Golpe para evitar o pior

Maioria das federações estaduais do país determina a suspensão dos campeonatos como contribuição ao combate contra o pandemia de Covid-19. Cartolas, no entanto, demonstraram resistência à medida

Correio Braziliense

postado em 17/03/2020 04:19

O surto do novo coronavírus, decretado como pandemia pela Organização Mundial de Saúde, na semana passada, alterou a dinâmica dos campeonatos estaduais por todo o Brasil. Após o adiamento das Eliminatórias para Copa do Mundo, da Liga dos Campeões e dos torneios nacionais ao redor do mundo, a polêmica chegou ao Brasil. Depois do último fim de semana, com protestos de jogadores contra a continuidade das partidas, mesmo com portões fechados, as federações se reuniram para decidir o futuro dos estaduais.

O Campeonato Carioca foi paralisado por 15 dias. A Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj) e os clubes se reuniram ontem e a decisão, tomada de forma unânime. Inicialmente, somente Botafogo e Fluminense foram a favor da suspensão. O presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, argumentou que a pausa acarretaria em prejuízos financeiros e recebeu apoio de outros clubes. No fim, todos votaram a favor da parada.

O presidente do Vasco, Alexandre Campello, nem sequer participou do debate. Isso porque ele ficou irritado com o encontro entre o presidente da Ferj, Rubens Lopes, e Rodolfo Landim antes da reunião entre todos os dirigentes. Campello comunicou que era contra a paralisação do Campeonato Carioca, mas que seguiria o voto da maioria.

Os times disputaram as três primeiras rodadas da Taça Rio, o segundo turno do Campeonato Carioca — o Flamengo foi o campeão da Taça Guanabara. O rubro-negro é o primeiro do Grupo A do segundo turno do Estadual, seguido pelo Boavista. No Grupo B, o Fluminense lidera e o Volta Redonda é o segundo colocado. Os dois primeiros de cada chave fazem as semifinais. O Botafogo é o quarto colocado do Grupo A, enquanto o Vasco é o quinto do B.

Protesto

Na rodada passada, os jogadores do Fluminense entraram em campo com o braço na frente do rosto, em sinal de protesto à realização do clássico contra o Vasco no Estádio do Maracanã. Os atletas vascaínos utilizaram máscaras, também em protesto. O jogo não teve a presença de torcedores.

O duelo entre Botafogo e Bangu também foi disputado sem público no Engenhão, assim como o jogo do Flamengo contra a Portuguesa-RJ, no sábado, no Maracanã.

Ainda no domingo, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) suspendeu, por prazo indeterminado, as competições nacionais. A Copa do Brasil, os Campeonatos Brasileiros Femininos A1 e A2, o Campeonato Brasileiro Sub-17 e a Copa do Brasil Sub-20 estão cancelados até segunda ordem.