Jornal Correio Braziliense

Tecnologia

Game baseado na série Jogos mortais troca sustos por sequências repetitivas


Um homem está sentado em uma cadeira, no centro de uma sala escura, com uma armadilha de urso presa em seu pescoço. De repente, a televisão à sua frente liga e uma voz aterrorizante diz que aquela armadilha vai matá-lo em alguns minutos, a não ser que o homem abra com um estilete um corte recém-costurado abaixo de seus olhos, coloque os dedos dentro do rosto e retire de lá a chave que destranca o colar. Nessa hora, o jogador assume e deve fazer tudo o que foi citado acima.

Assim como o maníaco Jigsaw faz com suas vítimas em Jogos mortais, o game licenciado Saw II obriga você a passar por esse tipo de situações extremas se quiser sobreviver. Ou, no caso do jogo, avançar na história e ir até o fim. Lançado em outubro ; e coincidindo com a estreia do sétimo filme da série nos Estados Unidos ;, o game apresenta acontecimentos entre o segundo e terceiro filmes da série. Você assume dois papeis: primeiro, o de Campbell, em um segmento inicial que ensina os comandos do jogo, e, depois, com Michael, que investiga a morte de seu pai, o detetive David Tapp, que aparece no cinema.

Embora se exija muito esforço para o jogador entender a relação dos personagens do jogo com os acontecimentos dos filmes, a história consegue andar com as próprias pernas mesmo se você não estiver familiarizado com a série. A ação se passa nos covis preparadas por Jigsaw, o maluco por trás dos jogos sádicos de vida ou morte.

Os cenários, quase sempre sujos e pouco iluminados, estão repletos de armadilhas que tentam pegar o personagem ; a não ser que você aperte botões rapidamente para escapar. O único problema é que, já no tutorial com Campbell, o game ensina como se livrar disso. As arapucas são quase sempre as mesmas, tirando o fator surpresa que elas deveriam ter. Em pouco menos de uma hora, é fácil prever praticamente tudo que Jigsaw tentar aprontar nos segmentos normais de jogo, em que você está explorando o cenário em busca de pistas.

Saw II também apresenta alguns quebra-cabeças. Na maioria das vezes, eles são os mesmos: um cadeado com senha ou um painel de eletricidade. No entanto, eles têm um pouco mais de variação. Para conseguir os números do cadeado, por exemplo, é necessário raciocinar de formas diferentes, fazendo um bom contraponto com as partes de ação.

Além das armadilhas e quebra-cabeças, em alguns momentos você deve lutar contra um inimigo, seja utilizando o cenário seja com uma sequência guiada por botões, sem muita animação ou suspense. São as piores partes do jogo, mas pelo menos aparecem em menor frequência.

Saw II pode até agradar quem é fã dos filmes, mas não possui nenhum momento memorável. O game pode até não assustar, mas tem na mesmice de suas sequências de armadilhas e quebra-cabeças a sua tortura particular.

Saw II: flesh & blood
; Produção: Konami
; Desenvolvimento: Zombie Studios
Disponível para Playstation 3 e Xbox 360
; Número de jogadores: 1 (apenas single-player)
; Preço: R$ 199