postado em 04/05/2010 07:00
São Paulo ; Em um auditório lotado na Universidade de São Paulo, Steve Ballmer, CEO da Microsoft, falou a estudantes, acadêmicos e jornalistas sobre a importância do desenvolvimento da tecnologia da informação, área em que a empresa é líder. E o comandante da empresa de Bill Gates centrou o fogo na computação em nuvens, tecnologia, para muitos, rival do negócio atual da companhia americana, que é vender licença de uso de seus programas.Em uma ;excursão; pela América Latina ; Ballmer havia chegado da Argentina e depois iria ao México ;, o chefe da Microsoft ressaltou a posição do Brasil na economia mundial e de TI (lembrou que, dentro de poucos anos, deveremos ter o terceiro maior mercado de PCs, passando Japão e ficando atrás de China e Estados Unidos) e falou sobre as possibilidades que esse desenvolvimento trará às pessoas.
Em um vídeo promocional, exemplificou como seria um mundo tecnológico tomado pelas nuvens de informação. Junto a aplicações de outras tecnologias, como a realidade aumentada, as imagens mostravam um médico examinando um paciente e as informações indo direto para um banco de dados, que integra todas as informações sobre a pessoa, e disponibiliza imediatamente para o profissional da saúde.
;Mostrei esse vídeo um tempo atrás para minha mulher e ela disse que tais coisas seriam impossíveis até para a série de Jack Bauer ; personagem da série 24 horas, vivido por Kiefer Sutherland. Hoje, com o desenvolvimento da tecnologia e com a computação em nuvens, ela já pergunta: ;Então, logo teremos todas essas coisas que o Jack Bauer usa?;;, brinca Ballmer. Mas tanta integração de informações leva a indagações, como a importância da privacidade.
;Parece tudo muito maravilhoso, como a informação estará disponível em todo lugar e integrada. Mas e os riscos quanto à privacidade?;, perguntou um dos estudantes presentes. Ballmer reconheceu que esse seria um dos maiores desafios dessa tecnologia ; cuidar para que o usuário tenha controle sobre o que é divulgado de si mesmo nas nuvens de informação. Outro ponto é a integridade dos dados.
Já pensou colocar todo o backup de informações em um serviço na rede e, na hora que precisar acessar uma informação, ela está fora do ar? Esse é um dos perigos que se corre com a migração dos servidores e até dos HDs próprios para a computação em nuvem. Outro inconveniente é que se tem a internet entre você e seus dados. Se a web de casa ou da empresa cair, já era.
Sobre a preocupação da qualidade da internet para o desenvolvimento saudável de um modelo de negócios que tira os dados do local e manda para a nuvem, Steve Ballmer avisou: ;Os governos têm de começar a ver a internet como uma infraestrutura de primeira necessidade. Cada um vai resolver suas questões técnicas e regulamentárias do seu jeito. Mas é importante que isso seja resolvido;, concluiu.
Para garantir a qualidade dos serviços de computação em nuvem da empresa na América Latina com foco no usuário final e nas pequenas e médias empresas, que poderão comprar serviços pagando pelo que usam e não tendo que adquirir licenças caras demais para seus negócios, Ballmer não descartou a possibilidade de trazer um data center para o país. ;Nossa intenção é garantir um acesso de qualidade aos nossos serviços em todos os lugares.;