postado em 06/07/2010 07:00
A segurança das residências sempre é motivo de preocupação na hora da viagem de férias. De acordo com dados da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, de janeiro a abril, 168 casas foram assaltadas ; uma média de 42 residências por mês. O número pode aumentar durante os meses de recesso. Alarmes, cercas elétricas e cachorros ainda são as opções mais utilizadas para tentar afastar a possibilidade de roubo a uma residência. Mas com esses recursos, se o imóvel for assaltado, o dono só saberá quando retornar da viagem ; ou se algum vizinho perceber alguma coisa e avisar.Para tentar solucionar o problema, as empresas de segurança já possuem disponível para os usuários domésticos equipamentos de segurança que podem ser monitorados via internet. ;A procura por esses aparelhos não tem só a ver com a sensação de insegurança, mas com a facilidade de acessar a rede e ver a propriedade dele, ou como a babá está cuidando do filho em casa, por exemplo. É uma maneira de aproveitar as facilidades da tecnologia;, afirma Alessandra Faria, diretora regional da Axis para América do Sul, empresa especializada em soluções de segurança.
Os equipamentos para monitorar à distância são sofisticados. Alguns permitem ouvir o que se passa no ambiente e até mesmo falar diretamente com alguém que está no local, ou por meio de arquivos de áudio gravados. Há ainda a possibilidade de receber um e-mail se movimentos suspeitos forem detectados. Para ambientes escuros, as câmeras podem vir equipadas com luzes de LED que se acendem ao detectar qualquer presença. ;Poder viajar, entrar em um cybercafé e visualizar o que está acontecendo em casa ou no comércio é um dos fatores que aumenta muito a procura pelo sistema de segurança;, explica Faria.
O funcionamento também é simples: basta um computador conectado à internet e um roteador. Ao ligar o equipamento na rede, ele ganha um endereço IP exclusivo. Com ajuda de softwares (inclusos no pacote) ou por meio de um código HTML, será possível ver as imagens em qualquer lugar com acesso à web. É possível restringir o acesso à página de monitoramento também com o uso dos programas que acompanham o produto. ;O funcionamento e a instalação são simples. Se a pessoa sabe como conectar um modem à internet, saberá como operar os equipamentos;, explica Julio Esteves, gerente de marketing da Controle Net, empresa que vende produtos na área de segurança.
Antes de contratar esse serviço, é preciso analisar alguns fatores. O primeiro, traçar o objetivo para o uso dos equipamentos ; se será para vigiar a casa ou algum funcionário. ;Além disso, é preciso verificar a rede da internet no local, se ela oferece banda suficiente para ver pela internet e a escolha do equipamento (sem fio ou não);, afirma Faria da Axis.
;O principal fator para o crescimento das vendas chama-se custo. Modelos mais baratos podem custar cerca de R$ 400;, explica Esteves da Controle Net. O valor dos produtos variam de região. Um sistema com quatro câmeras e acesso pela internet sai, em média, R$ 3 mil. Uma única câmera, menos de R$ 800.
Opções caseiras
Se o preço dos produtos profissionais não é muito atrativo, a solução pode estar nas webcams. Alguns dispositivos possuem um software que permite o acesso as filmagens em tempo real. Basta instalá-los e configurar as melhores opções para começar a vigiar o ambiente.
Para as que não têm programa integrado, a solução pode estar em softwares avulsos. O HomeCamera está em fase de teste e ainda é gratuito. Com ele, é preciso apenas fazer um cadastro e configurar a webcam. Ao perceber o movimento no local, o programa envia um e-mail para o usuário, alertando para o ocorrido. Para verificar as imagens, basta acessar o site do software.
O Safe4Cam possui funcionamento semelhante ao HomeCamera. No entanto, além de incluir sensor de movimento, ele captura as imagens em formato JPG, o que facilita a visualização dos arquivos. Além de vigiar a casa, as câmeras servem para monitorar babás e empregados domésticos. A desvantagem desse tipo de serviço é que a webcam precisa estar conectada ao computador, e para alterar o local da filmagem deve-se levar todo o equipamento junto. Outro problema é o consumo de energia, pois o computador deve permanecer ligado para que o software consiga captar e transmitir as imagens.
Sorria! Você está sendo filmado
Monitorar a residência não é a única função das câmeras. O equipamento também permite checar o andamento de obras, manter a segurança nas escolas e até conhecer regiões de outros países
Não adianta tentar fugir. Elas estão espalhadas por todos os lados. As câmeras ganharam também a função de denunciar crimes nas ruas das principais cidades do país. Em Brasília, no fim do ano passado, a cidade do Itapoã ganhou a vigilância de 25 equipamentos, espalhados em pontos estratégicos, que acompanham a rotina da cidade e têm as imagens monitoradas por meio de uma central. O investimento foi de R$ 1 milhão. Em São Paulo, há 264 câmeras instaladas e, da mesma forma que aqui, quando percebida a possibilidade de ocorrer um crime, os operadores identificam o local da ocorrência e mandam viaturas. O custo total do monitoramento(1) foi de R$ 12 milhões.
Apesar de o investimento em câmeras surtir algum efeito no combate ao crime, o especialista em segurança pública da Universidade de Brasília, Roberto Aguiar, acredita que os equipamentos são apenas paliativos. ;O enfrentamento do crime se dá por um conjunto de medidas multidisciplinares e essa pode ser uma delas, mas depositar a confiança de que isso possa resolver é muita ingenuidade;, explica.
A questão da invasão de privacidade também é alvo de discussão. O grande problema é quando as imagens são usadas sem autorização e publicadas em outros meios de comunicação. ;Entre as pesquisas feitas, foi observado que as câmeras não ferem tanto a privacidade. Os equipamentos servem para buscar ações que podem gerar prejuízo coletivo. Então, não vejo que isso seja um grande empecilho;, defende Aguiar.
