Tecnologia

Cidades inteligentes despontam como uma solução para ajudar o mundo

Uso das redes sociais contribuem para o sucesso do projeto

postado em 17/11/2011 19:32
Uso das redes sociais contribuem para o sucesso do projetoRio de Janeiro ; Quando a filipina Danica Mae Camacho e outras sete meninas da Índia nasceram no fim de outubro, elas não sabiam, claro, que disputavam a vaga do ser humano número 7 bilhões do mundo. A chegada dessas crianças trouxe mais que um recorde para a população. Com elas, retornaram as preocupações de como o homem deve se comportar para ter um planeta duradouro ;; sem escassez de alimentos e água, por exemplo ; e que garanta um lugar para todos morarem. Esses pontos importantes para a sobrevivência da raça humana têm ao seu lado um grande aliado: a tecnologia. E a aposta que possa garantir um futuro promissor para a Terra são as cidades inteligentes.

O conceito é bem simples: qualquer área urbana que explore seus dados para otimizar a prestação de serviços. Assim, é possível monitorar, medir e gerenciar praticamente qualquer sistema físico, recolher e analisar informações em tempo real sobre tudo ; desde os transportes à rede elétrica, trazendo benefícios e facilidades para a população. Os investimentos nesse tipo de tecnologia devem chegar a US$ 34 bilhões até o fim de 2011 no mundo, e atingir US$ 57 bilhões até 2014, segundo dados da consultoria de mercado IDC.

;Essa onda de urbanização apresenta um enorme desafio e também oportunidades para todos nós. A boa notícia é que temos capacidade, tanto tecnológica quanto política, para transformar as cidades e manter o progresso social;, afirma Sam Palmisiano, CEO da IBM. Em locais onde foram aplicadas algumas soluções das cidades inteligentes foi possível constatar, por exemplo, uma redução no tráfego de automóveis em 18% e uma diminuição na emissão de CO2 de 14%, segundo a empresa.

Pelo Intelligent Community Forum (ICF), que estuda a organização das comunidades nos países, o Brasil tem três cidades inteligentes: Porto Alegre (RS), Curitiba (PR) e Piraí (RJ). Todas utilizaram a tecnologia, seja nos transportes coletivos (como em Curitiba) ou implementando a internet em locais públicos (como em Piraí), para tentar facilitar a vida da população.

Nessa lista, em breve, deve entrar a cidade do Rio de Janeiro. Desde o começo do ano, está funcionando o Centro de Operações do Rio (COR). Com a ajuda da tecnologia da IBM, o COR é responsável por monitorar, principalmente, as áreas da cidade onde ocorrem mais inundações em decorrência das chuvas. Ele está integrado com as polícias, o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil. O COR conta com o auxílio de um sistema próprio de previsão do tempo, que afere a probabilidade de chuva em um raio de 1km, enquanto os métodos tradicionais varrem uma área de 9km, e menos precisos.

O cidadão pode acompanhar, por meio do Twitter (@operacoesrio), não só como está a situação em áreas de risco, como o trânsito, e informar sobre acidentes na região. ;Esses sistemas servem também para o controle de energia e água da população. Temos mais de 2 mil projetos em pequenas, médias e grandes cidades que garantem um funcionamento melhor;, afirma Banavar.

Deu certo
O que o Rio de Janeiro acabou de conquistar é um pequeno passo diante das possibilidades das cidades inteligentes. Em Tigre, município na grande Buenos Aires, Argentina, há pouco mais de 31 mil habitantes, e tecnologia para facilitar a vida do cidadão e eliminar parte da burocracia do governo. ;Colocamos 80km de cabos de fibra ótica pela cidade e distribuímos wi-fi pelos pontos de maior movimentação, como praças, museu, escolas e pontos de ônibus. Temos, agora, uma interconectividade dos serviços;, explica Sergio Massa, prefeito de Tigre.

Com o uso da internet, a população pode ver on-line quanto tempo vai demorar para o ônibus chegar, assim como o trajeto que ele vai fazer; pagar impostos com apenas um clique e verificar, por meio do sistema de vigilância por câmeras, como está o bairro em que mora. Com a ajuda das redes sociais, os cidadãos podem informar a ocorrência de um roubo ou mesmo pedir ajuda em caso de doença. ;Está tudo integrado. Temos que aproveitar ao máximo a tecnologia para o desenvolvimento sustentável da cidade;, ressalta Massa.

E Brasília?
A capital federal ainda caminha lentamente quando o assunto são as cidades inteligentes. Os investimentos nesse tipo de ação para trazer mais conforto e praticidade para o cidadão ainda são poucos. O Centro Integrado de Atendimento e Despacho (Ciade) ; apesar de reclamações frequentes sobre o atendimento ;; e a rede wi-fi gratuita na região central de Brasília são bons exemplos. No entanto, a cidade ainda deixa a desejar em obras de infraestrutura básica e no transporte, como a integração entre o Metrô e os ônibus.

Quatro pontos
Sem revelar quais outras cidades estão nos planos da IBM para integrar o time das comunidades inteligentes, Pedro Almeida, diretor de estratégias das cidades inteligentes da IBM, disse que as dimensões do Brasil fazem com que quatro aspectos possam ser explorados: ;A segurança, para identificar crimes mais rapidamente, defender a população e melhorar a resposta nas chamadas de emergência; os transportes, para melhorar o tráfego de informações e integrar os sistemas; a infra-estrutura, no qual entram construções inteligentes de portos, aeroportos e prédios; e a energia para trazer um modelo mais sustentável ao país;.

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