Tecnologia

Correio testou o cinco celulares mais potentes vendidos no Brasil

postado em 22/02/2011 07:00
Os telefones celulares estão evoluindo em capacidade de processamento, armazenamento e em execução de tarefas muito rapidamente. No World Mobile Congress, maior feira do setor, realizada em Barcelona, modelos com processadores de 1GHz dual core já viraram regra. E os quad quore estão virando a esquina. Com isso, habilidades como exibição e gravação de filmes em alta definição, jogos cada vez mais potentes e uso multitarefas estão se tornando comuns no mundo móvel.

Ainda soma-se a isso a infinidade de programadores criando aplicativos que dão aos aparelhos novas funções a cada dia. Para aproveitar o contato com as novas tecnologias que devem estrear em breve nas lojas e operadoras, o Correio separou cinco dos principais modelos disponíveis no mercado brasileiro e colocou-os frente a frente. Saiba qual o melhor e suas características:

Apple iPhone 4
Como disseram diretores e engenheiros da Apple no lançamento da quarta versão do iPhone, ele mudaria o jogo de novo ; que já estava começando a ficar empatado. Se o iPhone 3G reinou sozinho diante das tentativas da concorrência de alcançá-lo, o 3GS já via de perto smartphones com Android ameaçarem o reinado do telefone mais cobiçado do mundo.

Mas, com o 4, o iPhone ganhou fôlego novamente. A começar pela tela, com o recurso retina display, que entrega uma definição fora do comum em telas de celulares, com quatro vezes mais pixels que os modelos anteriores da marca. Isso é uma arma especialmente atraente, levando-se em conta a possibilidade de se ver filmes nele.

A câmera de 5MP também é suficiente para boas fotos à luz do dia e imagens razoáveis com iluminação ambiente (ele vem com flash de LED). Ela também filma em alta definição ; nada que os concorrentes não façam, mas com um grande diferencial: o aplicativo iMovie oferece uma ótima experiência para editar os filmes.

Dá para fazer cortes, inserir trilhas, legendas e jogar tudo no YouTube, sem precisar passar perto de um computador. O FaceTime também é um grande chamariz do aparelho. Ele usa a câmera frontal do telefone para ligações com vídeo entre iPhones, usando a rede Wi-fi. A qualidade do recurso chega a dar um gás às mornas videochamadas do 3G.

O aparelho também quebrou um paradigma em relação aos seus antecessores no desenho. Passou do fundo mais arredondados para bordas retas e laterais prateadas, dando impressão de maior resistência e robustez. A parte de trás também ficou completamente diferente: plana como a da frente.

As mudanças serviram para diferenciar melhor o iPhone 4 não só de seus antecessores, mas também de seus concorrentes, que buscavam na forma dos aparelhos antigos da Apple o exemplo para seus modelos topo de linha. Mas o novo design não trouxe somente coisas boas: foi responsável pelo primeiro grande deslize da Apple no setor.

A borda metálica, desprotegida de capinhas, quando tocada pela mão, atingia diretamente o poder de recepção da antena do telefone, o que fazia com que o sinal caísse drasticamente. Depois de uma série de negativas de Jobs sobre o problema, a Apple teve de reconhecer a falha e distribuir capas de borracha que tapavam as laterais.

Tablet a caminho
A BlackBerry demonstrou na CES 2011, em Las Vegas (EUA), o Playbook, o tablet da empresa. O dispositivo deve chegar ao mercado no primeiro semestre deste ano e conta com tela de sete polegadas touchscreen, além do novo sistema operacional desenvolvido pela Rim apenas para esse tipo de equipamento, o Tablet OS. Com um processador de 1GHz dual core, 1GB de memória RAM, câmera de 5MP, suporte a vídeos em Full HD e ao Adobe Flash, o Playbook vai tentar ganhar parte do terreno do iPad da Apple. Ainda no evento norte-americano, a companhia apresentou a versão 4G
(ou LTE) do Playbook, que garante velocidade superior nas conexões via rede da telefonia móvel.

