postado em 24/01/2012 10:23
A s previsões na área de segurança para este ano não são nada animadoras e vão exigir do usuário atenção redobrada. O alvo da vez são os smartphones. A consultoria de segurança Trusteer prevê que um em cada 20 aparelhos estarão infectados com algum tipo de malware ; o que inclui vírus e programas espiões, por exemplo. A mesma previsão é compartilhada pela McAfee, a qual afirma que os atacantes passarão a ignorar os computadores e devem mirar diretamente os aplicativos de banco pelo celular. ;Smartphones são atraentes para os criadores de vírus, não necessariamente porque são mais fáceis de atacar, mas porque a quantidade de detalhes particulares encontrados neles é comparável à do PC da vítima;, afirma Catalin Cosoi, diretor do Laboratório de Ameaças On-line da Bitdefender, empresa de software de segurança.O sistema operacional Android deve ser o mais atingido. No ano passado, 40% dos malwares eram direcionados para a plataforma, e 34% roubavam informações pessoais armazenadas no aparelho. A Bitdefender prevê um aumento de 6.000% nas ameaças produzidas para o sistema criado pelo Google. ;As vulnerabilidades podem ser encontradas em qualquer OS. Cada um tem medidas diferentes de segurança e também dependem das atitudes dos usuários. Hoje, o Android está em voga, pois equipa a maior parte dos dispositivos e tem código aberto, o que o torna alvo fácil para distribuir softwares maliciosos;, explicou ao Correio Derek Halliday, diretor sênior de produtos da Lookout.
A tendência para este ano é que os golpes sejam aplicados majoritariamente de três modos. O primeiro é por meio das mensagens de texto ou ligações fraudulentas. Segundo a Lookout, a maior parte dos telefones tem a capacidade de entrar em bancos, fazer pagamentos e recarregar créditos. Os cibercriminosos devem enviar SMS com superpromoções, mas com links para endereços falsos, que levam a baixar programas espiões. Assim, é possível captar os dados dos usuários.
A segunda ameaça são os botnets, sistemas embarcados em softwares, que agem automaticamente e podem ser controlados a distância. A infecção ocorre após o download de um programa contaminado nas lojas de aplicativos on-line. Ao instalá-los, os cibercriminosos podem ter acesso à localização exata do usuário e instalar ou apagar aplicativos do telefone.
Por fim, as vulnerabilidades de segurança dos smartphones devem ser a última grande ameaça. Segundo a Lookout, o risco de infecção é maior hoje por conta da dificuldade em atualizar os softwares dos telefones. O estudo da empresa aponta que cada aparelho equipado com Android tem pelo menos uma grande brecha que permite a invasão de maneira fácil.
Defesa
Apesar das ameaças estarem com foco no Android, os usuários das outras plataformas também devem se cuidar. Para Derek, da Lookout, ainda é muito cedo para dizer qual sistema operacional vai liderar o ranking de mais atingidos pelos malwares. ;Não há indicativo de que o iOS ou o Windows Phone sejam mais seguros; há vulnerabilidades em todos;, aponta.
Como o mercado ainda conta com poucas opções de softwares de segurança para smartphones, a melhor solução é se precaver. ;O comportamento dos usuários de smartphones precisa ser o mesmo que se tem com o PC. É preciso estar muito atento a todas as informações passadas para outros celulares, aos aplicativos que se utiliza, aos documentos que são abertos e aos links recebidos. É bom ainda ter cuidado com as informações que são armazenadas na memória do telefone e ser proativo quando se trata da segurança;, ressalta Cosoi, da Bitdefender.
Para Derek, da Lookout, deve-se tomar cuidado também com a conectividade sem fio em locais públicos. ;O wi-fi está em todos os lugares, mas nem sempre há segurança para essa rede. Atenção ao fazer compras ou acessar o banco pelo telefone nesses ambientes. Apenas faça isso se estiver confiante quanto à conexão;, alerta. ;O smartphone é o seu dispositivo mais pessoal. Então, dê atenção a segurança dele;, completa Derek.
E o iPhone?
Apesar de alguns especialistas afirmarem que o sistema operacional iOS ;que equipa os aparelhos da Apple ; não está livre das ameaças, até agora não foi detectado nenhum malware. O alerta para os usuários desses smartphones é para quem realizou o jailbreak, a liberação do telefone que permite instalar aplicativos não autorizados pela Apple. Nesse caso, é importante estar atento a tudo que vir do do software e buscar nos principais sites das empresas de segurança informações sobre alertas de infecção.