postado em 08/02/2011 12:13
O 29 de janeiro foi marcado por ter games vendidos pela metade do preço em algumas lojas e sites brasileiros, como uma forma de mostrar o excesso de impostos sobre estes produtos. A data foi escolhida pelo Jogo justo, uma campanha que reúne diversos setores da indústria brasileira com o objetivo de reduzir a carga tributária sobre jogos eletrônicos no Brasil. Além dos descontos em lojas, o movimento também mostrou seu próprio jogo, produzido por uma empresa da capital federal.O webgame Jogo justo na ilha dos impostos, um título de plataforma com diversas alegorias ao problema tributário dos games no país ; o personagem principal passa por fases com nomes de impostos e enfrenta leões e piratas ;, foi feito pelo estúdio brasiliense Give me Five, fundado em setembro de 2010.
Com quatro meses e apenas dois títulos no portfólio, a empresa firmou espaço com um modelo específico de desenvolvimento: o de transformar notícias em games. Antes do Jogo justo na ilha dos impostos, a Give me Five ganhou notoriedade com o Dilma adventure, outro jogo de plataforma para navegadores em que a então candidata à presidência Dilma Rousseff precisa coletar votos, escapar de zumbis com o rosto de José Serra e, como habilidade especial, fazer Lula aparecer no cenário.
Acompanhar a pauta nacional tem sido a estratégia para promover a empresa. ;Vi na internet um jogo sobre o Obama, no estilo do Super Mario, quando ele era candidato à presidência dos Estados Unidos. Chamei o grupo e sugeri que trabalhássemos nesta ideia;, relembra Alex Leal, diretor do estúdio.
No caso do game oficial do Jogo justo, o convite veio do próprio idealizador do projeto, o empresário Moacyr Alves Jr. A empresa também teve ajuda da banda Gameboys, que toca temas clássicos dos games e ficou responsável pela trilha sonora.
Origem
A Give me Five é fruto de uma parceria que nasceu no curso de jogos digitais do Centro Universitário do Distrito Federal (UDF). Em maio do ano passado, os alunos Roberto Guedes, Raphael Nunes e Felipe Vieira se juntaram a um professor, Alex Leal, para produzir um webgame de futebol como trabalho de faculdade.
Daí, surgiu a ideia para fazer o Dilma adventure e, em seguida, de montar a empresa. O professor Alex virou diretor geral, enquanto Roberto, Raphael e Felipe passaram a cuidar, respectivamente, das áreas de marketing, programação e arte/animação. ;Temos quatro semestres de curso e já estávamos na metade. Era hora de começar a fazer jogos;, aponta Raphael.
Nos três projetos, a receita do estúdio foi adotar um ritmo rápido de produção, algo essencial para lançar games. Para isso, no momento inicial, eles prezam por objetividade. ;É mais importante o jogo ser feito do que ser perfeito;, explica Roberto. Tanto o webgame de futebol quanto o de Dilma Rousseff foram produzidos em apenas uma semana. Já o Jogo justo na ilha dos impostos foi desenvolvido em cerca de um mês.
Agora, os quatro encaram um desafio difícil: o de produzir games em um país cujos jogadores quase não têm contato com a produção nacional. Mas eles já veem um pouco de mudança nessa situação. ;Temos os mesmos softwares que as empresas de fora e temos material humano. Mas não adianta ficar planejando uma revolução sem publicar nenhum trabalho. Precisamos simplificar e fazer benfeito;, aponta Alex.
A empresa quer continuar apostando no modelo que deu certo, mas não descarta fazer novas parcerias com outros estúdios de desenvolvimento, principalmente em São Paulo e Rio de Janeiro, onde se concentra a produção de games nacional. A ideia é ver outros estúdios como parceiros, em vez de concorrentes. ;Nós fomos ao Brasil Game Show ano passado e vimos lá um senso colaborativo grande para fazer novos trabalhos;, acrescenta Roberto.
; Jogue os games da Give me Five: