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Cyberdyne agora é aqui

Enviado Especial
postado em 15/09/2010 16:56
São Francisco (EUA) - O Chief Technology Officer (CTO) da Intel, Justin Rattner, encerrou a edição 2010 do Intel developer Forum (IDF) com um discurso instingando o que ele denominou de computação sensível ao contexto. Ou seja, na linguagem de leigos do mundo da tecnologia, Rattner descreveu que os computadores vão, em um futuro próximo sentir e reagir ao seu ambiente imediato - máquinas inteligentes, se você quiser. Nesta edição, cerca de 6,5 mil pessoas participaram do IDF, entre jornalistas especializados em tecnologia, desenvolvedores e representantes de empresas convidadas pela fabricante de processadores.

Rattner salientou que muitos dos aparelhos que temos hoje disponíveis no mercado mundial têm um poder incrível e uma grande quantidade de aplicações - o iPhone da Apple, por exemplo -, mas o acesso a estes aplicativos exige intervenção do usuário, na medida em que o ser humano é necessário para acionar os softwares instalados nos dispositivos de forma manual. No futuro, a computação consciente do contexto deve fornecer os dispositivos com um sentido básico de inteligência, disse Rattner.

Não entendeu ainda? Bom, segundo Rattnerm, isto significa que os dispositivos futuros vão coletar informações sobre você o tempo todo, acumulando dados de quem está com você, seus gostos e desejos, e, em seguida, prevendo que suas necessidades podem ser através de recomendações em torno dos dados coletados. Rattner mostrou uma demonstração dessa tecnologia por meio de uma "aprendizagem" de um programa voltado quem está de férias e instalado em um dispositivo portátil de acesso à internet (um tablet, por exemplo).

Baseado na região de São francisco, o programa oferecia ao internauta opções de roteiros e locais de sua preferência, baseados no aprendizado já existente das ações do usuário. "Nós já temos muitos dos sensores de hardware necessários para a computação consciente do contexto - GPS, geo-tagging, acelerômetros, conexões de alta velocidade à internet,etc - isso é uma questão de engenharia de software a se adptar ao hardware atual", acredita Rattner.

É tudo pessoal
Mas, a computação consciente do contexto é mais do que apenas uma ajuda em tempo real para as suas férias, disse Rattner: ela pode ser aplicado em praticamente tudo e em qualquer lugar. O CTO da Intel demonstrou um controle remoto de TV equipada com um sensor especial, usando o que ele denominou de "aprendizado não-supervisionado" para personalizar a experiência de visualização da TV pelo usuário: os sensores do controle identificaram o usuário e, em seguida, conectou-se ; tv para carregar as listas de programas pessoais do usuário. "O PC é pessoal outra vez, mas este tipo de abordagem do contexto vai levá-lo para um outro nível", avalia Rattner.

Como funciona o conceito de aprendizado não-supervisionado"? A resposta, de acordo com Rattner, é surpreendentemente simples. O hardware é equipado com sensores que coletam dados que são chamados de "hard" e "soft": "hard", refere-se a detecção física enquanto "soft" são os acumulados a partir de sensores passivos, tais como os comentários no Twitter ou Facebook. O software do dispositivo, em seguida, agrega todos os dados para saber mais sobre o usuário - criando ai o banco de dados relativo às preferências do usuário - e, em seguida, fornece várias recomendações ao seu redor.

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