postado em 07/12/2010 08:00
Para suportar o aumento do consumo de dados pela internet, a tecnologia também terá que evoluir rapidamente. A expectativa é de que, até 2015, mais 1 bilhão de pessoas estejam ligadas à rede mundial de computadores. E o crescimento vai além. Hoje, enquanto 80% dos dispositivos conectados são computadores e telefones, em cinco anos, carros, TVs e eletrodomésticos elevarão os equipamentos que conversam com a web em 2 vezes e meia, passando de 4 bilhões para 10 bilhões em todo o mundo.O aumento do fluxo de informações vai exigir 20 vezes mais capacidade computacional, 16 vezes mais espaço de armazenamento e oito vezes de largura de banda. Todo esse volume de informações trafegando vai ajudar nas tarefas do dia a dia e criar um ;meio ambiente; conectado. Assim, será possível lidar com a mesma interface em diferentes dispositivos durante o dia, acessando, em todas, arquivos, como fotos, vídeos, músicas, e-mails e por aí vai.
A iniciativa da Intel nesse sentido leva o nome de Meego, um sistema operacional baseado em Linux que servirá para vários tipos de dispositivos, passando pelo computador, pelo smartphone e indo até carros, geladeiras e TVs inteligentes. A coisa deverá ser intuitiva, como fechar a porta de um carro.
Por exemplo: durante um passeio de carro, os filhos assistem a um filme. Mas o percurso chega ao fim sem o filme ter acabado. Sem problemas ; ao sair do carro, a transmissão passa direto para a tela do celular dos meninos. Em seguida, para a TV da sala, quando o sistema ;reconhecer; que todos entraram em casa. Isso será possível, com ligações, com acesso a contatos, com e-mails, com músicas, com fotos.
Tudo porque os arquivos estarão na nuvem e poderão ter escalabilidade. No sistema, ao reconhecer uma tela pequena de celular, é enviada uma versão de menor qualidade da imagem (para não sobrecarregar o aparelho), mas a exibição não para.
Outras iniciativas já vislumbram essa nova realidade. Com a Google TV, lançada pela Sony em outubro, o usuário consegue levar várias informações que já estavam atreladas ao seu login no computador e no celular para a TV, como preferências de busca, histórico e configurações feitas nos smartphones com Android e browser Chrome. E as possibilidades ainda devem aumentar, com a chegada do sistema operacional Chrome, que atuará, basicamente, com informações que estão nas nuvens.
Assim, a música que já passeou por disquetes e hoje está em pendrives e HDs passaria para a nuvem, podendo ser tocada em qualquer lugar com acesso à internet, por streaming. Serviços de locação de filmes pela web, como o Netflix, já deixaram o computador e estão disponíveis nas próprias TVs. É só escolher e a exibição começa, sem ter que esperar pela grade de programação dos canais de televisão. E, segundo pesquisa apresentada pelo gerente de novas tecnologias da Intel Brasil, Américo Tomé, 76% das pessoas querem acessar aplicações usando seus televisores.
O jornalista viajou a convite da Intel
O que é?
; A computação em nuvem, ou cloud computing, em inglês, armazena programas e dados em servidores, que são disponibilizados aos usuários pela internet. Assim, boa parte das tarefas não acontece no computador do usuário, mas de forma remota.
Cloud computing mais esperta
Para dar conta do recado, os serviços de computação em nuvem devem evoluir. ;A tecnologia como é entregue hoje não comportará esse tipo de conhecimento. O cloud computing tem de atender os dispositivos servindo aos consumidores na maneira que precisam. Assim, ele passa a contratar serviços, grupos de recursos, pagando à medida em que for utilizando;, destaca Maurício Ruiz, diretor para o Segmento Corporativo da Intel Brasil.
;O ideal é que eu possa jogar minha música para a nuvem e ouvi-la no carro, por exemplo, mas isso envolve outras questões, como acesso a banda larga móvel;, conclui. Outro ponto que tem de ser trabalhado é na questão da segurança.
Com servidores constantemente informados da posição das pessoas e de seus dados, pode ser um prato cheio para golpes e crimes. ;Essa é uma questão que tem de ser resolvida junto com o processo ou as pessoas não irão adotar as novidades;, destaca Reinaldo Affonso, diretor de desenvolvimento tecnológico da Intel Brasil.