Superesportes

Ganhos e perdas em meio à crise

Superliga B é encerrada antecipadamente e time feminino do Brasília Vôlei está de volta à elite. Equipe masculina segue no segundo escalão

Correio Braziliense
postado em 19/03/2020 04:14
Invictas na competição, as atletas da equipe brasiliense garantiram um retorno incontestável à primeira divisão nacional da modalidadeA Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) e os clubes decidiram encerrar antecipadamente a Superliga B, em reunião realizada, ontem, por meio de videoconferência. Sete dos oito times que disputam a competição feminina participaram da decisão, que foi motivada pela pandemia do novo coronavírus.

Com isso, Brasília e Itajaí, líder e vice-líder da classificação, respectivamente, garantem vaga na elite do vôlei brasileiro na próxima temporada. A Superliga B feminina 2020 concluiu a primeira fase, na qual todos os times se enfrentaram em turno único, e foi paralisada antes das quartas de final.

“No primeiro momento, fiquei bastante triste, porque o time vinha em uma crescente e tinha boas condições de chegar ao título”, comentou o técnico do Brasília Vôlei, Rogério Portela. “Mas pensando na saúde mundial, temos de abraçar a causa mesmo, acho que foi a  decisão certa e conseguimos a volta à Superliga de uma forma bem bacana, com o grupo forte”, completou.

O treinador do time brasiliense ainda ressaltou que teve a oportunidade de jogar contra o Itajaí, que terminou na segunda colocação. “Ainda conseguimos enfrentar o time de Itajaí e vencer (por 3 sets a 0). Não é pouca coisa ganhar do time da Sassá, campeã olímpica em Pequim-2008”, comemorou Rogério Portela, de forma bem-humorada.

A classificação da Superliga Feminina B terminou com ADC Bradesco (SP), em terceiro lugar; seguido por São José dos Pinhais (PR); Bluvôlei (SC), Franca (SP), Chapecó (SC) e Sport (PE), na lanterna. “No feminino, não teve demérito nenhum. A vaga para a Superliga A foi conquistada na quadra em uma campanha irretocável do Brasília Vôlei”, comentou Flávio Thiessen, gerente do projeto candango.

Segundo Flávio, o BRB, principal patrocinador, deu total apoio à situação. “O BRB disse que os atletas vão receberão tudo certinho. Todos os contratos seguem vigentes, mas o time estará com atividades suspensas e os profissionais serão liberados para ficarem em casa”, explicou o dirigente.

Votação

O comitê de crise da CBV, composto por áreas técnica, médica e jurídica, entre outras, propôs duas opções para os clubes votarem na reunião. A primeira seria pelo término antecipado da Superliga B, tendo como base a fase classificatória. A segunda, por uma competição em outro formato mais rápido, a ser disputada quando a situação do novo coronavírus se estabilizar.

“Pensamos acima de tudo na saúde dos envolvidos. O melhor seria pelo encerramento do campeonato justamente pela indefinição do que está por acontecer. Apresentamos essa proposta e tivemos a aprovação dos clubes. Então, a Superliga B 2020 está finalizada respeitando a classificação de momento”, esclareceu Renato D´Avila, superintendente de competições de quadra da CBV.

Com a decisão, a entidade recomendou que os clubes liberem atletas de treinamento para que permaneçam em casa, seguindo as recomendações das autoridades da saúde. “O acordo foi pelo bem de todos atletas, comissões técnicas, dirigentes, árbitros e demais envolvidos na realização de uma partida em virtude do coronavírus”, comunicou a CBV.

7 vitórias

Campanha do time feminino do Brasília, em sete jogos na Superliga B. Foram 21 sets vencidos e dois perdidos

 

Meninos se sentem frustrados
O torneio masculino da Superliga B também antecipou o fim das disputas por conta do coronavírus (com cinco votos a favor e 3 contra). Assim, o Guarulhos e o Uberlândia garantiram vaga na elite. Fora da zona de classificação, o Anápólis terminou em terceiro lugar e o Brasília Vôlei/Upis em quarto.

Técnico do time masculino, Marcelo Thiessen reconhece o sentimento de frustração, mas concorda incondicionalmente com a decisão em benefício da saúde diante da pandemia do novo coronavírus. “No nosso planejamento, é ruim, porque desde o começo pretendíamos chegar mais soltos nos playoffs. Tínhamos realmente condição de competir para subir. Fica uma tristeza no grupo em geral, mas sabendo que não tem o que fazer. É algo muito grave e não tem como bater o pé em relação a isso”, disse o treinador.

“No caso de Brasília especificamente, eu lamento pelo time masculino. Estávamos em um bom momento, ganhamos do líder na última rodada (por 3 sets a 2). Queria ver na quadra essa disputa pela vaga na elite, porque o campeonato estava muito equilibrado”, comenta Flávio Thiessen, gerente do projeto brasiliense.

Hoje, a CBV conclui um ciclo de quatro reuniões por videoconferência envolvendo os clubes das Superligas A e B masculina e feminina. O objetivo é definir como conduzirá as competições diante do cenário brasileiro com o novo coronavírus. (MN).

7 jogos

Campanha do time masculino do Brasília na Superliga B, com quatro vitórias e três derrotas. Foram 16 sets vencidos e 15 perdidos 

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