Tecnologia

Pesquisadores ganham aplicativo para acompanhar a vida dos morcegos

postado em 08/08/2011 09:11
Biológos ingleses e norte-americanos criaram um dispositivo que daria inveja ao clássico herói das histórias em quadrinhos. O Batphone, como foi chamada a invenção, é um aplicativo que permite o acompanhamento da vida de mais de 900 espécies de morcegos. O programa, desenvolvido pela Sociedade Zoológica de Londres, em parceria com a entidade Bat Conservation Trust, roda em celulares da Apple e nos que utilizam o Android, o sistema operacional do Google. A novidade já está sendo utilizada por uma equipe de 700 voluntários espalhados pelo mundo e pode ser baixada gratuitamente em lojas virtuais.

Para se organizarem, os morcegos emitem ondas de ultrassom ; que não podem ser captadas pelo ouvido humano. ;Com isso, esses animais conseguem localizar objetos e construir um modelo de seu ambiente, sem a necessidade de luz. É graças a esse recurso que eles voam e caçam à noite;, explica o professor de computação interativa George Roussos, um dos responsáveis pelo desenvolvimento do aplicativo. Basicamente, o novo sistema registra a paisagem sonora (composição de todos os sons do local) por meio dos recursos dos aparelhos. Os dados, então, são enviados a um banco comparativo via internet.

As informações são checadas e voltam para o pesquisador, que passa a conhecer a espécie de morcego, o número de indivíduos e as características ambientais da caverna, como a temperatura e a umidade. Para acionar o sistema, basta clicar no aplicativo e apontar o celular para cima, um método bem mais prático do que o utilizado anteriormente, quando os biólogos precisavam carregar até três equipamentos para registrar o ultrassom dos animais.

;O comportamento dos morcegos é um bom indicador da saúde de um ecossistema;, diz Roussos, em referência ao hábitos alimentares dos bichos e à sua capacidade de polinização de plantas.

Além de facilitar a vida dos especialistas, Roussos acredita que o Batphone pode envolver cidadãos comuns na pesquisa sobre a vida selvagem. Cada vez mais, projetos têm adotado dispositivos do dia a dia para a realização de estudos ; um fenômeno que, a longo prazo, pode modificar a forma como a ciência é feita. ;Agora, o público em geral pode contribuir diretamente com as pesquisas, estar participando do processo, em vez de simplesmente conhecer os resultados;, destaca George Roussos. (CV)

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