Correio Braziliense
postado em 16/03/2020 06:09
A terceira derrota consecutiva do Cruzeiro em apenas oito dias — 1 x 0 para o Coimbra, no Independência, em Belo Horizonte, pelo Campeonato Mineiro — resultou, ontem, na demissão do técnico Adilson Batista. Ele próprio apareceu na entrevista coletiva para anunciar que tinha acabado de ser avisado nos vestiários sobre a sua saída. A partir daí começou a enumerar críticas ao clube que, segundo ele, “estava numa verdadeira bagunça”.“O clube virou uma bagunça dentro dos vestiários, uma desordem. Os atletas tomaram conta do clube, derrubaram o Mano Menezes, o Abel Braga, o Rogério Ceni. Tomaram conta do clube. Você chega e tem que limpar, mas dei treino até alguns dias nesta confusão, mesmo sem comando. Rezo para que o clube tenha logo um presidente. Hoje tem outros gestores e querem dar palpite no futebol”, revelou.
Depois reforçou que acredita na recuperação do clube, mas que demora um tempo. E crê no sucesso ainda nesta temporada. “Gostaria de dizer que estarei na torcida, estarei acompanhando. Quero deixar bem claro que fico um pouco chateado, não só com os resultados recentes porque temos participação, culpa, enfim. Mas temos que entender o processo. No início do ano tivemos que fazer uma reformulação. Tive a coragem de pedir para que alguns jogadores saíssem”, disse.
Depois Adilson Batista enumerou uma série de problemas enfrentados por ele ao curso desta temporada. E reforçou que o processo de mudança exige mais tempo e que o melhor seria a direção ter pensado e focado no Campeonato Brasileiro da Série B. “A disputa do Estadual é para meninos porque o Cruzeiro precisa buscar o acesso na Série B. Então, agora, a gente deveria estar preparando o time, agilizando as contratações e ajustando o time dentro de campo. Mas não tivemos tempo, infelizmente”.
Esta foi a segunda demissão dele durante a semana. Na quinta-feira, um dia após a derrota para o CRB por 2 a 0, pela Copa do Brasil, chegou a ser demitido. A medida foi alterada por determinação de Pedro Lourenço, ex-integrante do Conselho Gestor.
Adilson Batista tinha apenas um contrato verbal com o clube, que pagará a ele um mês e meio de salário e aviso prévio. O Cruzeiro acumula débitos com seus últimos quatro técnicos: o português Paulo Bento, Mano Menezes, Rogério Ceni e Abel Braga. A direção não indicou qualquer nome para ocupar o cargo.
“O Cruzeiro virou uma bagunça dentro dos vestiários, uma desordem. Os atletas tomaram conta do clube, derrubaram o Mano Menezes, o Abel Braga, o Rogério Ceni. Você chega e tem que limpar”
Adilson Batista, ex-técnico do Cruzeiro
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