Tecnologia

Depois do fracasso do Vista, Windows 7 chega trazendo melhor experiência de uso para quase 1 bilhão de usuários

postado em 27/10/2009 08:00

São Paulo ; Com 1 bilhão de usuários, segundo a Microsoft, o Windows está instalado em 92.77% dos computadores do mundo todo. O dado da consultoria Net Applications mostra a importância do lançamento do Windows 7. Os maiores fabricantes seguraram seus lançamentos para a última quinta-feira, já aproveitando os novos recursos do sistema operacional ; que trouxe novas habilidades, como o suporte multitoque para as telas touchscreen (que podem funcionar como o iPhone, por exemplo), facilidade para criar redes domésticas e compartilhar mídia. Dá para mandar, do computador do quarto, pelo Wi-fi, um vídeo em alta definição para tocar na televisão da sala, de forma simples.

Mas as novidades não são o principal chamariz do Windows 7. Com um recorde de usuários das versões de teste (8 milhões, ao todo), a Microsoft viu que o objetivo a se buscar para conseguir a redenção era a simplicidade e a eficiência. ;Nós fizemos mais de 16 mil entrevistas e ouvimos de nossos usuários que novos recursos eram bem vindos, mas a real necessidade era transformar as tarefas do dia a dia em algo mais simples;, explica Darren Houston, vice-presidente de consumo online da Microsoft.

Para fazer a mudança, sem perder totalmente a cara do Vista, a Microsoft adicionou 600 novas ideias, mas o principal foi tornar o sistema mais rápido. Para isso a empresa criou um modo mais inteligente de alocação da memória RAM, que garante mais agilidade para rodar vários programas. O sistema deu tanto certo que habilitou o Windows 7 para atacar o domínio do Windows XP.

Com quase dez anos de vida, se contada a fase de testes, o XP continua sendo vendido com máquinas novas até hoje, principalmente em netbooks. Os ultraportáteis são a grande sensação do mercado de PCs (venderá 37 milhões de unidades até o fim de 2010, segundo a Gartner) e garantiam a sobrevivência do sistema antigo pela falta de habilidade do Vista em rodar em configurações mais modestas.

;Respeitando os requisitos mínimos (processador de 1GHz e 1GB de memória RAM), não existe motivo para que os fabricantes optem por outro sistema;, afirma Ricardo Wagner, gerente de Windows para o Brasil. Com isso, a tendência é de que os pequenos e os grandes recebam o Windows 7 em versões diferentes.

Para computadores baratos, a edição Starter, que, pela primeira vez, chega sem limitações de programas rodando ao mesmo tempo (antes o máximo era três), ou Basic. Para os mais caros, do Home Premium para cima (Professional e Ultimate). ;A melhor forma de se adquirir o Windows 7 é com um computador novo. Nele, o custo do sistema não passa de 10% do total da máquina;, explica Osvaldo Barbosa de Oliveira, diretor de consumo e serviços online da Microsoft Brasil.

E a opinião de Osvaldo baliza a maior parte das críticas sobre o lançamento. O preço do Windows 7 é caro quando comparado com o cobrado em versões de atualização, que não estarão disponíveis no país. O sistema custa entre R$ 329 e R$ 669. E o pior: quem gastou comprando o Vista não terá nenhum benefício ou desconto para fazer o upgrade.

Para ver se vale a pena pagar pelo preço da caixinha com o programa, ou se animar a comprar uma máquina nova com o sistema, o Informática instalou o Windows 7 em dois notebooks, com configurações bem diferentes. Veja o resultado do teste e os produtos que já foram lançados com o novo sistema.

O jornalista viajou a convite da Microsoft Brasil

; Por que vale a pena

Novos recursos apresentados no Windows 7 são bons, mas o que ajudou mesmo foi a preocupação em não atrapalhar o desempenho das máquinas

Quem tem um bom computador, com processador e memória RAM capazes de aguentar o Windows Vista em uma boa performance, pode apostar no novo Windows 7. O preço pode ser um problema, já que não existem opções para um upgrade mais barato do que a compra do produto completo. A edição Home Premium, a mais completa dedicada ao usuário doméstico, sai por R$ 399.

Mas o ganho na agilidade do computador é impressionante. Acaba por parecer que é um novo computador. O primeiro ponto melhorado é o visual. O sistema ficou mais bonito, simples e fácil de usar. A nova barra de tarefas é um bom exemplo disso. O recurso ajuda, e muito, no multitasking (hábito cada vez mais comum do usuário de realizar várias tarefas ao mesmo tempo).

Grandes ícones dos programas que estão sendo executados substituem os retângulos que ocupavam a barra em versões antigas do sistema. Agora, só de passar o mouse por cima de cada um dos logos, se tem acesso às janelas do software que estão ativas. Para selecionar uma ou outra, é só clicar na miniatura que aparece. Outra novidade interessante é habilitada pelo botão direito.

Com um clique sobre o ícone, abre-se um menu com o histórico de uso daquele programa. Se for um navegador, mostra as últimas páginas visitadas, os favoritos e as últimas abas fechadas. No caso de um tocador de mídia, aparecem as canções executadas recentemente. O menu iniciar também foi turbinado, e mostra os documentos relacionados com cada programa.

É só colocar o mouse sobre o ícone do Paint, por exemplo, e aparece um menu de contexto com os últimos desenhos abertos ou salvos. A forma de se buscarem arquivos dentro do computador continua parecida com a oferecida pelo Vista, mas alguns recursos interessantes foram adicionados. O que chama mais atenção é a possibilidade de se localizarem informações da internet dentro de uma janela do sistema.

