Tecnologia

Mercado é dominado por smartphones e já se prepara para a chegada do 4G

A telefonia presenciou um salto em tecnologia e mobilidade. Há 15 anos, conseguir uma linha de telefone poderia levar anos

postado em 28/12/2010 08:00
A telefonia presenciou um salto em tecnologia e mobilidade. Há 15 anos, conseguir uma linha de telefone poderia levar anosEntrar em uma grande fila e ter que pagar quase US$ 12 mil por um linha telefônica parece algo absurdo nos dias de hoje. Mas, para poder se comunicar via telefone durante a década de 1990, era preciso ter muita paciência e gastar uma boa quantia. A sorte também era fator importante, pois a Telebrás ; empresa que controlava a comunicação no país ; fazia sorteios pelos números da loteria federal.

[SAIBAMAIS]Ter uma linha de telefone era um investimento e precisava, inclusive, ser declarado no Imposto de Renda. A professora Amasile de Fátima Santos, 57 anos, chegou a Brasília em 1991, mas só foi conseguir o telefone dois anos depois. ;Eu fiquei em uma lista de espera e ainda paguei muito caro;. A professora recorda que, quando morava em Petrópolis (RJ), apenas uma tia contava com a linha telefônica. ;Na época, ela fez um cadastramento e havia toda uma burocracia. No bairro, todos os vizinhos utilizavam o telefone e ela não cobrava, era tudo na base da amizade;, lembra.

A privatização em 1998 dividiu a Telebrás e trouxe a concorrência e o estímulo ao desenvolvimento do setor. ;Foi muito importante ter a competição e as várias operadoras no mercado formadas por grupos fortes, que, em muitos casos acabaram se consolidando. Esse é um mercado de escala, as empresas têm força e muita capacidade de investimento;, explica Jaqueline Lee, diretora de marketing da Qualcomm, empresa da área de telecomunicações.

;Hoje é muito tranquilo, não dá para comparar com aquela época. Às vezes fico pensando como conseguíamos viver sem um telefone. Todos os meus familiares têm até mais de um;, afirma Amasile. O Brasil contabiliza hoje 44 milhões de telefones fixos instalados, de acordo com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Quando o assunto é celular, o país já ultrapassou a marca dos 197 milhões de aparelhos, com 101,96 telefones móveis por grupo de 100 habitantes no Brasil. Nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul, há mais de um celular por habitante. A demanda por telefones continua em alta. Em São Paulo, a Anatel deve adotar mais um dígito no número para não faltarem linhas telefônicas.

Do tijolão ao smartphone
Andar com um Motorola StarTac em um porta celular no cinto deixou de ser símbolo de status e passou a ser o cúmulo do brega. Em um primeiro momento, os famosos tijolões foram diminuindo e celulares como o Nokia 8260, conhecido como Neo, chegaram ao topo das vendas. Os aparelhos ganhavam conectividade por infravermelho e o jogo da cobrinha era o hit do momento.

Em seguida, os modelos flip, como o Motorola V60, conquistaram espaço. A tela ganhou cores e a maior capacidade da memória serviu para eliminar de vez do mercado as antigas agendas telefônicas eletrônicas. O que era pequeno cresceu, e os novos modelos, como Nokia 6800, ganharam teclados maiores para facilitar o envio de SMS e ajudar na recém-chegada navegação via WAP.

Os smartphones chegaram e já dominaram o mercado. De acordo com a Gartner, no terceiro trimestre deste ano foram vendidos 80,5 milhões de smartphones em todo mundo, 95,9% a mais do que no terceiro trimestre de 2009. ;As operadoras estão muito felizes com o aumento da demanda por smartphones. Esses telefones já são responsáveis por dois terços das vendas de celulares. Em outubro deste ano, chegaram 69 modelos de smartphones. Eles estão ficando mais acessíveis;, afirma Jaqueline Lee, da Qualcomm.

Internet móvel
A popularização dos smartphones trouxe um espantoso crescimento do 3G. De acordo com a Anatel, quase 19,5 milhões de pessoas acessam a banda larga móvel no Brasil. No mundo, mais de 2 bilhões de usuários estão cobertos pelos serviços de internet pelo celular, segundo a ABI Research. ;Faz três anos que a internet móvel começou no país. A adesão foi rápida para suprir uma demanda pela falta de uma rede fixa que cobrisse a maior parte do Brasil. Com essa demanda, houve problemas de velocidade e capacidade, mas isso está começando a se equacionar. Há investimentos pelas operadoras em redes e nos pacotes de serviço;, afirma Lee.

Para o futuro, o tão aguardado LTE, ou o 4G, deve ser a novidade. ;Essa tecnologia ainda está começando no mundo. Até chegar a esse ponto, as operadoras ainda podem passar pelo HSPA , que seria um upgrade das redes atuais. Ela oferece um ganho maior de velocidade para o 3G, podendo dobrar a capacidade de dados e voz. Até chegar ao 4G, as operadoras ainda têm um tempo interessante para oferecer outros serviços. O HSPA é para um futuro mais próximo, e o LTE, para o médio prazo;, explica Lee.


