postado em 23/11/2010 08:00
Para a maior parte dos usuários de desktops e laptops, sistema operacional é sinônimo de Windows. Não é de se espantar: de acordo com o relatório de outubro da empresa NetMarketShare, a plataforma da Microsoft está presente em 91,09% dos computadores, enquanto que o Mac OS, da Apple, aparece com 5%, e o Linux ; de código aberto ; tem 0,86% da preferência. No entanto, esse cenário deve mudar com a chegada da nova plataforma do Google, o Chrome OS, anunciado para desembarcar nos primeiros netbooks e tablets em ;poucos meses;, de acordo com o CEO da empresa Eric Schimdt. ;O Google tem fortes chances de ameçar a Microsoft. Ele vem dominando espaço em todas as áreas;, explica Eduardo Izabela, diretor técnico da Promisys, empresa especializada em tecnologia da informação. O Chrome OS foi anunciado no ano passado pela empresa e é baseado quase que exclusivamente na computação das nuvens. ;Primeiro, é todo sobre a web. Os aplicativos são da internet. Toda a experiência começa com o navegador e não há um desktop convencional. Isso significa que os usuários não terão que instalar, alterar e atualizar os programas;, explicam os técnicos do Google, no blog oficial. A preocupação quanto à segurança também será um dos pontos fortes do OS.
Ao contrário das plataformas já conhecidas, o Chrome OS não confia nos aplicativos que serão rodados no programa. As diretrizes do projeto ressaltam, por exemplo, que a cada vez que reiniciar o computador, o sistema verificará a integridade do código. ;A computação na nuvem vai trazer benefícios. A pessoa vai ter um OS base, com programas básicos, e como um quebra-cabeça, ele vai escolher os softwares de que precisa. A Microsoft, claro, não vai perder tempo nesse quesito;, ressalta Humberto.
Há alguns pontos ainda contraditórios no Chrome OS. O primeiro é que, apesar da vantagem proporcionada pelo cloud computing de não ser necessário instalar nada e utilizar tudo da internet, o computador pode se tornar inacessível em locais sem rede. Inclusive, o Google ainda não divulgou se haverá a possibilidade de se utilizar modens com rede 3G. Outro ponto é que a empresa não pretende liberar o uso de outro navegador que não seja o Chrome. A defesa, nesse caso, é de que o navegador também possui código aberto e pode ser alterado da forma que o usuário desejar.
Apesar de Eric Schimdt ter afirmado que o OS será aberto a todos, ainda há dúvidas quanto à disponibilidade do produto no mercado. De acordo com informações preliminares, o Google não vai autorizar o processo de download e instalação do sistema em qualquer computador. A empresa de buscas irá certificar os equipamentos que podem receber o OS. Sabe-se ainda que será exigido equipamentos com processadores x86 e ARM, além de memória SSD.
Windows 8
Apesar do sucesso da versão 7 do Windows ; que já vendeu mais de 175 milhões de unidades e superou o Vista ;, a Microsoft pretende lançar no último trimestre de 2012 o Windows 8. Informações preliminares dizem que a nova plataforma vai priorizar a integração com serviços on-line e a computação nas nuvens.
Apple na batalha
Já o grande problema do sistema operacional da Apple, o Mac OS X, é que ele está restrito aos equipamentos da marca. No entanto, a empresa tem um grande aliado para roubar parte do público da Microsoft, o sistema iOS, que equipa o iPhone, o iPad e o iPod. É com base nesse OS que a Apple vai lançar no ano que vem o Mac OS X Lion para laptops e desktops. O que mais chama atenção em toda essa história é que a Apple segue um caminho contrário. ;Qual é a filosofia do Lion? Nós começamos com o OS X e criamos uma nova versão chamada iOS, utilizado no iPad, por exemplo. Nós estamos inspirados por essas inovações. Queremos trazer de volta ao Mac. O Mac OS X conhece o iPad;, explicou Steve Jobs, em evento para promover os novos laptops da empresa.
;Apesar do sucesso da Apple, acredito que Jobs não vá alterar esse sistema de vendas. Em termos de distribuição de sistema operacional, ele se fecha e não abre mão. O Mac ainda é um produto da classe e não tende a se popularizar;, explica Humberto.
O Lion traz, além da interface muito parecida com a do tablet, a possibilidade de ser multitouch, mas um pouco diferente que no iPad. Steve Jobs crê que o uso Magic Mouse ; produto que não utiliza botões ; e o trackpad, uma espécie de superfície que utiliza o dedo para mover o mouse, trará uma nova maneira de interagir com o sistema. Além disso, App Store passa a fazer parte do OS, o que abre mais possibilidades para o desenvolvimento de aplicativos. Agrupar programas em pastas e o multitarefas tal qual no iOS também serão incorporados.
Disputa no celular
; As especulações sobre uma possível ameaça ao Windows, por enquanto, tem como base o sucesso do sistema operacional do Google voltado para celulares, o Android, que detém 25% do mercado. Atualmente, com o Windows Mobile 6.5, a Microsoft possui apenas 6,8% de participação, atrás do Symbian e da Rim, fabricante do Blackberry. O cenário, no entanto, ainda vai ser de muita disputa nessa área. De acordo com a consultoria IDC, a plataforma do Google deve crescer 51,2% em quatro anos e abocanhar 24,6% do mercado. A Microsoft também deve ganhar adeptos e aumentar a participação em 43,3% até 2014, o que representa quase 10% de aparelhos equipados com o OS.