Correio Braziliense
postado em 14/03/2020 04:15
Por orientação do Ministério da Saúde, muitas federações realizarão rodadas dos campeonatos estaduais, neste fim de semana, sem a presença do público. Apesar de uma preocupação real com a proliferação do coronavírus, o Brasil foi um dos últimos países a fechar os portões dos estádios e, aparentemente, ocorreu apenas depois do posicionamento do Governo Federal. Desde o início da semana, torneios ao redor do planeta adotaram a medida. Ocorreram sem torcida ou foram cancelados disputas da Liga dos Campeões, da Liga Europa, da Libertadores da América, dos campeonatos nacionais europeus, dos vizinhos brasileiros Argentina e Colômbia, bem como de torneios menos expressivos do nível de Bósnia, Eslováquia, Tailândia e Vietnã, entre outros.
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) emitiu, ontem, uma nota informando que todas as partidas de futebol marcadas acontecerão com portões fechados. Porém a entidade restringiu o ordenamento às cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. De acordo com o texto, o direcionamento para esses locais se deu por conta “do estágio de transmissão comunitária do coronavírus, já anteriormente identificado pelo Ministério da Saúde nestes centros urbanos”.
Com a orientação, os confrontos agendados para a terceira rodada da Taça Rio ocorrerão sem a presença de torcedores, como é o caso do clássico entre Vasco e Fluminense, amanhã, no Maracanã, além dos compromissos de Flamengo e Botafogo também pela competição.
A decisão foi tomada após o presidente da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj), Rubens Lopes, se reunir com o governador do estado, Wilson Witzel, no Palácio Guanabara. Porém, a declaração do chefe do Executivo carioca depois do encontro não pegou bem. Em coletiva de imprensa, Witzel foi perguntado sobre a decisão de não suspender os jogos e disse: “Serão com portões fechados. Com portões fechados não tem aglomeração. Sobre o contato entre os jogadores... Aí é risco deles”, destacou o governador.
Revoltado após saber das palavras de Witzel, o zagueiro do Vasco, Leandro Castan, rebateu: “Risco é nosso, grande resposta, grande governador, obrigado pelo respeito com os atletas”.
Outro clássico nacional afetado pela medida envolverá São Paulo e Santos, hoje, no Morumbi, pela 10ª rodada do Paulistão, assim como o embate entre Corinthians e Ituano, amanhã, na Arena Itaquera. Por enquanto, conforme circular da Federação Paulista de Futebol (FPF), os compromissos agendados para o interior do estado seguirão sem alterações por enquanto.
Jogos em risco
De acordo com o presidente da Comissão Médica da Federação Paulista de Futebol, o médico Moisés Cohen, se algum jogador contrair coronavírus, a tendência é de que o futebol pare no país. “As medidas serão tomadas aos poucos. Pode ser que a próxima seja essa”, frisou.
Apesar de a CBF centralizar a orientação às duas cidades, os jogos de futebol de vários campeonatos estaduais serão realizados com portões fechados. Partidas disputadas pelos campeonatos de Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná, Goiás e Distrito Federal, entre outros não terão público nos estádios neste fim de semana.
Porém tem federação que prefere a presença da massa. Como é o caso da pernambucana. O presidente do órgão, Evandro Carvalho, assegurou portões abertos nos duelos do fim de semana, válidos pelo Campeonato Pernambucano e Copa do Nordeste. “Vamos continuar com o calendário normalmente, a não ser que venha uma nova ordem da confederação especificamente para as competições daqui e da região”, afirmou.
“Sobre o contato entre os jogadores... Aí é risco deles”
Wilson Witzel, Governador do Rio de Janeiro
“Risco é nosso. Obrigado pelo respeito com os atletas”
Leandro Castan, Zagueiro do Vasco rebatendo o governador
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