postado em 11/05/2010 12:22
É só notar o padrão de uso comum da internet em uma lan house, que não há dúvida. O Internet Explorer (IE) ainda é o símbolo de acesso à rede mundial de computadores. Desde 1999, quando foi processada por monopólio(1), a Microsoft detinha mais de 60% do mercado. Mas uma pesquisa recente da Net Applications mostrou uma diminuição nessa vantagem. Pela primeira vez o navegador aparece abaixo desse patamar (59,95 %). O Firefox, da Mozilla, perdeu terreno, mas ainda sustenta saudáveis 24,59 %. O destaque fica por conta do Chrome, da Google, que passou o Safari, da Apple, e agora detém 6,73%. A acirrada competição trouxe benefícios evidentes para o consumidor final, seja ele um orkuteiro ou um webdesigner, e a palavra ;navegador; já faz parte do vocabulário de quem mal sabe ligar o PC.Usado pela maioria, a nova versão do Internet Explorer, que acompanha o Windows 8 e pode ser baixada no site http://tinyurl.com/dko9z6, finalmente resolveu problemas de segurança das versões anteriores, como a 6 ; que ainda conta com 17,58% de usuários mundialmente. No novo programa, funções como o SmartScreen ; uma espécie de banco de dados de sites perigosos ; e melhorias no ActiveX aprimoraram a experiência da maior parte dos usuários. Um teste da NSS Labs, lançado em março de 2010, mostrou que ele é o programa de navegação que mais protege contra malwares, os populares vírus, com 81% de bloqueio, contra 27% do Firefox. Três teste já foram realizados desde 2009 ; os dois primeiros patrocinados pela Microsoft. Há que se ressaltar que as versões dos outros browsers não eram as mais atuais e que eles foram testados sem complementos.
Segundo Ana Beatriz Silveira, gerente de produto do Internet Explorer, esse número mostra que o IE já é entregue pronto para o consumidor, aquele usuário comum que já está acostumado e se sente bem usando o programa. O vendedor Semilton Wanderlei, 39, é um desses. Ele costuma checar os emails nos intervalos do trabalho em lan houses e só usa o Internet Explorer, o que se repete em casa. Quem cuida das atualizações e mudanças no computador é o filho e ele diz nunca ter dito problemas com o IE. O despreendimento é tanto que ele não conhece o recurso Accelerators, que Ana Silveira diz ser o a solução para o conhecido problema de velocidade do navegador. ;O que importa não é velocidade medida em cronômetro, mas quanto tempo você leva para chegar a uma página, o que é mais rápido com os Accelerators;, explica a gerente.
Questão de escolha
E esses atalhos não são o motivo pelo qual Marcelo Vinícius, 17 anos, mantém os 19 computadores da lan house para que trabalha no Sudoeste, equipados somente com Internet Explorer. Para ele, outros navegadores não são tão cobiçados, o Internet Explorer é o padrão. Marcelo explica que para os serviços de acesso ao e-mail e Orkut, funções que ele observa serem as mais procuradas na loja, o programa da Microsoft é suficiente. Um dos usuários da lan house, Airton Machado, 38, diz não ter problemas com o Internet Explorer, mas afirma preferir o Firefox, que usa em casa. Mesmo que se considere um desconhecedor de informática, ele diz que o IE não oferece nada a mais e lhe parece ser mais lento e atrair mais vírus. Mas não há como se desvencilhar do produto totalmente. Ele comenta o caso do Infoseg, site da Secretaria Nacional de Segurança Pública. A url do governo brasileiro ; que apoia o software livre e o sistema operacional Linux ; só é compatível com o navegador da Microsoft.
No outro lado desse espectro estão os usuários mais especializados, que preferem a flexibilidade do Opera, por exemplo. A jornalista Bianca Vitali, 30, faz parte dos 2,3% que utilizam o navegador. Ela diz ser uma ;rata de mouse; há tempos, e o namoro com um trabalhador da área de informática atiçou ainda mais a curiosidade pelo que ela diz ser o maravilhoso mundo dos softwares livres. Embora admita preferir usar o Internet Explorer em máquinas velhas, com conexões lentas, que não aceitam novas funcionalidades desse browsers. Adiciona-se o fato de alguns sites estarem formatados para o navegador da Microsoft, algo cada vez mais raro.
A empresa Conectando pessoas, que cria sites em Brasília, sana o problema com testes em diferentes browsers e já divide a própria equipe, contando com computadores equipados com Firefox e Internet Explorer, 50% cada. O gerente Adriano Gurgel, que admite preferir o Firefox, conta que não é preciso direcionar o desenvolvimento, já que durante a criação do site as aberrações já estão sendo identificadas.
Enquanto testes mostram que o browser da Mozilla está mais pesado e lento e o IE ainda não dá suporte a novidades como o HTML 5 quem ganha terreno é o Chrome, agora com 6,7% do mercado. Apesar de parecer pouco, é preciso lembrar que o navegador atingiu o número em somente dois anos. No fim do ano passado, o Diretor de engenharia do Chrome, Linus Upson, disse que espera uma fatia de mercado de 10% para o produto em dois anos. A versão 5, já pode ser baixada em versão beta (http://tinyurl.com/2eq4onj) e promete ser ainda mais rápida que a antecessora, com um novo motor de Java Script. A velocidade é o quesito no qual o Chrome mais se diferencia.
1 - Microsoft X EUA
Em abril de 2000, o juiz Thomas Penfield Jackson decidiu que a Microsoft violou leis antitruste federais e estaduais e condenou a empresa a separar seu sistema operacional Windows do navegador Internet Explorer. Até hoje a empresa não achou uma solução para o caso. Em 2009, foi a fez da Comissão Européia acusar a Microsoft de monopólio. É bom lembrar que o sistema operacional da Apple, que traz instalado o navegador Safari, nunca teve o mesmo problema.