BlackBerry Torch 9800

O design touch and type, que permite a utilização com o auxílio do teclado ou por meio da tela sensível ao toque, mais uma interface mais limpa e de fácil navegação aliado aos recursos multimídia aprimorados, torna difícil estabelecer para que público o Torch é indicado. Se o BlackBerry Curve 8520 está voltado para os jovens e o Bold 9700 é indicado para empresários, o Torch funciona como um meio-termo capaz de agradar a todos os consumidores.

O grande destaque deste smartphone é o sistema operacional BlackBerry 6, que trouxe mais facilidade para o uso do telefone. O OS permite a personalização da tela inicial logo que se liga o telefone ; com isso, todas as informações mais importantes, como mensagens, caixa postal, e-mail e o famoso BlackBerry Messenger, podem ser colocadas como atalhos de fácil acesso.

Além disso, uma busca universal ajuda na hora de procurar aquele compromisso que foi esquecido entre tantos outros na agenda. As redes sociais não foram deixadas de lado e, com o auxílio do Social Feeds, é possível ver todas as atualizações em um único lugar. O browser também ganhou mais usabilidade e está mais fácil para ler textos e visualizar imagens. A navegação pelos comandos seria melhor com um processador mais potente que os 600MHz oferecidos.

Algumas funções, no entanto, lembram o sistema criado pela Apple, o iOS. O ato de passar com o dedo as músicas e os álbuns no tocador de música é muito semelhante ao do iPhone. O mesmo acontece no modo de visualização de imagens e vídeos. Nada que prejudique ou tire o brilho do aparelho.

A tela de 3.2 polegadas tem um bom tamanho para que os comandos touchscreen sejam utilizados. Em algumas hora até leva o usuário a questionar a utilidade do teclado qwerty. No entanto, a baixa resolução da tela ; apenas 480x360 ; é quase inaceitável para a sofisticação oferecida pelo Torch.

A conectividade é ponto forte do aparelho. Wi-Fi, 3G e GPS estão integrados ao aparelho e são de fácil configuração. Mas, se precisar de ajuda para realizar os ajustes, o smartphone possui uma base de dados com ajuda e tutoriais.

A BlackBerry deu mais um passo para que os smartphones substituam gradualmente as maquinas fotográficas. A câmera do Torch possui 5MP de resolução e conta com foco automático contínuo, estabilização de imagem e flash. Além disso, há 11 modos de cena, entre natureza, neve e movimentos rápidos, que podem ser utilizados para melhor aproveitamento da imagem. Há também integrada a função da geolocalização, que indica onde a foto foi tirada. O zoom digital ainda deixa a desejar com capacidade para ampliar 2x. A gravação de vídeo também não é das melhores e tem resolução de apenas 640x480.

Um ponto forte que promete agradar aos heavy users é a bateria. Em conversação, o Torch permanece ligado por mais de 5h. Em modo espera, 18h; 30h utilizando a reprodução de música e 6h com vídeo. Memória também não vai faltar para guardar fotos e vídeos. Ele vem com um cartão microSD de 8GB, expansível a 32GB.

Seguindo o modelo adotado pela maior parte das fabricantes de aparelhos celulares, a BlackBerry também oferece uma loja de aplicativos com boas opções para serem utilizadas no Torch. No BlackBerry App World já existem programas para acessar as principais redes sociais, além de leitores de QR Code (utilizados em várias páginas do Correio) e jogos (ainda proibidos na loja brasileira da App Store da Apple). Há ainda a vantagem de poder utilizar um cartão de crédito brasileiro para as compras.

Nova geração
O site norte-americano BGR divulgou informações sobre o Torch 2 ; ainda sem previsão para chegar ao mercado. O novo modelo deve ganhar mais resolução de tela, um processador de 1.2GHz e será equipado com o sistema operacional BlackBerry 6.1. O aparelho será também 14,6mm mais fino. Memória e câmera devem permanecer com a mesma capacidade e resolução.

