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TOM CLANCYS SPLINTER CELL: CONVICTION

Novo game da famosa série de ação faz diversas mudanças e troca o estilo furtivo pela agressividade

postado em 26/05/2010 11:47
Em um título de ação stealth, não importa quantas mudanças a jogabilidade tenha sofrido, este conselho sempre é útil: quanto menos conflitos com os inimigos presentes no cenário, melhor. Splinter Cell: Conviction, quinta edição de uma das principais séries do gênero, mantém a velha fórmula de permanecer escondido entre as sombras, auxiliado pelos mais avançados aparatos de espionagem, mas uma coisa mudou. Agora, o game praticamente pede que você elimine todos os oponentes no seu caminho.

Conviction se afasta dos conceitos originais de ação furtiva consagrados por Metal Gear Solid e por outros games da franquia Splinter Cell. A jogabilidade nova acompanha mudanças na própria personalidade de Sam Fisher, protagonista da série desde o primeiro game. Sua filha foi assassinada e ele foi traído pela organização secreta Third Echelon, para qual ele trabalhou por anos. Basicamente, o ex-agente está furioso e atrás de vingança. E, no melhor estilo de histórias de agentes secretos como O ultimato Bourne, o game é cheio de reviravoltas e conspirações.

O game se concentra nas melhores habilidades de Fisher: invadir bases e interrogar pessoas. Agora, agindo apenas por si mesmo, o ex-espião não tem remorso de se vingar dos ex-companheiros, além de alguns capangas contratados para matá-lo. O que faz a diferença em Conviction é o sistema automático Mark & Execute. Você pode selecionar inimigos em um cenário, que ficam com uma marca em cima da cabeça. Quando ela fica vermelha, Fisher pode executá-los apertando apenas um botão. O número de soldados que podem ser marcados varia de acordo com a arma que o personagem carrega.

O novo sistema pode parecer uma maneira de facilitar as coisas, mas não é. Os cenários são, na maior parte do tempo, espaços pequenos em que um simples erro dá poucas chances de Fisher escapar. Além disso, essa não é a única arma disponível no arsenal do ex-agente da Third Echelon. As opções vão de armas tradicionais a granadas que atordoam os inimigos, óculos infra-vermelhos que veem através das paredes e minicâmeras para ver uma sala por baixo de uma porta fechada. Em Conviction, a nova onda não é passar por um local sem ser visto, mas descobrir a maneira mais inteligente de tirar seus oponentes de combate.

Mas nem todo novo elemento adiciona valor à jogabilidade. As cenas de interrogatório, outra aposta do game, são o melhor exemplo. Nelas, Fisher tortura a pessoa em busca de respostas. Enquanto ele conversa com o interrogado segurando-o pelo pescoço, você movimenta o ex-espião e escolhe em qual local vai agredi-lo. Se uma mesa estiver próxima, Fisher a quebra usando a cabeça do torturado, e por aí vai. Ao longo do game, essas partes ficam manjados e perdem a graça, o que é estranho se considerarmos que eles deveriam acontecer em momentos de tensão da trama.

Além da história, Conviction tem um modo cooperativo para dois jogadores, online ou com um amigo em tela dividida. A história serve de prólogo para a saga de Fisher e os personagens também são diferentes: um agente americano e outro russo. Aqui, há um desafio extra: se um dos dois morrer, é game over. Mas o agente que sobreviver pode curar o colega. Essa campanha também serve para saciar quem já terminou o game, pois o modo para um jogador é relativamente curto.

Tudo isso é embalado em uma identidade visual interessante, que age de forma simples e eficiente: quando Fisher está longe do alcance de visão dos outros ; ou seja, em um local seguro ;, a tela fica em preto-e-branco. A cor volta quando o ex-espião tem a possibilidade de ser localizado. Se isso acontecer, a silhueta dele permanece no último local em que ele foi visto pela última vez. São conceitos simples, mas ajudam muito na hora de planejar qual é o melhor curso de ação.

Esses conceitos gráficos também se aplicam ao cenário. Os objetivos das missões são expostos em letras grandes mescladas a paredes, mesas e outros locais. Durante diálogos importantes, pessoas e acontecimentos relativos ao que está sendo dito também são projetados no cenário. Além da jogabilidade, o estilo de Conviction certamente é um dos principais elementos que fazem o game ficar na cabeça do jogador.

Splinter Cell: Conviction é mais um dos títulos deste ano que passaram por um longo processo de desenvolvimento. O caminho que o jogo passou é ainda mais tortuoso. Anunciado em 2007, com um Fisher com aparência diferente da versão final, o game chegou a ter data de lançamento marcada no ano seguinte, mas foi adiado para este ano para passar por uma grande reformulação no visual e jogabilidade. Seja lá o que foi riscado do projeto, o estilo visual e a nova jogabilidade presentes na versão que chegou às lojas provam que a Ubisoft estava certa ao adiar o game. Sam Fisher mudou, e para melhor.


O número
R$ 200
Preço do jogo


Ficha técnica

Tom Clancy;s Splinter Cell: Conviction

Produção: Ubisoft
Desenvolvimento: Ubisoft Montreal
Disponível para Xbox 360 e PC
Número de jogadores: 1 (single-player) ou 2 (multi-player)

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