postado em 09/11/2009 10:53
Durante muito tempo, segurança foi um item relegado pela indústria automobilÃstica. Historicamente, o esforço das montadoras se concentrou, basicamente, em criar modelos que fossem cada vez mais bonitos e ágeis. No entanto, nas últimas três décadas, o tema ganhou importância dentro dos laboratórios dos maiores fabricantes do mundo e as ruas começaram a receber modelos repletos de tecnologias que passaram a agir como verdadeiros anjos da guarda eletrônicos daqueles que viajam nos veÃculos.
Do cinto de segurança de três pontos, criado há 50 anos, aos modernos sistemas que auxiliam o motorista identificando anomalias nos veÃculos e corrigindo, automaticamente, qualquer desvio do padrão, muita coisa mudou. Os investimentos no desenvolvimento de novas tecnologias e materiais utilizados na fabricação dos automóveis resultaram em sistemas inteligentes (que atuam, na maioria das vezes, sem que o motorista se dê conta) e em cabines reforçadas, capazes de receber grandes impactos e minimizar os riscos de quem viaja nos automóveis.
Para o gerente-executivo da Volkswagen Antônio Carnielli Júnior, o desenvolvimento desse quesito se deu, principalmente, pelos avanços conquistados no campo da tecnologia nas últimas décadas. "Com a introdução da simulação virtual, tivemos a possibilidade de levar os carros ao extremo e analisar quais pontos devem ser melhorados num acidente", explica. "Hoje, elementos como chassi e carroceria foram aperfeiçoados para absorver a energia de um impacto e reduzir as chances de ferimentos dos passageiros."
Elementos simples e que muitas vezes não consideramos importantes também sofreram mudanças com o tempo. "Os vidros, por exemplo, são feitos para se estilhaçarem em pequenos pedaços - ou mesmo se manterem juntos - em caso de batidas", explica o gerente de engenharia da Ford, Klaus Mello, que acredita que a tendência, no futuro, é a adoção cada vez maior de sistemas inteligentes. "Nos próximos anos, vamos ver em maior volume dispositivos que tentam evitar a colisão e que alertam o motorista em caso de perigo", opina.
No entanto, o analista de segurança viária do Centro de Experimentação e Segurança Viária (Cesvi Brasil) André Horta alerta que, mesmo com tanta tecnologia embarcada nos automóveis atuais, apenas o uso correto de todo o conjunto de itens de segurança pode aumentar a segurança de motorista e passageiros. "Se um motorista que estiver usando cinto de segurança se envolver em uma batida (moderada), ele tem 45% de chances de se salvar. Já se o carro tiver airbag, o número aumenta para 51%", diz.
O que vem por aÃ
Além de todas as proteções que já estão presentes no mercado, como airbags, freios ABS e sistemas que controlam eletronicamente a força da frenagem, os pesquisadores não param de desenvolver novas tecnologias, que invariavelmente são apresentadas em salões internacionais de automóveis. Uma delas pôde ser vista no último ano, em São Paulo, quando a Mitsubishi trouxe o protótipo Concept-ZT. Entre os dispositivos de segurança incluÃdos no veÃculo, destacou-se o sistema de aviso de mudança de faixa, que avalia se o veÃculo está se mantendo na faixa correta. Caso o motorista pegue no sono ao volante e invada a pista do lado, o sistema controla automaticamente a direção, aplicando um leve torque no volante para mantê-lo na faixa correta.