Tecnologia

Operadoras reafirmam tendência de incentivar tráfego de dados com aparelhos mais completos

postado em 20/10/2009 13:20
A meta do governo federal de, nos próximos anos, levar banda larga para todo o país foi o grande assunto da 11; Futurecom, maior feira de telecomunicações da América Latina. Entre as discussões sobre padrões e frequências a serem adotadas para tornar a missão possível, operadoras e fabricantes deixaram claro uma tendência: apostar em aparelhos avançados para aumentar o tráfego de dados, o consumo de serviço e, em consequência, a receita das empresas.

;Estamos apostando em trazer, antes, os smart-phones mais avançados do mundo. Em vários casos, conseguimos apresentar os aparelhos aqui antes mesmo que na matriz da Itália, por exemplo;, explicou Rogério Takayanagi, diretor de marketing da TIM. A operadora foi a primeira a apresentar celulares como BlackBerry Storm, HTC Magic e os novos modelos com o sistema operacional Windows Phone. A empresa ainda anunciou o lançamento da sua loja de aplicativos (1) em conjunto com a Qualcomm.

A operadora será a primeira a adotar a Plaza Retail, que oferecerá aplicativos não só para smartphones, mas para quase toda a base de aparelhos da TIM. ;A ideia não é concorrer com outras lojas de aplicações, mas somar. Já que, assim, aumentamos o consumo, o tráfego de dados e o uso dos serviços;, defende Takayanagi. A empresa sueca Ericsson também trouxe uma solução que deve concorrer com a da Qualcomm e ajudar as operadoras na construção de suas app stores.

Assim como a solução adotada pela TIM, a Application Store da Ericsson oferece um portifólio de aplicações personalizadas para o usuário, levando em conta a marca do aparelho e o sistema que ele usa. E, entre os widgets de maior interesse, estão os que dão acesso direto às redes sociais. ;As redes sociais têm papel crescente na comunicação. Qualquer ferramental que viabilize isso vai ser importante na indústria. Você pode navegar sem precisar ficar indo de página em página e fazendo mil logins. Faz um post e depois decide para onde vai mandar;, prevê João Cox, presidente da Claro, que vai mais longe: esse tipo de recurso estará presente em todos os aparelhos nos próximos anos.

Chineses
Afetada pela crise mundial, a Futurecom teve ausências importantes entre os expositores. Grandes fabricantes de aparelhos não marcaram presença nos corredores do salão de negócios. Caso da gigante finlandesa, líder absoluta de venda de celulares no mundo, Nokia, com 36,2%, e da segunda colocada, a coreana Samsung, com 19,1%, números da consultoria Gartner. Outra que não compareceu foi a HTC, forte concorrente no mercado corporativo, principal foco da feira.

Mas, para compensar, a presença massiva dos chineses, que invadiram a Futurecom, ajudou a superar o número de expositores de 2008. Dos 37 stands de países asiáticos, 32 foram da China, contra cinco em 2008. Além de fabricantes tradicionais como Huawei e ZTE, os stands mais comuns dos chineses eram os com aparelhos que lembram outros, como o HiPhone. Era possível encontrar réplicas de modelos de todas as marcas, como o N95, da Nokia; a linha Cybershot, da Sony Ericsson; e do iPhone, da Apple.

Procurados para conversar sobre a presença na Futurecom e seus aparelhos, os funcionários recusaram-se a dar entrevista. ;Não é para comprar? Então não falamos;, explicou a tradutora. ;Os chineses vieram com uma estratégia diferente de outros países, que se juntaram e montaram um stand único. Cada um deles arrumou seu espaço em separado;, contabiliza Laudálio Veiga Filho, presidente da Provisuale, empresa que organiza a feira.

Lançamentos
Quem veio à feira aproveitou para apresentar novidades. As duas maiores vieram da Motorola e da LG. Uma mostrou o Dext, primeiro modelo da empresa que roda o Android, recém-lançado nos Estados Unidos. Já a companhia coreana reforçou sua aposta nos telefones que apelam para o design. Foram apresentados o novo aparelho da série Chocolate, BL40, que tem tela de 4 polegadas em formato 21:9, mais próximo do usado nas telas de cinema.

Mas nem só de celular foi feita a Futurecom. Novidades inusitadas marcaram presença, como o Spiga, espécie de netbook ultracompacto apresentado pela francesa Sagem.


1 - Compras de widgets

As lojas de aplicativos já são item obrigatório para os sistemas operacionais. A Apple e sua App Store alcançou os 2 bilhões de downloads, com 85 mil widgets disponíveis e 50 milhões de usuários cadastrados no serviço. Já a RIM anunciou a disponibilidade de sua BlackBerry App World para o Brasil em versões em inglês ou espanhol (em português só deve sair em 2010). A Microsoft foi outra, que, junto com a versão 6.5 de seu sistema para móveis, anunciou sua loja, a Market Place, que deve juntar todos os programas desenvolvidos para a plataforma. O Google não fica atrás e oferece o Android Market para os usuários de seu S.O.

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