postado em 31/05/2011 08:00
;Podemos combinar as informações enviadas da sua conta com informações de outros serviços ou de terceiros para uma experiência melhor e aprimorar a qualidade dos nossos serviços.; Esse trecho está diluído na maior parte das políticas de privacidade dos sites. Mas, infelizmente, só é lembrado quando os dados de quem se cadastra em um serviço de e-mail ou em uma rede social vazam e, muitas vezes, caem nas mãos de cibercriminosos. E isso ocorre com uma frequência cada vez maior. Segundo estudos da organização DataLoss DB, só em 2010 foram 498 casos de vazamento de informações no mundo. Este ano, já chegam a 197. A maior parte, quase 30%, causada por ataques de cibercriminosos.Há uma mudança de perfil nos ataques. Eles estão ficando mais complexos e isso faz com que sites tenham que se antecipar a essas ações. ;Hoje, a grande parte das corporações faz investimento para proteger os dados de fora para dentro, mas não o contrário;, diz Vicente Lima, diretor comercial da Symantec Brasil. ;A maioria das informações que se perdem atualmente devem-se à falta de investimento em ferramentas para proteger os dados dos usuários.;
Pela segunda vez em menos de um ano, o Facebook deixou vazar dados de usuários para terceiros. A empresa de segurança Symantec informa que, apenas em abril, cerca de 100 mil aplicativos utilizados na rede social tinham acesso a arquivos, fotos e ; pasmem ; conversas dos cadastrados. A brecha de segurança existe desde 2007, quando a empresa de Mark Zuckerberg liberou o uso de programas dentro do site. Por esse motivo, a companhia de segurança não divulgou uma estimativa de quantos cadastros vazaram. ;É preciso ter em mente qual site será acessado. O usuário tem que confiar as suas informações apenas em algo que tem uma reputação construída ; e mesmo assim desconfiar;, ressalta Lima.
Dois ataques de hackers também balançaram a gigante japonesa Sony. Quase 100 milhões de usuários com contas na PlayStation Network (PSN), a rede que dá acesso a jogos multiplayers e possibilita baixar conteúdo extra, tiveram nomes, endereços, e-mails, datas de nascimento, logins e senhas roubados. O segundo foi no provedor So-Net, também da Sony ; no qual um intruso roubou pontos virtuais (uma espécie de recompensa dos usuários) no valor de US$ 1,2 mil. A empresa estima um prejuízo de US$ 3,2 bilhões este ano, o maior da história da companhia. ;O processo de manutenção do sistema de segurança desses serviços não termina nunca. É impossível saber se alguém está 100% seguro contra esses ataques;, disse Howard Stringer, presidente -executivo da Sony em entrevista ao Wall Street Journal.
Geolocalização
A maior parte dos smartphones possui um sistema de geolocalização integrado ao aparelho. Quando ativado, o sistema permite fazer a localização de uma loja nas redondezas, utilizar os serviços de mapa e o GPS, além de utilizar aplicativos como o foursquare. No entanto, dois pesquisadores do Reino Unido revelaram que o iPhone guarda todas as informações de localização do usuário desde que foi lançado o iOS 4 (sistema operacional dos celulares da Apple). O pior é que toda informação de onde o usuário esteve não tinha nenhum tipo de proteção.
;Essa é uma tecnologia muito interessante e traz uma série de benefícios, como localizar lugares próximos. Mas, a partir do momento em que se assume uma nova tecnologia, sempre há um componente de risco junto. Leia o contrato de adesão e a política de privacidade. Ninguém lê essas cláusulas e lá pode estar escrito que vai compartilhar sua informação;, aponta Lima.
A empresa de Steve Jobs tentou minimizar o problema. ;A Apple não está rastreando a localização do iPhone. A Apple nunca fez isso e não tem planos de fazê-lo. Iremos parar de armazenar este cache na próxima atualização de software;, afirmaram diretores da empresa, em nota. Logo depois, o iOS 4.3.3, que corrige o problema, foi liberado para os dispositivos.
O vazamento de informações não é a única ameaça para o futuro da internet. Segundo a empresa de software de antivírus Kaspersky, em 2020 os cibercrimes devem ser divididos em dois grupos. Um será especializado em ataques às empresas, às vezes sob encomenda. Espionagens comerciais, roubos de bancos de dados e ataques à reputação organizacional terão uma alta. Os hackers e os especialistas da área de TI entrarão em confronto no campo de batalha virtual.
Já o segundo grupo se especializará nos ataques com impactos na vida diária das pessoas comuns, como transporte público e outros serviços. O sustento dessa nova geração de hackers terá como foco a exploração desses sistemas para livre utilização, além de remover e alterar dados pessoais de outros usuários para proveito próprio.
Previna-se
; Instale e atualize as soluções de segurança do seu computador, como antivírus e firewalls
; Evite a todo custo anexos de remetentes desconhecidos; se realmente precisa fazer isso, passe o antivírus primeiro nas mensagens
; Nunca use computadores públicos para fazer transações bancárias ou compras pela internet. Esses computadores podem estar contaminados com vírus e cavalos de troia
; Evite comprar usando rede wi-fi pública, como as disponíveis em alguns aeroportos, cafés e shoppings. A troca de informações, geralmente, é feita por um canal sem proteção e pode ser facilmente interceptada
; Antes de entrar em qualquer serviço de e-mail gratuito ou rede social, leia a política de privacidade para saber o que será feito com seus dados
; Aceite participar de aplicativos de terceiros em rede sociais somente se tiver certeza da reputação da empresa
; Desconfie de programas que prometem enriquecer sua fazenda FarmVille ou que vão lhe dar várias moedas para o Colheita Feliz
; No Facebook, antes de aceitar aplicativos de terceiros, verifique a quais dados do perfil ele terá acesso
Fonte: BitDefender