Tecnologia

Game de ação Hydrophobia se passa em um navio à beira do naufrágio

postado em 12/10/2010 08:00
A engenheira Kate Wilson deve  sobreviver aos ataques inimigos   durante o jogo. Ter que  escalar, correr  e saltar a todo momento o torna cansativoA água é um inimigo dos jogadores de videogame. Desde Sonic e Mario na época dos 16-bits, as fases aquáticas, principalmente aquelas em que o personagem precisa escapar da parte com água para não perder o fôlego, causam repulsa e ódio nos gamers. É nesse sentimento de ansiedade submersa que se constrói o game Hydrophobia, da produtora inglesa Dark Energy Digital, lançado na Xbox Live Arcade no fim de setembro.

O game, anunciado há mais de três anos, tem como ponto forte a HydroEngine, um motor gráfico inédito, desenvolvido pela própria empresa, que promete simulações mais realistas dos efeitos da água. Para colocar a tecnologia à prova, a trama do jogo envolve o naufrágio de um gigantesco navio: o misto de cruzeiro e cidade aquática chamado Queen of the World.

Na trama, o ano é 2051, e o planeta enfrenta sérios problemas de superpopulação e escassez de recursos. Os problemas geram duas correntes políticas com pensamentos distintos sobre qual rumo a humanidade deve tomar: os Cornucopians ; a elite que reside no Queen of the World e acredita em uma solução com base na tecnologia ; e os Malthusians, que desejam matar para reduzir o número de habitantes na Terra, e atacam o super-navio.

Na pele da engenheira e improvável protagonista Kate Wilson, você deve sobreviver ao ataque, enquanto explora as partes internas do navio, cada vez mais submersas. Por trás dessa trama relativamente elaborada, o game é bem simples: vá até o objetivo ; apontado no mapa e na tela ;, faça o que deve fazer e siga para a próxima tarefa.

O game, entremeado por uma quantidade um pouco excessiva de cenas de corte, é uma combinação criativa de plataforma, jogo de tiro e exploração em primeira pessoa. Além de danificar a estrutura do navio, os terroristas invadiram seu sistema de segurança. Por isso, Kate precisa decifrar os códigos para abrir o caminho.

Isso é feito com um aparelho especial chamado Mavi e, quando ele é equipado, a câmera passa a funcionar em primeira pessoa. Além disso, a engenheira se depara com alguns dos soldados da ideologia malthusiana e deve enfrentá-los com armas de fogo. O combate é feito com um sistema de tiro em terceira pessoa que não atrapalha, mas também não possui nenhum brilho.

Na maior parte do tempo, você explora o cenário mergulhando, saltando e escalando. Infelizmente, é a parte mais irritante da exploração, porque a movimentação da engenheira é travada e os comandos não respondem de imediato; é preciso segurá-los por alguns segundos para que ela execute a ação. E tudo isso com a água invadindo o cenário.

Gráficos confusos
Como prometido, a física da água invadindo os ambientes de Hydrophobia é sensacional, mas, pelo resultado final, a impressão é que a equipe do game passou tanto tempo trabalhando nesse aspecto que se esqueceu de dar polimento a outras partes. A movimentação de Kate dentro d;água também é confusa. É comum que ela não consiga emergir ou tente andar em um local totalmente submerso.

Isso também se aplica aos gráficos e som do game. A fluidez com que a água corre é incrível, mas o resto está longe de ser convincente. O cenário ainda escapa, mas Kate e os outros personagens não ; sua modelagem é simples e aproveita pouco o poder gráfico do Xbox 360. Essa deficiência fica nítida principalmente nas cenas de corte.

Pelo preço e pela proposta dos games da Live Árcade, mais curtos e descompromissados, Hydrophobia cumpre bem o papel e entretém de forma satisfatória. No entanto, ao observá-lo com atenção, fica claro que a pretensão do game era muito maior do que seu resultado final apresenta. E a bela apresentação gráfica e física da água serve de exemplo para os próximos games que usem esse elemento em sua jogabilidade.

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