Samsung Galaxy S
Depois de muito correr atrás do principal concorrente no mercado de celulares topo de linha, a Samsung chegou muito perto com o Galaxy S. O aparelho conta com uma tela quase tão irresistível quanto a do iPhone, de Super Amoled, e alguns recursos que o tornam único, como a recepção de TV Digital.

É a primeira vez que o consumidor é beneficiado por comprar um aparelho caro no Brasil, em vez de economizar trazendo o mesmo modelo de fora, por menos. Isso porque só a versão brasileira vem com a televisão embutida. E ela funciona bem, embora a anteninha retrátil dê uma cara de celular chinês ao Galaxy S.

Ainda é possível gravar a programação da TV para assistir depois, recurso que ficou popularizado com a chegada de receptores HD das TVs por assinatura. Além disso, o Galaxy S vem com aquela lista interminável de habilidades extras que não estão presentes no iPhone, por exemplo, caso da rádio FM.

E há ainda a capacidade nativa de tocar mais formatos de vídeo e de som. O aparelho traz, com a versão 2.1 do Android ; ainda;, uma interface customizada que integra informações do que seus amigos fazem nas redes sociais. Dá para ver tudo direto na tela com widgets próprios da empresa, como o Amigos agora e o Feeds and update.

O caminho é de mão dupla, possibilitando que o usuário compartilhe informações em mais de uma rede ao mesmo tempo. Mas, como acontece nos concorrentes, como o MotoBlur, no fim tudo acaba meio confuso, e a melhor opção, no fim das contas, é baixar aplicativos próprios para cada tarefa no Android Market.

Outro mal de que o Galaxy S sofre também é comum aos melhores smartphones do mercado. Widgets criados para facilitar a vida do usuário, como o Daily Briefing, que traz um resumo de informações do dia, como cotação de ações, tempo e notícias, não é customizado para o mercado brasileiro, principalmente no último ponto.

Milestone 2

A segunda versão do celular que mudou a história da Motorola, com smartphones que voltaram a ser desejados pelos consumidores mais exigentes, conquista por pequenos ajustes no design e em recursos como o teclado físico, que teve mudanças de teclas, ficou mais espaçoso e, por consequência, mais fácil de ser usado. Tudo para agilizar o uso das redes sociais. Lançado em outubro de 2010, ao contrário de seu antecessor, traz a interface por cima do Android 2.2, o MotoBlur, que junta contatos e informações nas redes sociais em um só lugar.

O sistema atrapalha um pouco quem gosta das coisas mais divididas, e responder aos tweets separados dos cutucões no Facebook pode ser mais díficil. O aparelho perde um pouco para os concorrentes em tamanho (116.3x60.5x13.7mm) e peso (169g), já que traz o teclado físico. Mas, aí, é da preferência do freguês. O celular ainda tem outros dois pontos negativos: o menor deles é a ausência de rádio FM, e o maior é o aparelho não ter uma segunda câmera para videochamada, ainda mais na era do FaceTime.

Defy
O Defy é o durão dos smarphones. Com prêmio de aparência mais robusta entre todos os concorrentes, na linha das últimas câmeras fotográficas amadoras, que também aguentam um pouco de água, poeira e quedas sem maiores problemas. Com parafusos aparentes, bordas reforçadas e vidro resistente, o modelo é ideal para os mais descuidados e os que não gostam de usar capinha no celular.

O grande problema do modelo é a versão do Android com que foi lançado, a 2.1, que não é a mais atual. E não há nenhuma garantia de quando e como esse upgrade vai acontecer. Edições mais recentes do sistema operacional costumam melhorar o desempenho do aparelho e a eficiência da bateria. Fora isso, o telefone traz uma boa tela (3,7; com resolução de 480x854) e é uma boa opção para smartphones de entrada.

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