postado em 22/11/2011 08:44
Nem sempre as câmeras de bolso, também conhecidas como câmeras compactas ou caseiras, dão conta de captar as imagens da maneira como se deseja. Insatisfeitos com a limitação criativa desse tipo de equipamento, os amantes de fotografia procuram máquinas com recursos adicionais que permitam produzir fotos melhores. Apesar de parecer simples, entre um clique e outro, vários ajustes definem o resultado final da imagem.
O preço alto do equipamento (veja quadro) faz com que a procura seja menor. De acordo com estudo realizado pela empresa de pesquisas GfK, as semiprofissionais e profissionais representaram apenas 1% do total de máquinas fotográficas vendidas no país no ano passado. No entanto, a tendência é que o número cresça nos próximos anos, pois somente nos seis primeiros meses de 2011 as vendas de câmeras digitais aumentaram 17% na comparação com o mesmo período de 2010 no Brasil. No mundo, esse índice foi de 4%.
Além disso, de todos os modelos vendidos entre janeiro e junho deste ano, segundo a pesquisa, a maior parte permitia fotografar com resolução acima de 12 megapixels. E, entre elas, 43% superavam os 14 megapixels, 30% a mais em relação ao ano passado. De acordo com a pesquisa, os dados indicam que os brasileiros querem uma maior qualidade nas fotos e, para tanto, têm investido na compra de câmeras que oferecem mais recursos.
Tiago Mendes, 27 anos, publicitário, adquiriu recentemente uma Rebel T1I, da Canon, considerada semiprofissional. Fotógrafo amador, ele explica que procurou um equipamento de maior complexidade e, consequentemente, de custo mais alto, porque queria obter melhor qualidade nas fotos. ;Um modelo mais completo oferece um controle maior da foto, o que uma de bolso não faz. Escolhi essa máquina porque me pareceu a melhor na relação custo-benefício;, avalia.
Para Tiago, o aumento de interesse popular por fotografia se deve ao desenvolvimento tecnológico e ao barateamento de câmeras. ;As semiprofissionais estão bem mais em conta do que eram alguns anos atrás;, afirma. Dados da GfK confirmam a observação do publicitário. Em geral, o preço médio das digitais caiu 5%.
O publicitário ressalta que não adianta comprar uma semiprofissional sem saber manuseá-la ou estar disposto a aprender. ;As pessoas pegam uma máquina e saem clicando, não entendem de fotografia. Recomendo começar aos poucos com câmeras mais simples, para aprender a mexer e descobrir se gosta de fotografar. E, então, adquirir um equipamento melhor;, aconselha.
Dicas
É por meio do amadorismo que muitos fotógrafos se profissionalizam. João Américo, 28 anos, largou a carreira na área de comunicação para trabalhar estritamente como fotógrafo após apaixonar-se pela profissão. Ele conta que começou com uma semiprofissional e recomenda esse tipo de máquina para quem quer entrar no mercado. ;Oferecem mais possibilidades de controle criativo da foto do que as compactas;, analisa.
João acredita que o mercado fotográfico tem sofrido um aquecimento com o número de novos profissionais. Ele aconselha ao aspirante a fotógrafo que estude a arte e ressalta que o custo para se manter na profissão é alto. ;Tem que estar disposto a investir.; O preço de uma máquina fotográfica considerada amadora ou semiprofissional pode custar entre R$ 1,5 mil e R$ 5 mil, em média. Dependendo do fabricante, até mais que isso. Normalmente, são compradas no exterior ou em sites especializados, os quais oferecem boas ofertas.
Há 25 anos, Mário de Souza, 49 anos, começou no ramo. A experiência fez com que escrevesse um livro sobre técnicas fotográficas. O fotográfo revela que o item mais caro na lista de equipamentos é a lente objetiva, que pode variar entre R$ 350 e R$ 20 mil. Geralmente, um profissional tem quatro desses tipos de lentes. ;As objetivas mais claras de distância focal fixas são as melhores. As de zoom são de luminosidade inferior;, justifica. Para aqueles que não desejam seguir carreira, Mário aconselha adquirir uma câmera compacta. ;As domésticas são interessantes, porque têm o ponto de foco fixo, o que resulta em mais nitidez;, explica.
Categorias
Apesar de não existir um consenso a respeito da classificação de câmeras, a indústria as divide em, pelo menos, três categorias: compactas, semiprofissionais e profissionais. No entanto, muitos fotógrafos não gostam do termo semiprofissional e creditam a elas o nome de amadoras. O critério para a diferenciação entre a primeira e as outras duas é que essas permitem a troca de lente, chamada de objetiva.