Agência France-Presse
postado em 02/05/2012 15:29
Paris - Largamente usado para monitorar o nível de oxigênio no sangue, um dispositivo barato e simples pode ajudar a salvar recém-nascidos com problemas congênitos no coração, indicou um estudo publicado na revista científica The Lancet nesta quarta-feira (2/5).Doenças cardíacas congênitas estão entre as causas de 3% a 7,5% das mortes de crianças, mas a cirurgia aumenta em muito as chances de sobrevivência, especialmente se o problema for detectado cedo.
Médicos liderados por Shakila Thangaratinam, da Universidade Queen Mary de Londres, realizaram uma pesquisa sobre oximetria de pulso, em que um pequeno monitor é colocado na ponta do dedo da mão ou do pé para monitorar os níveis de oxigênio na hemoglobina arterial.
Ele compara as diferenças entre a luz vermelha, que é absorvida pelo sangue oxigenado, e a infravermelha, que é absorvida pelo sangue que não está oxigenado. Os níveis de oxigenação são representados instantaneamente, em um visor digital.
Trinta estudos com quase 230 mil recém-nascidos foram incluídos na publicação. A oximetria de pulso detectou 76,6% dos problemas cardíacos e teve uma taxa de apenas 0,14% de "falsos positivos", expressão usada quando o dispositivo indica um problema inexistente, quando na verdade a criança está saudável.
O risco de um "falso positivo" foi ainda menor quando o bebê foi examinado pelo menos um dia depois do nascimento, se comparado àqueles que fizeram o teste nas primeiras 24 horas de vida, afirma o estudo.
A oximetria de pulso é um método eficiente e não invasivo para bebês que não têm sintomas claros de problemas cardíacos, dizem os pesquisadores.
As crianças que forem apontadas como em risco podem ser diagnosticadas por um eletrocardiograma e, se necessário, tratadas com cirurgia.
A oximetria de pulso para recém-nascidos foi profundamente debatida na área médica, pois alguns especialistas alegam que sua eficácia não é comprovada. Os Estados Unidos são o único país que a utiliza como um procedimento de rotina.
No entanto, o novo estudo afirma que as evidências agora são claras, já que a oximetria de pulso foi testada em 100 mil crianças a mais do que havia sido feito na última análise, em 2009.