Tecnologia

Google revê ordem judicial no Japão que suspende função autocompletar

Agência France-Presse
postado em 26/03/2012 20:56
São Francisco - O site de buscas Google declarou na segunda-feira (26/3) que está revisando uma decisão judicial do Japão que determina a suspensão de sua função autocompletar para preservar a reputação de um homem que pedia para não ser vinculado a crimes.

O principal motor de buscas na internet publicou a declaração depois que o advogado do demandante, Hiroyuki Tomita, disse à imprensa japonesa que o Google recebeu a ordem de suspender a função no Japão por violar a privacidade do seu cliente. "Um tribunal japonês emitiu ordem provisória solicitando ao Google para eliminar os termos específicos para autocompletar", confirmou nesta segunda-feira um porta-voz do site de buscas, uma empresa com sede na Califórnia. "O juiz não exigiu ao Google suspender por completo a função de autocompletar", continuou. "O Google está revisando a ordem", acrescentou.

Tomita disse que ao digitar o nome de seu cliente no motor de buscas do Japão os resultados o implicam em crimes. O advogado sustentou que, dado que estes resultados começaram a aparecer na internet durante os últimos anos, seu cliente tem tido dificuldades de encontrar trabalho, pois sua reputação online sempre é questionada.

A função auocompletar é proporcionada por muitos motores de busca, que sugerem o que um usuário pode estar procurando enquanto ele digita uma palavra. As sugestões de consulta normalmente se baseiam no que outras pessoas procuraram quando escreveram as mesmas iniciais. "Estas buscas são produzidas por uma série de fatores, entre eles a popularidade dos termos de busca", explicou o porta-voz do Google. "O Google não determina estes termos manualmente, todas as consultas que aparecem na função autocompletar foram escritas anteriormente por outros usuários do Google", acrescentou.

Os detalhes do caso não são conhecidos, mas é possível que o demandante seja homônimo de alguém que realmente está vinculado a um ato criminoso. Tomita explicou que a função autocompletar é problemática, já que direciona os usuários a sites que podem conter informação falsa ou enganosa. O Google respondeu às queixas do homem dizendo que como os resultados são compliados automaticamente, não há invasão de privacidade, afirmou Tomita.

O site de buscas se negou a comentar os detalhes do caso, dizendo que é política da empresa não fornecer informações de um litígio em curso. Em 19 de março, o tribunal japonês aprovou a petição, mas o Google não fez nada até agora, argumentando que a lei japonesa não vigora em sua sede central dos Estados Unidos, nem rege sua política corporativa de privacidade, segundo o advogado. O homem pode reivindicar perdas e danos financeiros, na tentativa de pressionar o Google a apagar a busca sugerida, disse Tomita.

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