postado em 01/03/2011 07:00
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Além da oportunidade de colocar heróis de mundos totalmente diferentes dentro do mesmo ringue, o game tem um forte apelo nostálgico. Ele marca mais um retorno triunfal de uma série esquecida por 10 anos pela Capcom, que tem se especializado em lançar versões graficamente atualizadas de seus clássicos. Assim como aconteceu com Street Fighter 4 ; o título que inaugurou essa estratégia da produtora japonesa ;, Marvel vs Capcom 3 mexe com o saudosismo dos fãs, mas se dá ao luxo de ousar, principalmente no sistema de combate e na lista de lutadores.
O elenco diminuiu drasticamente em relação ao antecessor, Marvel vs Capcom 2, caindo de 56 para 36 lutadores. Está repleto de estreantes, que vão de heróis populares, como Dante (de Devil May Cry) e Zero (de Mega Man X); de vilões desconhecidos da Marvel, como Dormammu e Super-Skrull; de personagens que ninguém sabe por que estão lá, como M.O.D.O.K. e Mulher-Hulk; a nomes consagrados, como Ryu, Homem-Aranha, Chun-Li e Capitão América ; que há tempos estão nos games da série.
De todos os games da série, este é, provavelmente, o que tem o maior desequilíbrio entre os personagens. A Capcom intencionalmente colocou alguns lutadores muito mais poderosos que o resto ; os famosos ;apelões; ; que devem dar trabalho, sobretudo nas mãos de quem sabe como utilizá-los.
Na história do jogo, esses heróis e vilões se misturaram por causa do Dr. Destino (da Marvel) e Wesker (da Capcom), que fundiram seus respectivos mundos. No entanto, a fusão despertou a atenção de Galactus, entidade devoradora de planetas que, volta e meia, assombra os quadrinhos da editora norte-americana. No game, ele também serve como último chefe. Embora cada personagem tenha um final personalizado, o enredo se resume basicamente a isso.
O enredo pode não ser dos mais elaborados, mas o game compensa com maestria nos detalhes, seja nas referências a diversos games e quadrinhos nos cenários e finais, seja nas falas de cada um dos personagens, que são a prova de um primoroso trabalho de dublagem. Cada lutador tem várias reações diferentes, dependendo de quem está no outro lado do ringue. É um agrado a quem gosta dos games, dos quadrinhos, ou dos dois.
Jogabilidade
Seguindo a tendência iniciada por Marvel vs Capcom 2, que diminuiu de seis para quatro o número de botões de ataque, o game continuou a simplificar o esquema de comandos de ataque. Os quatro botões agora são classificados em fraco, médio, forte e especial, que serve para lançar o oponente e iniciar combos aéreos (outra marca registrada da série). Para os que não são familiarizados com jogos de luta, há também um modo em que apenas um botão realiza uma série de combos.
Embora isso facilite a vida de quem gosta de apertar todos os botões alucinadamente para ver quais golpes saem, o novo sistema tem suas novidades para agradar a quem preza por saber como jogar. Como de costume, saber como revezar o seu trio durante a luta é uma estratégia vital para vencer, e o game tem algumas maneiras novas de fazer isso. Agora, os três lutadores podem se alternar em um combo aéreo, ou interromper o ataque do adversário juntos.
O melhor de tudo é que os novos esquemas se misturaram muito bem ao que veio dos games anteriores, como os especiais combinados e os pedidos de assistência. Combinando o que há de novo com o que já existia, agora é possível fazer combos que desequilibram qualquer partida.
A novidade mais importante, e a chave do game para combater os personagens mais poderosos, é o X-Factor, um poder temporário ativado a qualquer momento durante a luta. Ele tem duração e efeitos diferentes com cada personagem, mas, de modo geral, eles ficam mais poderosos, rápidos e regeneram melhor a barra de energia. Essa técnica fica mais forte quando você tem apenas um lutador sobrando.
Na balança do que mudou e do que permaneceu, o game mantém a essência da série: golpes exagerados, movimentação desenfreada e muita velocidade ; a antítese do estilo de batalha técnico existente em Street Fighter. Mas, por baixo dessa loucura, existe um sistema de jogo complexo, que requer treino e conhecimento.
On-line
Marvel vs Capcom 3 tem diversos modos: o arcade (em que você enfrenta Galactus), um modo de missões, que contém técnicas para você aprender a jogar com um determinado herói; e o modo on-line, que garante a vida útil do jogo. Apesar de não ser tão completo quanto o de Super Street Fighter 4, ele cumpre bem o trabalho: as lutas têm pouco lag até mesmo enfrentando quem mora no exterior. Se seu oponente também está no Brasil, as lutas não travam.
Você pode procurar lutadores por região para lutas livres ou que valem pontos em um ranking mundial, ou criar uma sala para até oito pessoas. Enquanto dois lutam, o resto fica na fila. Aqui, ficou faltando apenas um modo para poder assistir os combates enquanto não chega a sua vez.
Todo o seu registro de lutas é guardado em um cartão com sua identificação da PlayStation Network ou Xbox Live, com quantas vitórias e derrotas você tem, um hexágono que determina suas habilidades de acordo com as lutas, um registro de quais são os seus personagens mais utilizados e uma opção para indicar qual é o seu trio.
Produção: Capcom
Desenvolvimento: Capcom
Plataforma: PlayStation 3 e Xbox 360
Número de jogadores: 1 (single-player) até 2 (multiplayer)
Preço: R$ 199,90