postado em 03/11/2009 12:23
O e-mail é o primeiro aplicativo de massa da internet. Sua origem está ligada com a criação da própria rede mundial de computadores. Desde então, ele ganhou novas caras, integrações e capacidade, mas nunca mudou de conceito. A ferramenta inclusive perdeu sua hegemonia na comunicação da internet, e tem como competidores os meios de programas de mensagem instantânea e as redes sociais.
Agora, o correio eletrônico deve fazer sua maior evolução, caso a proposta do Google Wave se concretize. A nova ferramenta da empresa de Mountain View está atualmente sendo testada por cerca de 100 mil pessoas na internet, e deve ser lançada para o público até o fim do ano. Ela surgiu do seguinte questionamento: "Como seria o e-mail se fosse inventado hoje?". Os responsáveis pela pergunta - e pelo programa - são os irmãos dinamarqueses Lars e Jens Rassmussen, autores do Google Maps.
Eles têm um plano ambicioso: querem que seu aplicativo seja o sucessor do correio eletrônico. "Espero que, após o lançamento do produto, as pessoas passem a dizer %u2018vamos começar uma wave%u2019, em vez de dizer %u2018vou te mandar um e-mail%u2019", disse Jens Rassmussen à CNN.
A ferramenta se baseia em waves, ou ondas, que são uma mistura de e-mail. Chega a ser difícil defini-las. Elas podem ser uma conversa, um documento, ou as duas coisas ao mesmo tempo. Ele se parece com um comunicador de mensagens instantâneas, com um fórum de discussão, com a seção de comentários de um blog, e até mesmo com o próprio e-mail. No Google Wave, é possível adicionar quantas pessoas você quiser para dentro de uma "onda", e todas elas poderão responder, colaborar e editar mensagens.
Se dois ou mais usuários estiverem online, é possível ver o que cada um está digitando em tempo real. Para ajudar quem chegou atrasado na conversa, um botão aciona uma linha do tempo e mostra o quê e quando tudo foi escrito desde que a onda foi iniciada. O Google Wave também permite que as mensagens sejam completamente multimídia. Elementos como fotos, vídeos e mapas também podem ser adicionados diretamente à discussão, sem a necessidade de clicar em hiperlinks.
Na atual fase de testes, também é possível conferir duas extensões para as ondas: o serviço do Google Maps, e formular uma enquete interativa com três respostas simples: sim, não e talvez. Alguns outros gadgets feitos para o Google Wave durante o períodos de testes também deverão surgir após o lançamento da versão final, como conferências de áudio e vídeo em tempo real, informações sobre o clima e até mesmo sudoku. Os criadores do serviço também cogitam a possibilidade de criar uma loja de aplicativos para o Wave.
Enquanto a novidade não está disponível para toda a internet, fica a expectativa sobre o quão o Google Wave atingirá o objetivo de seus criadores. Para José Calazans, analista do Ibope Nielsen Online, grupo que mede estatísticas de uso da internet no Brasil, ainda é cedo para dizer. "Não há indícios de que esse caminho tende ao futuro. Mas também não quer dizer que alguém não venha a fazer algo que dê certo", opina. Sua impressão é de que os usuários preferem usar ferramentes para uma única finalidade, e todas de um modo independente.
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