postado em 03/12/2010 12:04
Para os consumidores que compram em lojas físicas, a correria na hora de escolher os presentes nesta época é sempre a mesma: clientes deixando tudo para a última hora, comércio lotado, empurra-empurra para conseguir os produtos. Já para aqueles que usam a web, tudo é feito no conforto do lar, com muito mais tranquilidade. A Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (camara-e.net) estima que pelo menos 23 milhões de consumidores pretendem ir às compras utilizando a internet. Ainda de acordo com a camara-e.net, o e-commerce deve crescer 40% se comparado com o ano anterior. ;O faturamento das vendas on-line do segmento e-varejo deve superar R$ 15 bilhões em 2010, e a previsão de crescimento para o último trimestre é de R$ 3,3 bilhões;, prevê Manuel Matos, presidente da entidade multisetorial.[SAIBAMAIS]Durante as três semanas que antecedem o Natal, os sites vendem o volume equivalente a oito semanas fora desse período de compras. O Natal representa aproximadamente 16% das vendas de todo o ano. Os eletrônicos e os produtos de informática prometem liderar a lista, assim como no ano passado. O valor de cada compra também deve subir, ultrapassando a marca dos R$ 346 registrados em 2009. ;O crescimento do e-commerce é uma tendência mundial, impulsionado por vários aspectos, como o aumento da base de usuários de computador, que estão experimentando a modalidade de compras on-line pela primeira vez, e a maturidade do internauta;, explica Flávio Dias, diretor de e-commerce do Walmart.
A maior confiança nas transações on-line também contribui para o aumento na procura pelos produtos em prateleiras virtuais. ;Sabemos que ainda há muitas pessoas que não experimentam a compra on-line por medo. Estamos tentando quebrar esses paradigmas. Todos estão sujeitos a terem as informações roubadas em qualquer lugar, seja loja física ou internet. Escolher bem a empresa e manter o computador com antivírus atualizado já diminui bastante os riscos;, afirma Dias.
Entrega em casa
As empresas também começam a alterar a forma de operar para garantir o estoque e as entregas até o Natal. ;O planejamento no e-commerce começa pelo menos três meses antes, para suportar o volume de transações. Em dezembro, costumamos trabalhar com o dobro de pedidos que nos outros meses;, ressalta Dias. Para evitar a frustração de não receber a encomenda são necessários alguns cuidados. ;Sugerimos que não deixem para a última hora, pois, em alguns casos, podem ocorrer atrasos. É bom antecipar as compras em até três dias, dependendo do estado em que o consumidor fizer a encomenda. Se estiver mais longe da base da empresa, por exemplo, é preciso alguns dias a mais de antecedência;, aponta.
A maior parte das encomendas chega por meio da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), que coloca em campo uma operação especial nesta época, que inclui a contratação temporária de recursos (pessoal, veículos e equipamentos), além de 108 mil empregados ; dos quais 56 mil carteiros ;, 7,5 mil unidades de distribuição e uma frota de 13 mil motocicletas, 8,5 mil veículos e 10 aviões ; entre frota própria e contratada.
Em 2009, a empresa entregou cerca de 1,6 milhão de encomendas oriundas do comércio eletrônico. Para este fim de ano, os Correios estimam um aumento de 35% no volume de encomendas do e-commerce. Essas encomendas são incorporadas ao fluxo operacional, que envolve toda a carga postal, estimada em 35 milhões por dia.
Brasil na liderança
O comércio virtual no país cresce a números exorbitantes. De acordo com a camara-e.net, desde o início da década até hoje, o faturamento nacional passou de R$ 549 milhões em 2001, quando foi feito o primeiro registro, para R$ 10,8 bilhões em 2009. Em relação aos outros países da América Latina, o Brasil é líder e responde por 60,8% do consumo on-line total, superando o México (12%) e o Chile (5%).
Hora da pechincha
De acordo com a consultoria norte-americana comScore, o Brasil tem a maior audiência da América Latina em sites de comparação de preços. As visitas a esses sites correspondem a 33,8% do total, enquanto que a média é de 21,5%. A segunda categoria mais popular é a de páginas de eletrônicos de consumo, com 33,5% das visitas, seguida por sites de programas de computador (13,5%) e de livros (10,6%).