postado em 22/03/2011 16:03
São Paulo ; O grande objetivo do mercado de computação é entregar produtos ; e soluções ; completos aos consumidores. Não basta um computador ter hardware melhor e mais potente, com terabytes de HD ou um monte de memória RAM. É preciso fazer com que a configuração das máquinas, de PCs a celulares, conversem entre si e entreguem facilidade de uso.Empresas como Intel, LG e Samsung já trilham esse caminho. A primeira delas acaba de apresentar sua nova geração de processadores, com características que vão ajudar os fabricantes a lidarem melhor com vídeos e com a conversa entre gadgets e eletrônicos. Caso do Wi-Di, sistema que envia filmes em alta definição para TVs ou outros aparelhos pelo Wi-fi, de forma simples (veja os lançamentos na página 3).
A LG mostrou, na Consumer Eletronic Show, realizada em janeiro, em Las Vegas (EUA), a integração entre a nova linha de celulares com a televisão e com a geladeira. Já a Samsung se esforça por uma vida mais ;esperta;, ofertando soluções que envolvam aplicativos próprios, tanto para smartphones como para tablets, e até para televisões, que podem ser conseguidos pela Samsung Apps, loja de programas da empresa.
Os aplicativos e a possibilidade de lidar com a mídia traz receitas novas para os fabricantes de hardware, que continuam ganhando mesmo depois de ter vendido seu produto. Mas a solução precisa ser completa e simples. Já se foi o tempo de instalar programas e configurar gadgets para que conversem. Hoje, os aparelhos precisam apenas estar próximos um dos outros ou na mesma rede para se reconhecerem.
Nesse caminho, a Intel trouxe na nova geração de chips, embarcado no hardware, formas de garantir que conteúdo com direito autoral seja comprado e não acabe pirateado ou compartilhado indevidamente. A iniciativa leva segurança para que serviços de conteúdo por streaming adotem o computador com menos medo. ;Não estamos falando de invenções, mas de como levá-las para o grande público de uma forma que eles possam usufruir;, lembra Fernando Martins, que acaba de assumir o posto de presidente da Intel no Brasil.
Fernando deixou o cargo de diretor Global de Planejamento Estratégico de Tecnologia, em que participou ativamente do enfoque da nova geração de chips em otimizar a experiência com o vídeo, desde sua visualização até o compartilhamento. A postura é decisiva em colocar os computadores em condições de brigar pelo posto de centro de mídia da casa.
;Se o consumidor tem dúvida entre comprar um home theater e um computador para assistir seus filmes na televisão de casa, damos uma grande contribuição para que escolha pelo segundo;, acredita Martins, que apresentou novos recursos para a função baseados na tecnologia da nova geração de processadores, como o processamento de imagens dentro dos chips, fazendo com que conversões de vídeos sejam oito vezes mais rápidas.
Aplicativos
Outro mercado que a Intel olha com atenção e que está mais do que nunca intimamente ligado à produção de hardware é o de aplicativos. A empresa já tem sua loja própria, a AppUp, multissistema e multiplataforma, mas confiava na parceria com a Nokia para deslanchar a iniciativa com o sistema operacional baseado em Linux , Meego, iniciativa abandonada depois que o fabricante finlandês anunciou fidelidade à Microsoft.
;Fomos criticados por fechar a parceria com a Nokia, o que para o mercado soou como retrocesso em nossa iniciativa de fornecer um sistema aberto como alternativa. Agora, estamos conversando com todo o ecossistema e continuamos investindo no ponto forte do Meego (sistema operacional);, garante Fernando. Ele tem o potencial de integrar diferente gadgets, como faz a Apple com o iOS e com o Mac OS X.
O Meego já é instalado em sistemas de entretenimento embarcados em carros, em set box de televisão e deve chegar aos tablets. A ideia é que, quando a cadeia estiver fechada, a pessoa possa migrar de um para o outro sem sentir muito. Seria possível acompanhar um filme no carro e, ao entrar em casa, tê-lo na televisão da sala, ou no celular, se o destino for a fila de um banco.