postado em 21/12/2010 08:00
Impulsionado pelos lançamentos de acessórios e pelo bom momento da economia em relação ao cenário mundial, o mercado de games brasileiro esteve movimentado e teve boas novidades para o consumidor em 2010, apesar da persistência de alguns velhos problemas, como os preços altos devido à carga tributária sobre os jogos. Além da chegada de grandes empresas em território nacional, o Brasil também observou o nascimento de campanhas importantes ligadas à área de games.Quatro anos após o surgimento da mais recente geração de consoles, o país finalmente tem os principais equipamentos à venda com representação oficial, algo que não acontecia desde meados dos anos 1990. O feito histórico foi alcançado com o lançamento do Playstation 3 em agosto, custando R$ 1.999. Já a Microsoft foi responsável por uma das mais aguardadas notícias pelos jogadores: a versão brasileira da rede on-line Live, no ar desde novembro, e a Nintendo trouxe ao país games como Donkey Kong country returns com poucas semanas de diferença em relação aos lançamentos no exterior.
O país também fez parte do lançamento mundial do controle-câmera Kinect. Com preço sugerido de R$ 599, o acessório chegou aqui em 18 de novembro e o primeiro lote esgotou rapidamente nas lojas brasileiras. Há quatro anos no país, a Microsoft celebra os bons resultados e lembra ter sido a primeira a lançar seu console da atual geração por aqui. ;Dá para afirmar que é o melhor ano do Xbox no Brasil, até pela condição de mercado. Quando entramos (em 2006), não tínhamos tanta experiência nesse meio de games. Fizemos um trabalho de ;bandeirante;;, aponta Guilherme Camargo, gerente de marketing do Xbox 360 no Brasil.
A Sony demorou um pouco mais para trazer o Move, disponível no exterior desde setembro. Na sexta-feira, em nota oficial, a empresa anunciou a chegada oficial do Playstation Move ao Brasil. O pacote chegará às lojas custando R$ 799, com o equipamento, a câmera Playstation Eye (necessária para reconhecer o controle) e o jogo Sports champions. Procurada pelo Correio para comentar o assunto, a Sony não se pronunciou até o fechamento da edição.
Outro marco importante foi a instalação de escritórios da Blizzard no Brasil. A empresa, mais conhecida pelo RPG World of warcraft, inovou ao trazer uma versão nacional de StarCraft II por R$ 49, embora com uma licença de apenas seis meses de uso.
Estrutura
Com mais representações oficiais, o mercado brasileiro começou a ganhar maior estrutura. ;Isso mudou bastante em termos de experiência de compra do consumidor. Agora, ele pode comprar em lojas oficiais, ter conteúdo em português. Há quatro ou cinco anos, seria impossível. Sem falar de atividades de marketing, lançamentos de primeira mão. Ainda há o que melhorar no Brasil, mas temos crescido progressivamente bem;, pondera Guilherme Camargo.
O setor ainda enfrenta um velho problema: os preços elevados dos consoles, consequência de uma alta carga tributária. Para tentar resolver a situação, o colecionador de games Moacyr Alves. criou o movimento Jogo Justo, que tem recebido boa dose de apoio de produtoras e outros setores ligados à área de games. Inicialmente, o projeto tinha como objetivo apenas reduzir os impostos sobre consoles e jogos, por meio de projetos de lei ou de contato direto com a Receita Federal.
Mas, segundo seu mentor, ele ganhou novas proporções. ;Na verdade, o que a gente quer é ajudar todo o mercado brasileiro de videogames. Nós queremos reclassificar o game como produto cultural. Colocando nesse patamar, os impostos vão lá para baixo;, explica Alves. Atualmente, os games estão na categoria de jogos de azar.
Com o apoio do varejo, o Jogo Justo terá uma manifestação no dia 29 de janeiro, com venda de jogos a preços reduzidos. Além disso, o movimento também prepara ações em conjunto com cursos de desenvolvimento de jogos. ;Acho que isso será bom para as empresas e para as faculdades. Precisamos de espaço para os jovens que se formam em games trabalhem aqui, em vez de ir para o exterior;, avalia.