Bruna Sensêve
postado em 29/08/2012 08:10
Há alguns anos, as grandes redes criminosas poderiam ser facilmente analisadas com um esquema hierárquico simples, em que o poder passava de pai para filho, ou do número 1 da organização para o número dois. Hoje, essas redes são muito mais complexas, possuem motivações obscuras e participações inesperadas, quase impossíveis de serem rastreadas. Quase. Uma equipe da École Polytechnique Fédérale de Lausanne (EPFL), na Holanda, desenvolveu um programa que pode, depois de abastecido por informações aparentemente sem conexão, apontar a origem ou o ;cabeça; de uma rede como essas. Na verdade, as simulações mostraram que o algoritmo criado pela equipe é bastante versátil e pode identificar o começo de qualquer fluxo em rede, seja de onde partiram as ordens para o ataque terrorista de 11 de setembro, quem começou um boato espalhado pelo Facebook ou o local de início de uma epidemia disseminada pelos rios de uma região.Em comum entre eventos tão distintos, há o fato de que todos partem de um ponto e, a partir daí, seguem em rede. O grande diferencial do programa desenvolvido na instituição holandesa é sua capacidade de apontar a origem de eventos desse tipo com um grande grau de confiabilidade depois de observar apenas alguns dos indivíduos participantes do esquema. O pesquisador português Pedro Pinto e sua equipe desenvolveram um modelo com base no quadro da rede padrão para epidemias. ;Ele permite determinar a origem de uma doença, rumor ou contaminação. Para conseguir isso, utiliza a informação acerca da estrutura de rede, ou seja, quem está ligado a quem, e o tempo de chegada do vírus para os observadores;, detalha Pinto.