Tecnologia

Quem tem medo dos smartphones?

Igor Silveira
postado em 18/01/2010 09:15
As tradicionais promoções de fim de ano impulsionaram as vendas de smartphones nas lojas de operadoras de telefonia móvel. Depois da euforia pela novidade, alguns usuários se perguntam o que fazer com aquele aparelho com centenas de funções e aplicativos. Alguns trazem teclados iguais aos de computadores pessoais. Outros abusam da tecnologia touchscreen. São tantas opções de funcionalidade que, às vezes, as atividades primordiais de um telefone - fazer e receber ligações - são deixadas de lado. O smartphone é um recurso extremamente útil nos dias atuais, quando a sociedade encontra-se submersa em um fluxo intenso de informações. No entanto, a adaptação a esse tipo de ferramenta pode ser difícil. O segredo para fazer o custo-benefício do aparelho valer a pena, segundo especialistas no assunto, é escolher um modelo de acordo com as necessidades e os objetivos de quem está comprando. O conceito de smartphone foi desenvolvido ainda no início do século passado. Em 1992, a IBM apresentou um modelo de telefone celular que trazia as opções de agenda, calculadora, bloco de anotações e jogos. Desde então, a ideia de telefones inteligentes foi aprimorada com o objetivo de criar um aparelho que reunisse características de um computador pessoal. Além do acesso à internet e da possibilidade de trocar e-mails para facilitar a vida profissional, os fabricantes queriam que os smartphones também acumulassem funções voltadas para o lazer, como tocadores de música e softwares que permitem a reprodução de vídeo, e ferramentas que ajudassem no cotidiano, como aplicativos de GPS e câmera fotográfica. Fábio Ribeiro, engenheiro de sistemas da Apple na América Latina, explica que os telefones inteligentes fazem sucesso porque o mundo vive um momento em que a mobilidade é essencial. Para ele, os dispositivos capazes de realizar operações que antigamente só eram possíveis com a reunião de muitos outros aparelhos são responsáveis pela trajetória bem sucedida da invenção. Ainda segundo Ribeiro, a criação de novos aplicativos para a plataforma do telefone celular é uma tendência muito forte na indústria de tecnologia para os próximos anos. Essa afirmação é reforçada pelo número crescente de softwares desenvolvidos por simples fãs da modernidade e que são baixados da rede mundial de computadores para serem instalados em smartphones que estão no mercado. "Os leigos conseguem utilizar esses aparelhos com facilidade porque é tudo muito intuitivo. O importante é entender os dispositivos e explorar o que eles têm a oferecer. Os smartphones oferecem comodidade porque substituem muitos outros gadgets e permitem que o usuário faça coisas que, antes, só seriam possíveis com um computador", garante o engenheiro de sistemas. "O telefone inteligente é o próximo passo depois dos notebooks", completa. Custo-benefício Para Márcia Duarte Ribeiro, gerente consumer da Tim no Centro-Oeste, o custo-benefício dos telefones inteligentes é altamente vantajoso. Isso porque o aparelho funciona como um organizador pessoal. "Hoje, as pessoas têm de acessar seus e-mails, atualizar suas páginas na internet ou conversar com um cliente ou amigo onde quer que estejam. Os smartphones garantem essa mobilidade", esclarece Márcia. De acordo com ela, as soluções dos aparelhos são tão completas na vida pessoal ou profissional porque o usuário consegue acessar endereços eletrônicos que fazem parte da rotina, como o Youtube ou o Twitter, por exemplo. "Isso sem falar em arquivos com extensões que podem ser usados nos programas mais tradicionais, como Word, Excel, Power Point e Adobe Acrobat Reader. Tudo isso pesa na hora de optar por um telefone inteligente", ressalta. Há outras duas questões que também ajudam na preferência por um smartphone: o design e a capacidade de memória. No primeiro caso, os fabricantes estão cada vez mais preocupados em dar formatos arrojados e cores diferentes para atrair os clientes. No caso da memória, antigamente, os telefones celulares restringiam a agenda telefônica a um determinado número de contatos. Atualmente, nomes e telefones pode preencher toda a memória do aparelho, e o usuário ainda conta com o auxílio de cartões que aumentam a capacidade de armazenamento de dados. O estatístico Murillo Montella, 25 anos, é fã incondicional de smartphones. A paixão do jovem pelo apetrecho tecnológico é tão grande que ele não se contenta com apenas uma unidade do aparelho: tem três, que intercala com horas de trabalho e de diversão. Montella alterna momentos de seriedade com o telefone, quando verifica, por exemplo, suas aplicações na Bolsa de Valores, com intervalos mais relaxados, quando aproveita para checar as sessões de cinema. "Não troco mais smartphones por outro tipo de aparelho mais simples. Desde que comprei o primeiro, só mudo para outros ainda mais potentes, com mais memória ou conexões mais rápidas", confessa. Já o servidor público Jeremias de Paula Eduardo, 60 anos, não gostou nada do aparelho que comprou, convencido por uma vendedora. Há um ano, ele trocou o telefone celular simples pelo de última geração. Acesso à internet, arquivos compatíveis com os sistemas operacionais mais famosos, tecnologia touchscreen, GPS e câmera fotográfica com excelente resolução são só alguns do recursos oferecidos pelo aparelho. Nada disso, no entanto, foi suficiente para empolgar Eduardo. "Acho muito pesado, não uso muitos dos recursos que o telefone oferece e não tenho paciência para ler o manual de instrução. Os smartphones são feitos para a turma mais nova, que está por dentro de todas essas novidades. Não me adaptei e é bem capaz que eu volte a usar um aparelho mais simples", diz. Perguntas mais frequentes Posso acessar meu e-mail pelo celular? Sim. Verifique as configurações do aparelho. Para isso, é necessário contratar um pacote de dados da sua operadora. Posso baixar novos vídeos e jogos para meu celular? Sim. Consulte a disponibilidade de novos conteúdos com a sua operadora. Posso acessar redes sociais, como Orkut, Facebook e Twitter no meu celular? Sim, mas é importante lembrar que o acesso a essas redes requer conexão à internet. Posso utilizar meu aparelho como MP3 player? A maioria dos aparelhos dispõe de aplicativos para a execução de arquivos MP3. Portanto, antes de efetuar a compra, consulte se a ferramenta está disponível no seu aparelho. Posso utilizar meu aparelho como GPS? A maioria dos aparelhos conta com GPS embarcado. É importante lembrar que a utilização de GPS requer conexão à internet. Posso fazer videochamada em meu aparelho? A maioria dos smartphones conta com esse recurso, mas é preciso consultar se a ferramenta está disponível no modelo de seu aparelho e também no aparelho de quem receberá a chamada. Além disso, é necessário que a localidade em que será efetuada ou recebida a chamada conte com rede 3G de sua operadora. Essas são exigências tanto para quem faz quanto para quem recebe uma videochamada. Posso ler e editar arquivos Word, Excel, Power Point e PDF? O recurso está presente na maioria dos smartphones. Portanto, antes de efetuar a compra, consulte se a ferramenta está disponível no seu aparelho. Posso assistir à TV digital no meu celular? Alguns aparelhos no mercado, como o LG Scarlet Phone, possuem o recurso.

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