Agência France-Presse
postado em 10/03/2010 15:45
O maior desafio para a Cable News Network, o canal de notícias americano mais conhecido pela sigla CNN, hoje, são as redes sociais como Facebook e Twitter e não novas emissoras dedicadas à informação 24 horas, admitiu o presidente de uma das mais respeitadas empresas de mídia do mundo, nesta quarta-feira (10/3).
"A competição que eu realmente temo são os sites de relacionamento social", confessou Jon Klein, durante a conferência de mídia Bloomberg BusinessWeek 2010, celebrada em Nova York. "Eles são uma alternativa que ameaça afastar as pessoas de nós", acrescentou.
"As pessoas de quem você é amigo no Facebook ou que você segue no Twitter são fontes confiáveis de informação", explicou Klein. "Você clica em links que elas te enviam e confia nelas", acrescentou. "Bem, nós queremos ser o nome mais confiável quando o assunto é notícia", continuou. E por isso, "não queremos que as mil pessoas que você segue no Twitter sejam as fontes mais confiáveis para você".
"É um desafio e nós temos que responder a ele", afirmou Klein.
"Por isso, estou muito mais preocupado com as 500 milhões de pessoas que estão no Facebook do que com os dois milhões que assistem à Fox", a maior concorrente da CNN.
O executivo disse que a "missão" de sua emissora é trazer as redes sociais e outros usuários da internet a se conectar de alguma forma à CNN. Além de expandir seus domínios na rede com notícias e vídeo, a CNN está voltada também para serviços via celular, explicou Klein. "Os serviços on-line são uma área em expansão para nós, os serviços via celular têm enorme potencial de crescimento e o serviço doméstico a cabo nos Estados Unidos já é uma área de desenvolvimento", acrescentou. "Há muito espaço para onde expandir", emendou.
"Estamos em muitos lugares e eu acho que este é o modelo que pode funcionar bem para nós", afirmou. "Todo mundo no ramo da mídia busca ativamente por múltiplas fontes de lucro, isto não é segredo", acrescentou.
Para Klein, que assumiu o cargo de diretor de operações da CNN nos Estados Unidos em 2004, depois de trabalhar na rede CBS, com a explosão das novas mídias e da internet, estar no local de um acontecimento não é mais o suficiente. "Simplesmente estar lá costumava ser grande coisa", afirmou. "Hoje em dia, precisamos dar mais do que simplesmente chegar lá", continuou.
"Aprofundar e fazer análises é mais complicado", disse. "Exige mais capacidade mental, mais trabalho, pensar mais o trabalho, exige mais criatividade", elencou.
"As pessoas acompanham rapidamente o que acontece hoje", afirmou. "Você precisa dar a elas mais detalhes sobre o que está acontecendo. E aí que nós vamos trabalhar para continuar a fazer a diferença", concluiu.