Não é preciso abrir o browser para achar imagens, por exemplo. Mas a principal evolução do Windows 7 em relação ao Vista, que o colocou, inclusive, em condições de substituir o XP em netbooks, é no desempenho. Afinal, de nada adiantaria trazer novos recursos e melhorar os antigos se a experiência do usuário continuasse sendo ruim, com a sensação de lentidão.

A Microsoft mudou a forma como a memória RAM é distribuída entre os programas. É um novo sistema de alocação, que só dá recursos para os softwares que estão sendo usados naquele momento. Assim, netbook com 1GB de RAM trabalha o multitasking sem problemas. Veja alguns destaques que fazem o Windows 7 valer a pena.


Rede fácil
Sempre foi complicado criar redes e compartilhar arquivos com o Windows. Era um trabalho simples demais para técnicos, que resolviam a tarefa em minutos, mas bem à frente da habilidade de um usuário comum. Agora, na era de redes quase automáticas, em que dispositivos se reconhecem sozinhos, tornou-se fácil deixar fotos, músicas, vídeos ou documentos acessíveis a qualquer PC da casa, contanto que ele tenha o Windows 7. Vale lembrar que só é capaz de criar a rede o usuário que tiver a versão Home Premium ou superior. Os outros só conseguem acessá-la.

Segurança
A ânsia por segurança no desenvolvimento do Vista atingiu, e muito, a usabilidade do sistema. Para quase qualquer ação, era preciso confirmar a intenção mais de uma vez. Agora, a empresa fez um ajuste As perguntas do UAC (controle de contas do usuário, em inglês) ainda acontecem, mas em menos situações que antes. Outro ponto foi a simplificação e união de todas as questões ligadas a segurança em um só lugar. O recurso Bitlocker, que encriptava os dados no HD do PC, no Windows 7, ficou disponível, com o Bitlocker To Go para ser usado em pendrives.

Mídia
O poder de mídia do Windows é maior que o de seu antecessor. Continua o centro de mídia, que reúne TV, filmes, músicas e imagens. Mas agora é possível adicionar outros dispositivos com facilidade. O sistema faz uma busca por televisores, home theaters, aparelhos de som com suporte a Wi-fi e toca os arquivos em qualquer um deles. É só clicar no arquivo que se quer exibir e selecionar em qual dispositivo ele será exibido. Bem fácil e sem a necessidade de uma instalação prévia.



; O teste de fogo

O Correio testou a última versão do Windows 7 antes da oficial (que vai para as lojas) em duas configurações bem diferentes: um notebook robusto e um netbook. E ficou bom

Modelos usados no teste
Positivo Mobo 2055
# Processador Intel Atom N270
# Memória 160GB de HD e 1GB de RAM

Megaware Meganote C2B
# Processador Intel Core 2 Duo T6400 2GHz
# Memória 320GB de HD e 4GB de RAM


Será, por exemplo, que o sistema seria capaz de substituir XP nos netbooks? A promessa dos executivos era que sim. Teoricamente, qualquer versão do novo sistema funcionaria bem nos ultraportáteis que atingissem os requisitos mínimos. A prova de fogo foi feita com um Mobo 3G 2055 da Positivo.

Como o netbook da Positivo, mesmo caso da maioria dos modelos disponíveis no mercado, não tem drive de CD/ DVD, a solução foi arrumar um pendrive de 4GB (o Windows 7 todo tem pouco mais de 2,6GB) e copiar e colar todos arquivos e pastas. A primeira, e única, dificuldade foi fazer com que o Mobo inicializasse direto pela porta USB.

Não conseguido isso, a solução foi entrar pelo XP que ainda estava instalado e clicar no arquivo executável dentro do pendrive. Problema resolvido. A instalação começou e terminou sem problemas. O medo de que, na hora de reiniciar, o computador não encontrasse os arquivos no pendrive não se confirmou. Ainda bem.

Sistema instalado, não foi detectado problemas de drive ou hardware. Ponto para o Windows 7. Foi possível notar que era um pouco mais lento do que com o XP, mas nada que comprometesse o funcionamento. A versão instalada foi a Ultimate e todos os recursos mais avançados funcionaram.

Até o Flip 3D funcionou perfeitamente. Para continuar o teste, agora a instalação foi feita num notebook mais potente. O Meganote C2B, da Megaware, com 4GB de memória RAM e um processador Intel Core 2 Duo, também recebeu o novo sistema. E, como era de se esperar, o resultado foi ainda melhor que o obtido com a configuração do Mobo.

Melhor, o Windows 7 corrigiu problemas de lentidão recorrentes com o uso do Vista. Vez ou outra, na transição de um programa para o outro, o processo ficava demorado, com uma tela demorando a aparecer e a outra a sair de cena. Com o novo sistema instalado, foi como isso nunca tivesse acontecido. E, mais uma vez, problema zero com drives e coisas do tipo.

Operação padrão
Existem duas formas de se instalar o Windows 7 em máquinas que já operam com outra versão do sistema operacional. A primeira, e mais simples, é o upgrade. Com ela não é preciso formatar o computador para fazer a transição. A segunda, e mais complicada, é a completa, quando se começa do zero, para evitar problemas.

Nas duas instalações do teste, nenhuma das duas foi feita. A opção foi por rodar o novo sistema por cima do antigo, sem backup, formatação ou coisa do tipo. A atualização não era possível porque, no caso do XP, não é possível fazer o pulo direto para o 7, e no caso do Vista, as línguas do sistema eram diferentes (inglês e português).

O upgrade puro e simples só é permitido pela Microsoft a partir da versão Home Premium. Daí para baixo, só começando do zero. E é começando do zero mesmo, com backup, formatação da máquina e instalação, para depois puxar os arquivos. Mas fazer cópia de segurança nunca é demais. O ideal é que, mesmo se for fazer apenas a atualização, se tenha toda a informação pronta para ser puxada.

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