Tecnologia

Com mercado de US$ 6,2 bi, aplicativos para celular já são mais de 300 mil

Loja da Apple lidera em número de programas

postado em 09/11/2010 08:00
Smartphones e aplicativos formam a união perfeita. De todos os aparelhos celulares vendidos no mundo no segundo trimestre deste ano, 50% foram de smartphones, de acordo com a consultoria ABI. Já os programas feitos para esses aparelhos devem registrar um faturamento de US$ 6,2 bilhões até o fim do ano e com previsão de crescer cinco vezes mais até 2013, segundo a Gartner. ;Com o crescimento da popularidade dos smartphones, as lojas de aplicativos tornam-se o foco de vários investidores. Mais consumidores irão experimentar o download dos programas;, avalia Stephanie Baghdassarian, diretora de pesquisa da Gartner.

Um dos responsáveis pela expansão desse serviço foi o smartphone criado pela equipe de Steve Jobs, o iPhone. A App Store, lançada com a segunda geração do aparelho, vivencia um crescimento vertiginoso. Em julho de 2008, havia apenas 500 aplicativos prontos para o sistema operacional da marca. Um ano depois, o número já passava dos 55 mil. Em outubro deste ano, a loja está perto de superar os 300 mil aplicativos.

A App Store teve 5 bilhões de downloads desde sua criação até junho de 2010. ;A mobilidade é o principal atrativo dos programas para smartphones. Não é preciso pegar trânsito, faltar reuniões ou sair de casa para resolver problemas simples. E ainda há a questão do entretenimento, que também chama a atenção;, explica Lúcio Carvalho, responsável pela área de aplicativos da Mobility, empresa de Brasília que cria programas para celulares.

Na App Store é possível disponibilizar os aplicativos de graça ou cobrar por eles. No segundo caso, de acordo com a política de divisão de lucros da Apple, o desenvolvedor fica com 70% do lucro, enquanto a empresa ganha 30%. Todos os aplicativos passam pela aprovação da companhia de Steve Jobs. A maior parte é aprovada pela empresa. Quem tiver um programa rejeitado recebe um aviso do que aconteceu. Geralmente, aplicativos que possuem funções já existentes no aparelho, como, por exemplo, a mesma interface de e-mail, ou uma utilidade limitada, são rejeitados pela empresa. O desenvolvedor pode ajustar o programa e se adequar às normas.

A chegada do iPad provocou uma reviravolta nesse mundo. Para comportar as 10 polegadas da tela do tablet, os desenvolvedores tiveram que lançar versões específicas ou adaptar os programas já existentes. Já são mais de 5 mil aplicativos para o dispositivo, que vendeu quase 2,5 milhões de unidades desde o lançamento. O tablet também fez subir os preços dos programas. De acordo com a Distimo, empresa de análise desse mercado, em abril a média de preços foi de US$ 4,67 para os do iPad, enquanto entre os do iPhone foi de US$ 3,62.

Tempo perdido
O Symbian, sistema operacional utilizado nos aparelhos da Nokia, por exemplo, enfrenta uma fase de altos e baixos. Por um lado, foram 27 milhões de aparelhos celulares equipados com o OS no segundo trimestre de 2010, de acordo com a Symbian Foundation. Esses números devem aumentar até o fim do ano com a chegada do Nokia N8. Ele ainda possui a maior fatia de participação do mercado, com 37%. Por outro lado, analistas apontam que o sistema está ultrapassado e fadado ao esquecimento até 2012. A Nokia deve adotar o Meego (baseado no Linux) nos próximos celulares e a Sony Ericsson já abandonou a plataforma.

Enquanto essa fase não passa, as empresas que utilizam o Symbian tentam recuperar o tempo perdido e lançam lojas com aplicativos que suportam a plataforma. A loja Ovi ; sistema presente nos celulares da Nokia ; possui 140 milhões de usuários cadastrados e uma base com cerca de 7 mil aplicativos. E os programas possuem preços menores que os praticados pela concorrência. Durante o Mobile World Congress deste ano, a Distimo mostrou que o valor médio de um aplicativo da Ovi Store é de US$ 3,47, o que é US$ 0,15 mais barato que a App Store e US$ 0,20 mais barato que o Android Market.

Compras no Android
Ao contrário do Symbian, o Android, sistema operacional criado pelo Google, está mais consolidado do que nunca. De acordo com a empresa de pesquisa Canalys, a participação de smartphones com Android ultrapassou a RIM (fabricante do Blackberry), a Apple e a Microsoft e conquistou o segundo lugar na participação do mercado no mês de agosto.

Cerca de 160 mil telefones foram ativados por dia durante o segundo trimestre deste ano ; duas vezes e meia mais que no primeiro trimestre. ;Um dos problemas do Android é que cada empresa de celular que o adota pode possuir uma loja. Para se manter o aplicativo atualizado em apenas uma plataforma, como a da Apple, já é complicado, imagina para todos os do Android;, afirma Carvalho. Para tentar minimizar o problema, as empresas investem em web apps, programas criados para a internet e que rodam em todos os aparelhos.

A Android Market, a loja do sistema operacional, já tem mais de 70 mil aplicativos. Uma das vantagens desse comércio é a quantidade de programas gratuitos. O mercado do Android possuía no começo de setembro duas vezes mais aplicações oferecidas de graça que a App Store. São 60% de programas desse tipo no sistema do Google, contra 29% da Apple e 26% da RIM, de acordo com a Distimo.

LOJA DA MICROSOFT
O lançamento do Windows Phone 7, sistema operacional da Microsoft para celulares, deve provocar um aumento no número de aplicativos do Windows Phone MarketPlace. Atualmente, a plataforma conta com apenas mil aplicativos. A vantagem do sistema da Microsoft é que quem já possui um Windows Live ID ; utilizado para acessar o MSN ou o Hotmail ; está automaticamente cadastrado na loja. Todos os novos aparelhos com o sistema operacional devem chegar às lojas até o fim do ano.

BLACKBERRY NA DISPUTA
; A BlackBerry App World, loja oficial de aplicativos para smartphones BlackBerry, lançada no Brasil em 2009, ganhou uma nova versão, que passa a incluir aplicativos pagos também para usuários da América Latina e do Caribe. A loja agora aceita pagamentos com cartões de crédito da região e inclui funções mais avançadas de busca. A nova versão também é compatível com a tecnologia QR code, permitindo que os usuários leiam códigos referentes a aplicativos em qualquer lugar, como nas edições do Correio. A BlackBerry App World possui mais de 10 mil aplicativos e cerca de 1 milhão de programas são baixados por dia.

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