Jornal Correio Braziliense

Tecnologia

Bateria de Edison ganha versão turbinada após mais de um século

A bateria de níquel-ferro (Ni-Fe) desenvolvida por Thomas Edison há mais de um século acaba de ganhar uma versão turbinada feita por cientistas da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos. A equipe liderada por Hailiang Wang utilizou a nanotecnologia para dar ao dispositivo um desempenho impressionante, mil vezes mais rápido que o da original. Uma das possibilidades de uso do aparelho é em veículos elétricos, a mesma intenção de Edison quando criou seu equipamento, que acabou abandonada devido ao surgimento dos automóveis à gasolina. Mesmo com resultados bastante expressivos, os cientistas de Stanford ainda precisam enfrentar um importante inconveniente da bateria ultrarrápida: a estabilidade cíclica. Após 800 ciclos de carga e descarga, foi registrada uma queda de 20% de sua capacidade.

Waldemar Jungner e Edison projetaram sua bateria nos últimos anos do século 19, a partir de um sistema básico com dois eletrodos, um de níquel e outro de ferro, mergulhados em uma solução alcalina. Sua grande vantagem era a abundância e o baixo custo das matérias-primas, que também são seguras e inofensivas ao ser humano. Essas características se mantêm no modelo desenvolvido pelos pesquisadores americanos e são os principais fatores que reforçam a necessidade de seu aprimoramento para o uso na indústria automobilística. Atualmente, modelos de carros elétricos funcionam com baterias de íon de lítio, que são inflamáveis e podem até explodir se expostas a altas temperaturas.