As câmeras que transmitem via internet também estão de olho nas obras realizadas pelos governos estaduais. No site do Governo do Estado do Ceará (http://cameras.gabgov.ce.gov.br), o contribuinte pode fiscalizar 28 obras em andamento, como o Centro de Convenções de Cariri e o Aeroporto do Acarati. Antes, as imagens eram exclusivas do governador, Cid Gomes (PSB-CE), que decidiu liberar as câmeras para acesso público em fevereiro. A iniciativa prevê que obras com valor acima de R$ 3 milhões contem com sistema de monitoramento.
Em Pernambuco, a vigilância das obras ficará exclusiva ao governador Eduardo Campos (PSB-PE). Seis câmeras serão responsáveis pelo trabalho de vigiar duas obras, o viaduto da PE-15, em Olinda, e a Unidade de Pronto Atendimento de Casa Amarela, em Recife. Ser um ;mestre de obras virtual; não saiu barato: o governo de Pernambuco gastou R$ 57.950 com as câmeras.
Colégio sitiado
Nem mesmo as escolas têm como fugir das filmagens. No Ciman da Octogonal, são mais de 150 câmeras espalhadas por diversas áreas do colégio, inclusive nas salas de aula. Os equipamentos não são usados para fins didáticos, como flagrar colas ou atitudes que atrapalhem o andamento das aulas. ;A função é manter a segurança. Tudo que acontece é gravado 24 horas por dia e temos uma central que me permite acessar os equipamentos;, explica Mark Mello, diretor do colégio.
As imagens das salas de aula não são mostradas aos pais. ;Se algum responsável quiser ver se o filho está se comportando bem, não será possível. Os vídeos ficam armazenados durante 60 dias. Caso aconteça alguma ocorrência temos como verificar depois;, afirma Mello. Para os pais dos alunos, o site da escola disponibiliza imagens das áreas comuns do local. A questão da privacidade também já foi discutida e os equipamentos filmam apenas de longe. ;Nossa preocupação é que, ao entrar aqui, o pai sinta que o filho está seguro;, completa Mello.
Câmera escondida
Se o objetivo é espionar ou vigiar em segredo, as opções vão de ventiladores a bichos de pelúcia com câmeras embutidas. No site do USB Geek, é possível encontrar uma tomada que começa a gravar a partir do comando de voz do usuário. As imagens são armazenadas em cartões de memória MicroSD e MicroSDHC de até 8GB. No mesmo site, há ainda uma câmera-isqueiro, com 1280 x 960 pixels de resolução, e bateria com até quatro horas de gravação. O dispositivo é também pendrive, o que facilita na hora de passar as imagens para o computador.
A tecnologia 3G chegou às câmeras de espionagem. Na loja Spy Shop, do Reino Unido, a Hidden 3G Camera se parece com um modem 3G para computador. Basta o usuário encaixar o chip nessa partição e realizar uma chamada de vídeo de outro celular, para verificar todas as imagens ao vivo. É possível, ainda, via SMS, ;pedir; para que o aparelho entre em contato com o celular e transmita uma imagem em determinada hora. Os dois grandes problemas desse equipamento são a baixa resolução (1.3MP) e o preço, 695 libras ou, aproximadamente, R$ 1,8 mil.
Para os profissionais, a empresa japonesa JTT criou o relógio espião com imagens em alta definição. O aparelho possui 8 GB de memória interna, resolução de 1280 ; 960 pixels a 30 quadros por segundo, e bate fotos com 8MP. Para transferir os arquivos, basta ligar o cabo em um conector próximo ao botão de ajuste da hora. O relógio sai por US$ 150.
1 - Trânsito
No site do Correio Braziliense (http://www.correiobraziliense. com.br), é possível acompanhar o fluxo de veículos em três pistas principais do DF: as vias N1 e S1 do Eixo Monumental e o Eixão Norte. As câmeras transmitem ; e podem ser acessadas ; 24 horas por dia.
Vitrine
Axis série M10
Os modelos dessa série apresentam recursos como sensor infravermelho para detecção de movimento, até mesmo no escuro. Possui também um LED branco para iluminar o ambiente automaticamente na ocasião de um evento/alarme ou quando acionado pelo usuário. Outros recursos incluem áudio bidirecional, com microfone e alto-falantes integrados.
Preço sugerido: não divulgado
Axis série M11
As câmeras modelos AXIS M1113 e AXIS M1114 possuem lentes que permitem que as câmeras sejam utilizadas em áreas sob condições de alta ou baixa iluminação. Todas as câmeras dessa série proporcionam fluxos de vídeo múltiplos, individualmente configuráveis e de alta resolução nos modos H.264 e Motion JPEG com resolução total de até 30fps.
Preço sugerido: a partir de R$ 800
D-Link série DCS-21
A linha composta pelas câmeras DCS-2102 (cabeada) e DCS-2121(sem fio) apresenta como diferencial permitir que as imagens também sejam acessadas em qualquer telefone celular com tecnologia 3G, além da internet. Outras características são gravação para o disco rígido local, detecção de movimento para iniciar uma gravação e enviar alertas para um endereço de e-mail ou telefone celular.
Preço sugerido: R$ 569 (DCS-2102) e R$ 759 (DCS-2121).
Panasonic BL-C1
Panasonic/Divulgação
Compacta, a BL-C1 pesa apenas 100g e, para ser instalada, basta rede elétrica e uma conexão de rede. Com um endereço, login e senha é possível acessar todo o seu conteúdo de qualquer computador conectado na rede ou por meio da internet.
Preço sugerido: R$ 638