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Com vozes e trilha sonora originais, "Ghostbusters" continua a trama do filme

postado em 18/08/2009 13:04
A relação entre games e filmes, normalmente, se limita a dois produtos: títulos que acompanham a estreia de um filme, e games cujo roteiro é adaptado para as telas do cinema. E quando o jogo serve como continuação do filme? Com essa premissa, o título multiplataforma Ghostbusters: the video game, não apenas conta uma aventura inédita da série Os Caça-Fantasmas, como também faz, com sucesso, o jogador se sentir como um deles. Lançado 25 anos após o primeiro filme, o game se passa em 1991, dois anos após os eventos de Caça-Fantasmas II. O jogador controla o novo recruta do time, chamado para testar os novos equipamentos criados pelo dr. Egon Spengler. O personagem é chamado apenas de "novato", já que o caça-fantasma Peter Venkman nem sequer o deixa falar. Ele não quer criar nenhum tipo de ligação afetiva, temendo que alguma das invenções dê errado. Sacadas como essa já denotam que o clima cômico da série foi reproduzido com fidelidade. Portanto, quem esperava uma versão infiel das aventuras dos caça-fantasmas não tem o que reclamar. A boa adaptação fica por conta dos atores Bill Murray (Venkman), Ernie Hudson (Winston), Dan Aykroyd (Ray) e Harold Ramis (Egon), que interpretam os caça-fantasmas originais e dão voz às suas versões animadas no game. Os dois últimos escreveram os dois filmes e supervisionaram o roteiro do jogo. Ghostbusters é um jogo de tiro em terceira pessoa, sem invenções na jogabilidade. Elementos como o ângulo de câmera e um comando para correr mais rápido sem atirar foram retirados de títulos bem-sucedidos como Gears of War. No entanto, não espere o nível de dificuldade típica desse gênero. Quando sua vida chega a zero, os outros caça-fantasmas aparecem para te ajudar, o que torna o game over raro. O contrário também acontece, com uma frequência irritante: quando algum de seus colegas é derrubado, você deve ir até ele para fazê-lo levantar. Durante as cutscenes (1), eles roubam a cena e mostram que são os verdadeiros protagonistas do jogo, já que o novato não fala. Uma decisão acertada: além de evitar que o personagem seja odiado pelos amantes da franquia, presenteia os fãs, que podem ver os atores de Caça-Fantasmas contracenando mais uma vez. O elemento mais criativo de Ghostbusters é a ausência de dados na tela como vida, munição e tipo de arma. O título segue a tendência em evitar o excesso desses elementos, e faz isso com um toque de originalidade. Todos os elementos são partes da mochila de prótons do personagem. Os detalhes parecem fazer falta, mas bastam alguns minutos de jogo para notar que isso ficaria perdido em meio aos rastros de gosma decorrentes da caça aos fantasmas. Para evitar que o jogo se resuma a um pega-pega entre o jogador e os espíritos, Ghostbusters tem adicionais interessantes, como atualizações para as armas, itens amaldiçoados colecionáveis e o medidor de PKE (energia psicocinética), que pode ser utilizado para descobrir informações sobre a história de cada fantasma. Se a fidelidade nas falas dos personagens é o principal, detalhes como gráficos e som completam a experiência. Há grande diversidade de cenários bem-detalhados, com uma palheta de cores bem trabalhada entre cenários bem iluminados e sombrios. Os momentos ruins ficam por conta de cenas pré-renderizadas em que os gráficos são piores que os do próprio jogo. Existem algumas diferenças gráficas entre as versões. Enquanto o PC, o Xbox 360 e o PS3 têm gráficos fotorrealistas, o Wii e o PS2 têm visual cartunesco. Nessa versão, também é possível jogar como homem ou mulher. Entretanto, o roteiro do jogo é o mesmo em todos os consoles. Além de ser obrigatório para os fãs da franquia, por ser uma continuação dos filmes, Ghostbusters é recomendado por oferecer uma boa experiência de jogos de tiro e uma narrativa divertida, dois elementos que não se misturam com frequência. Acima de tudo, ele deve ser encarado sem o preconceito dos "jogos de filmes", por ser uma produção de alta qualidade. E quando for jogar, lembre-se: nunca cruze os raios ectoplásmicos. 1 - Sem controle Cenas em que, geralmente, o jogador não controla as ações do personagem ou o movimento de câmera. Essa técnica se tornou popular com o surgimento dos jogos em 3D, e geralmente são utilizadas como uma transição entre os momentos do jogo, ou para desenvolver a trama e introduzir novos elementos.

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