi de que ambos fossem liberados. Sem sucesso, foi pedida, então, a prisão domiciliar. O juiz e o Ministério Público, no entanto, se opuseram à oferta dos advogados.
Chegou a ser dado como garantia o imóvel que serviria como prisão domiciliar, no valor de US$ 770 mil (cerca de R$ 4 milhões). Mas o juiz entendeu que se ambos saíssem da cadeia, poderiam prejudicar as investigações de uso de passaporte falso e outros crimes.
Empresária suspeita
Dalia López, a empresária paraguaia que convidou Ronaldinho Gaúcho para o Paraguai e teria administrado a produção dos documentos falsos pelos quais o ex-jogador de futebol está detido, começou a carreira como uma humilde secretária. Hoje, ela movimenta alguns milhões de dólares e é investigada por lavagem de dinheiro.
Depois que o escândalo estourou, ficou claro que Lopez estava na mira instituições de controle do Paraguai. O vice-ministro da Tributação, Óscar Orué, revelou uma investigação de seis meses sobre suposta sonegação de impostos e lavagem de dinheiro nas empresas relacionadas a Lopez. Essas empresas movimentaram cerca de US 10 milhões nos últimos cinco anos em operações comerciais.
Entrada de Moro
A prisão ganhou contornos políticos no Paraguai. Tudo isso, depois de o ministro da Justiça e Segurança Pública do Brasil, Sergio Moro, ligar para o Paraguai pedindo explicações sobre a prisão de Ronaldinho Gaúcho, que é embaixador do Turismo do governo Bolsonaro.Ontem, Moro soltou nota oficial na qual confirma que manteve contato com autoridades paraguaias. “Não houve interferência. Nós prezamos pela soberania dos Estados e pela independência dos órgãos judiciários.”
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