PRÉ-PAGO DOMINA
As vantagens de fazer ligações para mesma operadora fizeram com que os celulares pré-pagos se popularizassem. De acordo com a Anatel, dos acessos em operação no país, 82,21% são feitos por aparelhos pré-pagos. No entanto, o Brasil tem a tarifa mais cara entre países da América Latina e do Caribe nesse tipo de serviço. De acordo com a organização Diálogo Regional sobre a Sociedade da Informação (Dirsi), no último trimestre de 2009, o usuário pagava, em média, US$ 45 para a realização de 30 chamadas e envio de 33 SMS mensais. A diferença é de 42,9% quando o valor é comparado com o segundo lugar no ranking, Honduras, onde os mesmos serviços saem por US$ 25,69.


VITRINE
Protótipos de celulares
A telefonia presenciou um salto em tecnologia e mobilidade. Há 15 anos, conseguir uma linha de telefone poderia levar anos
Next Generation iPhone
De acordo com o designer Samuel Lee Kwon, o futuro iPhone será preso ao pulso do usuário e projetará o display na palma da mão. O sensor multitouch vai permitir tocar a pele e acionar os comandos. Para fazer ligações não é preciso colocar a mão no rosto, basta usar o Bluetooth.

Second Life Mobile Phone
Com fundo transparente, o celular criado por Cho Sinhyung e Jeon Jungjae trabalha com a premissa de oferecer mais vida útil à bateria. Ele usa tela de Amoled e, à medida que a carga vai acabando, o nível de transparência do display vai se tornando mais forte.

Sticky Phone
Para aproveitar a energia solar, o Sticky Phone, criado pelo designer Liu Hsiang-Ling, possui uma película que adere a qualquer janela. De acordo com o conceito, o aparelho é feito com silicone, o que também contribui para diminuir a quantidade de lixo eletrônico após a vida útil do telefone.

Kambala
O celular desenvolvido por Ilshat Garipov é dois em um. Além do usuário poder utilizá-lo como telefone na palma da mão, ele também se transforma em um fone de ouvido, basta dobrá-lo. A superfície é transparente e pode ser personalizada de acordo com o dono do aparelho.

Dial Phone
Para relembrar os velhos telefones, o designer Jung Dae Hoon remodelou o discador e deu um tom retrô. Além de celular, o aparelho também serve como pulseira. Por meio do Bluetooth é possível fazer ligações. Uma espécie de projetor mostra as horas na palma da mão.


2007
Microsoft aposta no Windows Vista
No começo do ano, a Microsoft apresentava o novo Windows. Uma nova interface gráfica e mais facilidade na hora de configurar uma rede em casa eram as principais inovações do sistema operacional. No entanto, a necessidade de um computador com ótimas configurações e o alto custo fizeram chover críticas ao OS.

Apple lança o iPhone
O aparelho que iria ;mudar tudo; foi lançado em janeiro. Com o iPhone, Jobs provou uma transformação no conceito de smartphone. O aparelho com tela multitouch e de uso conquistou a maior parte dos consumidores. O modelo vendeu 1,4 milhão de unidades em seis meses nos Estados Unidos.

2008
Bill Gates deixa a Microsoft
Após dois anos trabalhando na transição de poder, o fundador da Microsoft, Bill Gates, deixa a empresa e dá lugar a Steve Ballmer. Apesar de não trabalhar mais na companhia, Gates ainda participa como conselheiro das decisões mais importantes. O ex-CEO da empresa apareceu em um webcast se despedindo dos funcionários.

Google lança o Chrome
A empresa de buscas entra no briga pela segmento de navegadores da internet e lança o Chrome. O browser, que possui código aberto, tem conseguido conquistar parte do público do Internet Explorer e do Firefox. No lançamento, o navegador prometeu ser duas vezes mais rápido que o do Mozilla.

2009
Bing
Lançado em junho para tentar conter o monopólio do Google, o Bing tem se saído bem. O buscador da Microsoft já superou o Yahoo! Buscas em número de pesquisas. Assim como o concorrente, o Bing também oferece serviço de busca de imagens, vídeos, mapas e um dicionário.

2010
Google Buzz
Para tentar competir com o Twitter, o Google lança o Buzz integrado ao Gmail. Em vez de apenas 140 caracteres, a empresa oferece espaço suficiente para compartilhar ideias, além de fotos e vídeos. No entanto, o Buzz tem sido um fiasco e muitos usuários já não possuem mais o aplicativo entre as ferramentas do e-mail.

iPad
No começo deste ano, Jobs surpreendeu ao apresentar um tablet de nove polegadas e com processador de 1Ghz. O sucesso do iPad foi tanto que ele é considerado um dos dispositivos eletrônicos com mais vendas em três meses, batendo a marca de 3 milhões de unidades vendidas nesse período.

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