Correio Braziliense
postado em 20/03/2020 04:06
O britânico Sebastian Coe, presidente da Federação Internacional de Atletismo (World Athletics), admitiu, ontem, a “possibilidade” de adiar e reprogramar a disputa dos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020 para o final deste ano por causa da pandemia do novo coronavírus, denominada Covid-19, embora tenha dito que ainda é cedo para tomar uma decisão.
“É possível. Tudo é possível neste momento”, afirmou Sebastian Coe, durante entrevista para a rede de televisão britânica BBC, quando perguntado se os Jogos poderão ser disputados em setembro ou outubro. “Não é uma decisão para ser tomada neste momento, esse foi o sentimento da conversa que tive outro dia com o Comitê Olímpico Internacional (COI) e outras federações. Ninguém diz que você deve ir adiante com os Jogos a todo custo.”
Sebastian Coe, principal responsável pela realização da Olimpíada de Londres, em 2012, ressaltou que a mudança dos Jogos de Tóquio-2020 para 2021 acarretaria vários problemas. “No começo, pode parecer fácil, mas as federações aproveitam os anos que não são olímpicos para fazer as Copas do Mundo”, disse.
Na última terça-feira, o COI manteve os planos de realizar os Jogos de Tóquio-2020 de acordo com o planejado, de 24 de julho a 9 de agosto, mas os pedidos de adiamento do evento se multiplicam a cada dia. Nesta semana, a Eurocopa e a Copa América de futebol, que aconteceriam em junho e julho, foram adiadas para 2021, enquanto que o torneio de tênis de Roland Garros, previsto para final de maio em Paris, foi remarcado para setembro.
Na quarta-feira, o COI admitiu que “não há uma solução ideal” para os Jogos Olímpicos de Tóquio-2020 diante da pandemia do coronavírus.
Estádio vazio
Em uma cerimônia mais simples, bem diferente de edições passadas como a ocorrida há quatro anos para os Jogos do Rio-2016, a organização da Olimpíada de Tóquio-2020 recebeu oficialmente, ontem, a chama olímpica. O evento aconteceu com o Estádio Panathinaiko, que tem capacidade para 50 mil pessoas, completamente vazio em Atenas, na Grécia, por conta da pandemia do novo coronavírus.
Sem espectadores, apenas um grupo de jornalistas foi autorizado pela organização do evento a presenciar a cerimônia tradicional no emblemático estádio em que aconteceram em 1896 os primeiros Jogos Olímpicos da era moderna.
O ginasta grego campeão olímpico Lefteris Petrounias correu com a tocha no estádio de mármore, onde a a compatriota Ekaterini Stefanidi, campeã olímpica do salto com vara, acendeu um caldeirão, seguindo a tradição. A chama foi entregue de maneira solene a Naoko Imoto, nadadora japonesa nos Jogos de Atlanta-1996, representante de Tóquio-2020. Os organizadores japoneses recorreram a Naoko de maneira urgente, pois ela mora na Grécia.
A chama olímpica, então, foi transferida para um pequeno recipiente, no qual viajará até o Japão a bordo de uma aeronave especial chamada “Tóquio-2020, Go”. Ela chega ao Japão hoje e iniciará a jornada doméstica com o revezamento a partir do próximo dia 26.
“É possível. Tudo é possível. Não é uma decisão para ser tomada neste momento. Ninguém diz que você deve ir adiante com os Jogos a todo custo”
Sebastian Coe, presidente da Federação Internacional de Atletismo
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