postado em 18/01/2011 08:00
Las Vegas ; A cidade do espetáculo, com capacidade para reviver astros como Elvis Presley e os Fab Four, não decepcionou os fãs de tecnologia e trouxe novidades capazes de mudar a briga por espaço no mercado de aparelhos móveis. O telefones celulares ganharam um upgrade suficiente para lançá-los ao status de quase computadores. E os tablets, maiores em tamanho e em número de estreias, também foram bem reforçados para uma briga mais justa com o iPad, aparelho da Apple que impulsionou um mercado de 17 milhões de unidades só no ano passado. E para acompanhar a vontade do consumidor, os fabricantes mostraram na maior feira de tecnologia do mundo, a Consumer Eletronic Show, que investiram forte em modelos híbridos, com jeito de camaleão. Num momento, são celulares, noutro, netbooks. Os tablets também ganharam poderes extras, com docas/teclados que os aproximam de notebooks que já estão à venda.
E o sistema escolhido para dar vida aos slates (tablets potentes) foi o Windows 7, que trabalhará com folga, no caso dos modelos da Samsung e da Asus, usando processador Core i5 e 4GB de memória RAM. Os preços, certamente, estourarão o limite dos US$ 1 mil nos Estados Unidos. Mas se engana quem pensa que a Microsoft foi a protagonista na CES. O Google e seu sistema operacional para aparelhos móveis, o Android, estiveram no cerne das principais novidades da feira, seja nos celulares, seja nos tablets.
Está incluído aí o Xoom, tablet da Motorola que recebeu o prêmio de melhor produto da CES. Ele chega em abril aos mercados americanos, sendo o primeiro a trazer o Honeycomb, versão 3.0 do Android, feita pelo Google para trabalhar especificamente nos portáteis de tela maior. Outra revolução veio com os processadores que darão vida nova aos gadgets móveis. Fabricado pela Nvidia, o Tegra é um coração duplo rodando na frequência de 1GHz. Maior capacidade para conteúdo pesado, que deverá chegar pelas redes 4G, realidade próxima nos EUA e ainda distante no Brasil.
Com o processamento extra, aparelhos como o Atrix 4G, da Motorola, e o Optimus 2X, da LG, ganharam habilidades. Sem um ecossistema tão empenhado quanto o dos aparelhos da Apple, o Atrix já terá disponível no lançamento duas docas interessantes: uma o transforma em um desktop e outra em um netbook. As duas, além de possibilitarem uma navegação mais completa, carregam a bateria do telefone. Mas não foi só de aparelhos móveis que viveu a CES.
Telonas
As televisões, que antes iam batendo recordes sucessivos de espessura e tamanho de tela, agora estão ficando mais ;espertas;, repetindo o caminho dos smartphones. Aliás, esse foi o mantra desta edição da feira: deixar tudo mais inteligente. Na demonstração no estande da LG, um vídeo mostrou como uma pessoa usando o telefone com Android pode controlar o prazo de validade dos itens que estão na geladeira e o programa que passa na televisão, tudo ao mesmo tempo.
Já a Samsung incluiu em suas telas ; que ganharam design mais elegante, com bordas mais finas e prateadas ou em acrílico ; recursos que possibilitam a busca de conteúdo na programação, arquivos de mídia e até outros dispositivos que estejam na rede sem fio, como notebooks e câmeras fotográficas. O Yahoo também entrou na jogada, oferecendo informação para várias marcas, em oposição ao Google, e ao seu Google TV, já lançado pela Sony.
E a Motorola não ficou atrás. Fabricante de setup box, a empresa criou uma solução que permite ao assinante de uma TV a cabo acompanhar a programação independentemente de onde esteja. Dá para começar a assistir um jogo por um aplicativo no celular, continuar no carro e terminar na TV da sala. Por enquanto, a solução está sendo negociada com companhias americanas.
Outro investimento forte nas televisões é a capacidade em exibir imagens em três dimensões. A tecnologia 3D evoluiu, possibilitando, além de uma qualidade melhor, o uso de óculos menores e mais leves ; ou até dispensá-los de uma vez por todas. A onda da TV 3D veio tão forte que até fabricantes chineses desconhecidos exibiam suas opções de baixo custo.
A ideia, segundo o CEO americano da Samsung, é popularizar a tecnologia, que, só em 2010, nos Estados Unidos, vendeu 1 milhão de unidades. A expectativa é de que, para 2011, o número se multiplique por cinco em território americano.
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