Agência France-Presse
postado em 22/03/2010 20:56
O Google anunciou nesta segunda-feira (22/3) que pôs fim à censura no sistema de buscas chinês do Google.cn, que existia por ordem das autoridades chinesas, e avisou que os internautas estão sendo redirecionados ao site de Hong Kong, Google.hk."Hoje deixamos de censurar nossos serviços de busca: Google Search, Google News e Google Imagens no Google.cn. Os usuários de Internet que visitarem o site Google.cn serão redirecionados ao Google.com.hk, onde disponibilizamos resultados não censurados em chinês simplificado, especialmente concebidos para usuários da China continental e acessados através de nossos servidores instalados em Hong Kong", explicou o diretor-jurídico do Google, David Drummond, no blog oficial da empresa.
"O governo chinês foi muito claro ao longo de nossas conversas sobre o fato de que a autocensura era um requisito legal não negociável", explicou Drummond, acrescentando que "esta nova aproximação é uma solução sensata ante as dificuldades que encontramos" e espera "que o governo respeite" esta decisão do Google.
Entretanto, a empresa anunciou que pretende manter uma equipe de vendas, pesquisa e desenvolvimento na China. "Enquanto ocorrerem operações de negócios do Google, temos a intenção de continuar com os trabalhos de pesquisa e desenvolvimento na China, assim como manter uma presença nas vendas no país, ainda que, obviamente, o tamanho da equipe de vendas dependa da capacidade dos usuários da China continental de acessarem o Google.com.hk", afirmou Drummond.
A China reagiu à decisão afirmando que o Google "violou sua promessa escrita" e se engana "por completo" ao deixar de censurar seu motor de buscas chinês.
O comentário foi feito por um funcionário encarregado da internet no gabinete de informação do Conselho de Estado, segundo a agência de notícias estatal chinesa Xinhua.
[SAIBAMAIS]"O Google violou a promessa escrita que assinou quando entrou no mercado chinês ao suspender a filtragem em seu serviço de buscas e ao acusar a China de supostos ciberataques", disse o funcionário.
"É algo completamente errado. Não opomos sem compromissos à politização de assuntos comerciais e expressamos nosso descontentamento e indignação ao Google por suas acusações e condutas irrazoáveis", acrescentou.