Roberta Machado
postado em 25/06/2012 07:38
O cozinheiro mexe a panela e prova o molho na palma da mão, e o sommelier cheira a bebida antes de tomar um gole na taça. Essas cenas podem estar com os dias contados? Com o avanço da tecnologia, máquinas capazes de avaliar o sabor dos alimentos se tornam cada vez mais precisas e indicam, inclusive, se determinado produto é próprio para consumo. A maior beneficiada é a indústria alimentícia, que lança mão de dispositivos para, por exemplo, produzir comidas com a proporção de sal ou açúcar ideal para o paladar. Esses sensores medem ainda o nível de acidez em bebidas, julgam há quanto tempo um peixe foi pescado ou até mesmo dizem com precisão a safra e a origem de um vinho.As chamadas línguas eletrônicas surgiram em 1989, no Japão, e contam com diversas tecnologias desenvolvidas desde então. A princípio, eram usadas camadas de lipídios que traduziam o gosto em cargas elétricas, mas logo surgiram outros modelos, como polímeros condutores e filmes. Na agricultura e na agropecuária, por exemplo, biossensores são usados há alguns anos para acusar a presença de agrotóxicos em vegetais e de doenças no gado. Essa tecnologia é baseada no uso de elementos biológicos que reagem em contato com determinado agente, os chamados analitos. As máquinas avisam se a carne vem de um boi doente ou avaliam com precisão se uma fruta está fresca.