postado em 13/07/2010 09:33
Mesmo com um ligeiro crescimento dos netbooks, não teve jeito: as pesquisas e os estudos que previam 2010 como o ano dos tablets no mundo acertaram em cheio. De acordo com o último relatório do Internacional Data Corporation (IDC), o número de vendas desses aparelhos vai atingir 7,6 milhões de unidades até dezembro. A expectativa, segundo o relatório, é de um aumento anual de 57,4% até 2014 ; o que representa 46 milhões de aparelhos vendidos. ;A disponibilidade de aplicativos únicos para os tablets e a experiência diferenciada ao utilizá-lo em comparação ao PC ou smartphones será crucial para guiar a demanda dos consumidores;, explicou Susan Kevorkian, diretora do programa de mercado digital mídia móvel e entretenimento, durante a apresentação do estudo.[SAIBAMAIS]Quem mais sofre com a chegada dos tablets são os netbooks. Apesar de os pequenos terem conquistado espaço no mercado e nas mochilas de muitos usuários, a vida deles pode chegar ao fim antes do que muitas empresas previam. De acordo com a consultoria norte-americana Forrester Research, os tablets devem superar a venda de netbooks já em 2012. Em 2015, as pranchetas eletrônicas corresponderão a 23% das vendas de PCs. ;O crescimento deles se dará pelas brechas dos netbooks, que têm perfil de consumo e navegação similares, mas não compartilham dados através de serviços como o iPad faz;, disse a analista da Forrester Research, Sarah Rotman Epps, na pesquisa.
Os desktops, por sua vez, terão uma vida prolongada. O mesmo estudo mostra que as vendas nos próximos cinco anos irão sofrer uma queda de 3 milhões de unidades, mas continuarão a ter um papel relevante no mercado entre os consumidores que precisam de mais capacidade para realizar atividades, como para jogos e edição de vídeo. O mercado em 2015, segundo a Forrester, terá a seguinte divisão: notebooks, 42%; tablets, 23%; desktops, 18%; e netbooks ,17%. ;Os tablets terão uma grande parcela do mercado de mobilidade no futuro. Inclusive, há empresas de aviação que vão disponibilizar acesso à internet e esses aparelhos serão as melhores opções para se navegar durante os voos;, diz Marcelo Martins, diretor comercial da MSI Computers no Brasil.
Múltiplas funções
A Consumer Eletronic Show (CES), realizada em Las Vegas, adiantou alguns modelos de tablets, como o Dell Streak e o Asus Eee PC touch, no início de janeiro. Os modelos são bons exemplos para mostrar que um dos trunfos desse aparelhos está na possibilidade de ser ao mesmo tempo computador, leitor de livro, porta-retrato digital e até GPS. O modelo da Dell, por exemplo, possui sistema operacional Android e apresenta câmera fotográfica de 5MP com flash. A tela de 5 polegadas não tem uma resolução tão alta (800 x 600 pixels), mas é suficiente para ver vídeos com qualidade. Além disso, tem atrativos para os mais jovens, como conexão direta com as principais rede sociais.
;Cada vez mais as pessoas precisam economizar espaço em casa. Por isso, buscam um equipamento mais compacto, mais moderno e sem cabos;, explica Martins da MSI, empresa que vai lançar dois tablets com 10 polegadas e com sistemas operacionais distintos (Windows 7 e Android). Os modelos foram apresentados na Computex, em Taiwan.
No entanto, é inegável que todo o frenesi em torno dessa novidade aumentou após o anúncio do iPad pela Apple, também no início do ano. O aparelho de Steve Jobs já vendeu 3 milhões de unidades em apenas 80 dias. A interface amigável ; e que tinha a fama consolidada com o iPhone; rendeu ao tablet da maçã o título de queridinho na categoria.
O iPad passou a ser tão visado pela concorrência que grande parte dos produtos dessa categoria lançados no mercado são para fazer frente ao aparelho da Apple. A LG, por exemplo, vai lançar até o fim do ano o LG UX10, com a promessa de deixar o iPad para trás. O produto vai ter sistema operacional Windows 7, tela de 10,1 polegadas LED touchscreen, 1GB de memória e conectividade Wi-fi. No último quesito, a LG deixa a desejar, já que o tablet de Steve Jobs possui acesso às redes Wi-fi e 3G. No entanto, a câmera de 1.3MP e suporte a cartão micro-SD e saída micro-HDMI fazem dele um bom oponente ao produto da maçã.
Estante de e-books
Os tablets parecem, por enquanto, não ameaçar o mercado dos leitores de livros digitais. No entanto, como prevenção, as empresas já estão incluindo mais funções aos e-readers. ;Os aparelhos para leitura de e-books nada mais são que um tablet, mas com um sistema operacional que não permite tantas funções. As empresas pegaram a interface do primeiro e aprimoraram para o segundo;, afirma Martins, da MSI.
A Amazon lançou um nova versão do Kindle, a DX. Nesse novo modelo, a Amazon incluiu um display maior, 9,7 polegadas, conectividade por 3G e capacidade para até 3.500 livros e revistas. A bateria é o ponto diferencial entre os e-readers e os tablets. O Kindle DX pode durar até 2 semanas com o Wi-fi desligado. A Amazon já vendeu mais de 300 mil unidades desde o lançamento do primeiro modelo, em 2007.
A popularidade dos e-readers aumentou com a entrada de novas marcas no mercado. A Sony lançou o Sony e-Reader para competir com o aparelho da Amazon. Como armas, a empresa japonesa multiplicou os formatos suportados pelo Reader e incluiu PDF, Microsoft Word e BBeB Book. Além disso, ele também é capaz de tocar música. Em parceria com o Google, a Sony montou uma loja de livros com acesso a mais de 1 milhão de e-books.