postado em 13/09/2011 08:00
Perder um documento, como a carteira de identidade ou a de motorista, é sinônimo de dor de cabeça e também de prejuízos. Cerca de 1,5 milhão deles são extraviados, roubados ou furtados por ano no Brasil, segundo dados da Polícia Federal. E quem está nessa situação tem 120% de chances de ser vítima de fraudes na internet e em lojas físicas, garante a Serasa Experian.
Os comerciantes também estão sujeitos a ter problemas. As chamadas fraudes por subscrição ; quando uma pessoa utiliza o RG ou CPF de outra sem autorização para compras ou contratos de serviços ; podem gerar uma perda financeira superior a 5% da receita líquida das empresas.
Para tentar reverter esse quadro, alguns programas e serviços on-line tornam-se armas contra os estelionatários e prometem diminuir as dores de cabeça dos empresários e dos consumidores. A Serasa Experian disponibiliza um site, no qual o usuário pode cadastrar a cédula perdida ou roubada. A empresa se responsabiliza por avisar instituições, lojas e estabelecimentos que utilizam o serviços da companhia, de que qualquer ação, utilizando a identificação do cliente. O cadastro é feito on-line e vale durante 10 dias úteis. Para ficar em definitivo, entretanto, é preciso que o denunciante envie comprovações da ocorrência, além de uma declaração que pode ser preenchida no próprio site.
Uma solução on-line criada em Brasília que pode rodar no computador, no tablet e no smartphone promete trazer mais segurança para o comerciante. O BrSafe mede o risco de fraude de identificação conforme as regras e os padrões que foram feitos. ;O RG apresenta, por exemplo, mais de 1 mil assinaturas diferentes. São cerca de 50 brasões oficiais, 130 órgãos emissores, e muitas outras variáveis. Temos todas essas informações para serem validadas no programa;, explica Leonardo Dias, um dos fundadores da BrScan, empresa responsável pelo software, que roda a partir de uma página da web e não precisa ser instalado. Ele foi concebido após a análise de mais de 20 milhões de documentos, ao longo de sete anos.
O funcionamento é simples: ao pegar o RG do cliente, o vendedor de uma loja, por exemplo, irá validar as informações existentes ; como número, formato do brasão e cidade natal ; e, ao término da análise, o sistema irá gerar um resultado com o grau de risco de fraude. ;Quem mais procura o BrSafe são os bancos e as financeiras, que sofrem muito com isso. O programa também pode ser personalizado, o usuário pode ser mais exigente;, ressalta Dias.
Rostos
Além da identificação por documentos, as fraudes ; e outros crimes ; poderão ser descobertas apenas com a leitura do rosto. ;O reconhecimento facial está aprimorando o algoritmo e tem ganhado espaço em relação às outras biometrias, como a impressão digital. É o único sistema que pode funcionar sem a colaboração do indivíduo, no caso de procura de suspeitos, por exemplo;, explica Marcos Flohr, diretor-presidente da Cognitec Brasil, especializada em soluções de biometria. Se o lojista tiver um cadastro com o rosto do consumidor e os dados dos documentos de identificação, o risco de fraude praticamente desaparece.
Sistemas de interação com o cliente também fazem sucesso no campo da biometria. ;O consumidor entra em uma loja e, em um segundo, é reconhecido. Assim, o vendedor recebe na tela do computador, ou em tablets e smartphones, as informações das compras efetuadas e pode realizar um atendimento personalizado. É o Big Brother de fato;, ressalta Flohr.
Aquela espiadinha
Além de estar de olho no público que vai lotar as arenas de competição durante as Olimpíadas de Londres em 2012, a polícia deve utilizar o reconhecimento facial para evitar problemas de segurança e levantar a ficha criminal de suspeitos. De acordo com o site da publicação The Inquirer, o sistema trabalha capturando fotos das pessoas e as mandando direto para a Scotland Yard, que busca pelos antecedentes do indivíduo.